Era sábado, mais algumas semanas haviam se passado desde a última vez que trocou palavras com o Winchester e alguns dias desde a ultima vez que apareceu na escola.
Dean havia se tornado um repugno ao toque e olhos de Castiel, porém sabia que era algo passageiro. Era como uma síndrome de Estocolmo inversa. Ele amava as orbes verdes, porém seu psicológico construiu e floresceu um sentimento de ódio como método de proteção, e o moreno agradecia por isso. Ele queria odiar Dean, queria mais do que tudo, e essas semanas ignorando, desviando olhares e jogando pequenos pedaços de papel marcados com uma caneta vermelha foram fruto desse querer. Querer.
É como dizem: querer não é poder. Castiel queria odiar o loiro, mas não podia. Se pegava pensando nele em horas vagas e lembrando de todos os toques que já tiveram, por mais banais que fossem. Lembrava do armário, da mensagem com seu nome, da festa, da sala de dança. Não pensava em unhas vermelhas ou em apenas estar sendo usado pelo popular do time de rugby, e se odiava por isso. Se odiava por não conseguir deixar de se apaixonar por cada movimento que os pulmões alheios faziam.
Alguns finos feixes de luz atravessavam a cortina fina do pequeno quarto amarelo onde Castiel dormia. Espreguiçou-se lentamente entre os lençóis creme e tapeou o criado-mudo até achar seu celular para checar as horas.
[3 ligações perdidas de Gabestão 💞]
[34 mensagens não lidas de Dean]Dean [27/08/20xx] [04:46:53] : Castiel? Eu já te mandei 34 mensagens desde a última vez que você visualizou. E isso não faz mais de três horas! Por favor, quando você vai parar de me ignorar?
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Dean [27/08/20xx] [04:47:07] : Espero que você não esteja só acumulando isso na tela de bloqueio e apagando depois, eu preciso falar com você
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Dean [27/08/20xx] [06:20:44] : Eu não consegui dormir por sua causa, que droga você tá fazendo comigo?Eram nove e trinta e dois da manhã. Seu pai já havia ido trabalhar e nenhuma nuvem tomava conta do céu. Levantou, bateu na quina da cômoda no caminho ao banheiro e tomou uma ducha que embaçou o espelho de bordas brancas. Escovou os dentes, abriu o pequeno pote de antidepressivos, colocando dois na palma da mão e os engolindo a seco, ignorou o de bupropiona, colocou o frasco de ansiolíticos na mochila e desceu em direção à cozinha. Pegou um sanduíche guardado a três dias na geladeira, uma garrafinha de água e seguiu em direção à porta, pegando a bicicleta na garagem e se colocando em direção à uma pequena floresta perto dali. Já eram dez e cinquenta e nove.
O verde vívido da grama e das copas das árvores (coisa que Castiel recentemente passou a "odiar") entrava em constraste com o marrom dos cascos apodrecidos das árvores e das folhas secas espalhadas pelo chão. O som do curto riacho que passava logo ali perto era um calmante natural que o de pele alva trocaria por todos os remédios na cômoda de seu quarto. Deitou-se no chão, falava sozinho e batucava os dedos enquanto balançava os pés e trocava as pernas de posição. Observava os pássaros e se distraia com as abelhas voando sobre si, e logo estava observando as libélulas pousando na água. Respirou fundo, talvez finalmente estivesse em paz. Pelo menos até quando voltasse a sentir a presença daquele que não deve ser citado, não poderia continuar mentindo para seu pai que estava indo à escola quando na verdade estava indo se sentar na beirada do riacho por muito tempo. Ele perceberia, por algum motivo ele sempre percebe.
Ouviu o celular tocar e logo procurou o aparelho na mochila, não tardando a achá-lo e reconhecer a ligação de Gabriel.
– Achei que meu raio de sol tinha sido sequestrado e mandado para trabalhar como escravo em algum país distante. Não machuca notificar os amigos de como está e nem de atender as ligações sabia? – Castiel podia sentir a preocupação na voz de Gabe, a ligação tendia a cortar pequenas partes, porém não precisava de muito para perceber como o menor se sentia.
– Uh, eu sei, foi mal. Eu só precisava de um tempo pra mim. Você sabe como esse tipo de coisa piora minha condição. – O moreno já podia sentir o peito apertar e o ar se tentar fazer rarefeito apenas pensando nos acontecimentos nem tão recentes. Talvez deveria ter tomado três pílulas ao invés de apenas duas pela manhã.
– Eu sei, eu sei. – Um suspiro foi audível do outro lado da linha – Foi mal, mas você sabe como eu me preocupo. Sabe também que se quiser que eu vá lá e desloque a mandíbula daquele arrombado, eu vou sem hesitar. – Os dois riram. Castiel agradecia por ter um amigo como Gabriel, não era como se qualquer um pudesse acalmar sua respiração falhada assim e o fazer relaxar com tanta facilidade. Era como se fosse um anjo.
– Então, mudando de assunto, como vão as coisas com o mais novo? – Se se recordava bem, a última vez que viu Sam foi quando o maior estava abraçado ao seu melhor amigo no corredor da escola beijando sua testa e sorrindo terno. Sua cabeça doeu naquele dia e segurar o choro não ajudou.
– Ahn? Ah, com o grandão? Bem, eu acho. – Castiel podia ver Gabi sorrindo do outro lado da tela – Ele me chama pra ir tomar sorvete sempre 2 vezes por semana e vem aqui em casa uma vez a cada duas, e sempre age como se fosse nosso primeiro encontro por mais que nós já tenhamos feito, você sabe, aquilo. Oba-oba na moita. Não que já tenhamos feito na moita ou algo do tipo mas, sabe, ah, você me entendeu. – Castiel riu fechando os olhos deixando escapar um suspiro, não deixando de sentir uma pontada no peito. Talvez não deveria ter perguntado.
A conversa não durou muito mais, logo o loiro havia avisado que seus pais estavam o "arrastando para fora do quarto para irem almoçar fora em algum buraco de inferno no colo do capeta". Fez sentido na hora, e logo se despediram e finalizaram a ligação. E mais uma vez Castiel foi deixado sozinho com seus pensamentos, e cada vez mais ele tinha certeza de que isso não deveria acontecer com tanta frequência como acontece.
Sentia falta de dançar. Como fazia alguns dias que não ia para a aula, não treinava como costumava fazer. Seu pai lhe repreendia, dizia que Castiel tinha que começar a se fazer homem e que dança certamente não iria ajudar, então dançar em casa estava fora de questão. Talvez pudesse tentar alguma coisa em um campo gramado perto dali, porém sabia que o time de rugby aparecia por lá em finais de semana já que a escola estaria fechada. E foi se distraindo nomeando cada um do time que ouviu algo caiu não muito longe de si.
Droga. Era uma bola. Uma bola de rugby.
Castiel tentou ignorar, por mais que seu pé tenha teimado em balançar mais do que o normal e sua respiração lentamente tenha começado a sair do controle.
– Achei! – E Castiel conhecia aquela voz, e desejou com todas as forças não conhecer.
A pele suada de Dean refletia alguns dos feixes que atravessam as largas copas das árvores, e a ausência de uma camisa ajudava nisso. O moreno havia se encontrado tão atraído naquele corpo e naqueles olhos, e mesmo quando o Winchester cruzou seus olhares, ele não desviou. Estava perdido demais para desviar. Não percebeu quando Dean chegou perto, e deitou sobre si. Não percebeu quando seus lábios se juntaram e cegamente correspondeu, guiando suas próprias mãos e braços ao redor do pescoço acima de si. Não ligou para a respiração desregulada ou para a falta de ar que o acertou aos poucos, nem para uma das mãos alheias que descia pela sua costela até chegar em sua cintura e a apertar. Não ligou para o tempo que passou e nem para o suposto "ódio" que havia deixado florescer dentro de si.
– Winchester! Achou a bola ou achou os materiais pra fazer ela, caralho?
E foi aí que percebeu.
Oh.
E ai suas falha de proerd rs
Eu disse q ia voltar não disse rsOK EU SEI QUE PROVAVELMENTE TODO MUNDO DESISTIU DE MIM e se não desistiram >:(((((( obg
Eu ia abandonar (nA VDD já tinha abordado pq tava fixa na mente q não ia voltar a escrever) a fic mas aí falei ah mano tá mó top vamo seguir
ai eu segui e eh nois como q ceis tão
e eu to postando 4:39 da manhã sim na maior cara de pau

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Fragile •
Fiksi Penggemar"Você não consegue amar alguém se você não se ama." M E N T I R A S. Eu nunca me amei. Mas você, oh, você. Eu te amei tanto que eu me esqueci como me odiar era.