Falaram que ela era dramática, chorona e muito sensível.
Criticaram suas fraquezas e achavam que era besteira o seu jeito de se expressar.
Mas ela fingia muito bem não se importar.
Quando via um lugar tranqüilo, procurava um canto pra sentar e pensar.
Tinha um lugar em especial, rodeado por um muro cujo teto era o céu.
Deitava no chão asfaltado e lá a flor sensível da Antártida podia derreter em paz.
Era para ser amorosa ou odiosa? Era para ser feliz ou triste?
Ela não sabia.
Conhecia o caos que todos os dias vi onde passava.
Conhecia o olhar de alguém que já teve o coração partido, pois o dela um dia havia sido também.
Mas a flor sensível da Antártida nem era tão sensível assim.
Quando precisava engolir o choro e seguir em frente, ela o fazia sem arrependimentos.
Mas a cada desilusão um buraco se formava por dentro.
Ouvia algumas pessoas falarem que um dia todo mundo encontra alguém, e que esse alguém consegue curar cada um desses buracos causados pelas desilusões.
Porém ela pensava: -E se não encontra-se esse alguém? Será que sozinha seria feliz também?
Era uma questão complicada de resolver. Mas o certo era algo que ainda não poderia compreender. Se ela conseguisse se amar, se conseguisse pensar nela primeiro nem que fosse apenas por uma vez, veria que já havia encontrado o tal alguém.
Pois se não fosse ela mesma, quem ela acharia nesse mundo que a conhecesse melhor que ela?
Flor sensível da Antártida derretida tantas vezes, juntas as pétalas que ainda restam e segue. Continue admirando o seu belo céu, mais não esqueça que tudo um dia se vai. Não deixe ir embora o tempo que ainda tens sem antes ter vivido de verdade.
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A flor sensível da Antártida
Storie d'amoreEssa é uma obra onde reúno vários dos meus textos diários. Trago pequenos detalhes que acontecem na vida de muitas pessoas. Sabe aquele romance impossível ou o fim de uma amizade? Sabe aquela noite chorando no quarto ou aquela palavra que tanto te...