O outro...

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Todo dia eu vejo um pedaço de você morrer.

Todo dia um pedaço se vai.

Eu não tenho como impedir.

O processo parece acelerar com o tempo.

Sabe água na mão escorrendo pelos dedos? É bem assim.

Não tem como evitar.

Quando olho pra você não sinto que é o mesmo de alguns anos atrás.

Quem eu procuro dentro desses grandes olhos coloridos, foi embora e não voltou mais.

Só que eu fiquei esperando ele voltar. Eu não quis que ele pensasse que eu não me importava e por isso fui embora.

Mas ele não voltou. Eu não agüentava mais o novo você.

Tão superficial. Imitava falas prontas de outro alguém.

Queria me fazer engolir o seu novo personagem, sem saber se eu gostava dele. Mas eu não gostava. Eu não sentia nada. Ele para mim era nada. Era só a porta por onde eu achava que a qualquer momento o antigo você voltaria.

Agora nem eu acredito mais nisso tudo.

Já faz tanto tempo, que ultimamente eu acho que nunca existiu o antigo você.

Era ilusão da minha cabeça. Toda verdade sempre esteve na minha cara e eu não queria enxergar.

Tão boba!

Como dói.

E agora a única coisa que peço a Deus é para nos afastar.

A flor sensível da AntártidaOnde histórias criam vida. Descubra agora