Amy correu para seu quarto e aquela foi a primeira vez que desejou o mesmo não fosse de frente para a praia, mas sim para rua, queria continuar vendo Phelipe e tentar adivinhar quem ele era, mas só foi tirar o uniforme e se jogar na cama para começar ouvir a mãe chamando da cozinha. Emburrada ajeitou os fones no ouvi e aumentou até o máximo para tentar fugir dos gritos dos irmãos enquanto descia as escadas.
Embora morasse no Brasil numa região litorânea do Recife, o pai de Amy era americano e havia tentado trazer para a nova casa lembranças de sua cultura, enquanto todas as casas da rua eram de apenas um andar e de laje batida, a casa deles possuía telhado e até mesmo um sótão, era toda de madeira e tinha uma cadeira de balanço de frente para a praia, a casa americana atraía vários banhistas e turistas durante a temporada de verão e alguns ainda ousavam conversar com seu pai.
A porta da cozinha estava aberta permitindo que os gritinhos de Sophie e Charlott adentrassem a casa, elas estavam correndo no gramado e feito àquelas bagunças de sempre, os brinquedos espalhados. Sua mãe Emma, estava abaixada entre as flores que rodeavam o quintal, toda coberta de terra, Amy tinha se esquecido de que hoje era dia de limpar o jardim.
- Oi, querida! Preciso que você arrume a casa e lave a louça depois de almoçar ah... e não se esqueça de arrumar seu quarto, quando fui pegar sua rapa de cama essa manhã mal consegui encontrá-la. – Emma tinha o mesmo tom ruivo do cabelo de suas filhas, olhos verdes ainda traziam a jovialidade e doçura da moça que estava eternizada nas fotografias da sala, e mesmo tendo três filhas que viravam a casa de cabeça para baixo, ainda conseguia manter-se como uma super mulher de sempre, e essa era uma das características da mãe que Amy mais amava.
- Não entendo por que só eu devo arrumar a casa enquanto Charlott e Sophie não fazem nada e meu quarto, não vejo motivos para arrumar sendo que só eu o frequento, mãe você sabe que eu me entendo com minhas bagunças. – Amy emburrou ainda mais com a cara de qualquer outra adolescente que tem preguiça de enfrentar sua própria bagunça.- Não me venha com essa mocinha, ou terei que dar mais um daqueles discursos que tanto detesta. – ela voltou sua atenção para as flores e Amy entendeu que era seu jeito de mandar arrumar as coisas antes que caísse um temporal.
Acabou almoçando primeiro depois lavou a louça e em seguida limpou a casa, deixou seu quarto por ultimo por que era o pior a fazer, depois de tudo terminado sentou na escada e ficou olhando por uma janela seus vizinhos, mas não viu algum sinal de Phelipe, segurando uma coca-cola com atenção subiu as escadas e viu um episódio de Dr. House enquanto bebia o refrigerante. Amy dormiu e acordou pelas 18 horas quando decidiu mandar mensagem para Phelipe.
- Oi.
Cinco segundos depois ele respondeu. – Oi, vizinha! Quer me ajudar a desfazer as caixas do meu quarto? Tem caixa espalhada para todo lado!:)
- Rs! Não obrigada! Chega por hoje de limpar casa.
- Que tal você me mostrar o que tem há de bom na cidade mais tarde, então?
Amy não sabia o que responder, ela sequer conhecia o garoto, sabia que era seu vizinho e que provavelmente não faria loucura alguma com ela, assim como também seu pai jamais a deixaria sair com um cara que mal conhecia mesmo que a cidade fosse a menos de 10 minutos a pé da sua casa. Mas ela tinha aquele espírito aventureiro crescendo em seu peito.
- Combinado!
- Ás 19:30?
- Ta, me espera na quarta árvore depois do terceiro semáforo, Okay?
- Adoro fugitivas :D
Ela ficou surpresa consigo mesma pelo o que acabara de fazer, nunca tinha saído com um garoto sozinho, a não ser com Owenn, mas eles haviam crescidos juntos e eram tão irmãos quanto às irmãs de verdade. Tinha outros amigos na escola e na igreja, mas sempre que saíam juntos tinha a companhia de outras amigas, mas agora, com Phelipe tão perto ela sentia que podia começar a ser a garota aventureira que sempre sonhou em ser.
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DESTINO DE PAPEL
Teen FictionAmy tem 16 anos, está terminando o 3° ano do ensino médio, é cristã, cresceu dentro da igreja, mas jamais deixou que Deus crescesse em seu coração, ela passa maior parte do tempo sentada no banco da igreja sonhando o dia que começará a viver aventur...