Sem ele, era um só.
Nada de adjetivos, nada de eloquência,
nada de nada, apenas ele.
E ele, quem era?
Ninguém sabia ainda,
Apenas eu.
Mas eu sabia melhor ainda quem era ele, quando via os dois juntos.
Ele sentava e o segurava com maestria.
Talvez uma respiração profunda surgisse,
não pelo medo de errar, mas pelo desejo de trazer o céu em suas mãos.
Não para ele sozinho, e sim para uma grande multidão.
Delicadamente punha cada uma das mãos a repousar em seu devido lugar,
uma ficava nas cordas e a outra no arco.
Inclinava a cabeça e olhava com atenção para a partitura,
e então deixava que o encanto começasse.
Das suas mãos , brancas e pálidas mãos,
saia a tradução perfeita que convertia notas em sentimentos.
Sentimentos que passavam a morar em almas.
Seus olhos fixos se importavam apenas com a execução apurada
de cada pentagrama.
O arco ia para cima e para baixo incontáveis vezes, e os dedos faziam um vibrato.
Nunca vou saber se me encantava mais com o som ou com quem o fazia nascer.
Depois quando encerrava-se a melodia, aquela parte celeste o deixava,
então voltava a ser ele com seus sonhos e pesadelos, realidade e devaneio,
anjos e demônios.
Os olhos deixavam a seriedade um pouco de lado
e davam lugar há algo sombrio e belo
equando eu os olhava sabia que eram a chave para seu coração.
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A flor sensível da Antártida
RomanceEssa é uma obra onde reúno vários dos meus textos diários. Trago pequenos detalhes que acontecem na vida de muitas pessoas. Sabe aquele romance impossível ou o fim de uma amizade? Sabe aquela noite chorando no quarto ou aquela palavra que tanto te...