Vida

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Neko resumindo o cap em uma imagem :

Era logo de manha, um dia calmo como todos os outros quando a pequena Frisk foi acordada pelo raio de sol que passava de sua cortina para bem em cima de seu rosto

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Era logo de manha, um dia calmo como todos os outros quando a pequena Frisk foi acordada pelo raio de sol que passava de sua cortina para bem em cima de seu rosto. A garota sempre teve sono leve então apenas aquilo já era o suficiente para acordá-la. Frisk ainda sonolenta, levantou-se da cama ainda com seu pijama listrado e foi até o guarda roupa pegar uma muda para quando terminasse o banho.
 
Mesmo pequena já conseguia cuidar da própria higiene sozinha, já que não eram aconselhável pedir ajuda para sua mãe pois esta não era tão adepta aos cuidados maternos. Sua mãe, uma linda mulher, teve uma filha muito cedo de um ótimo casamento, mesmo assim nunca foi uma boa mãe, Frisk sabia muito bem que apenas não fora abortada porque a gravidez já estava em um estagio avançado quando fora descoberta e também apenas não estava em um orfanato para que sua vó, a qual só tinha visto uma vez e só com isso já era odiada, parasse de reclamar que queria netos.
 
A pequena garotinha vestiu um macacão azul e uma blusa quando saiu do banheiro com o cabelo já seco pelo secador, então foi ate a cozinha onde sua mãe fazia o café, o longo vestido colorido, dessa vez azul, estava tão impecável como sempre. O lindo rosto fino de pele alva da mulher se contorceu ao ver a filha, voltando a fazer os ovos para o marido
 
E a garota apenas esperou em cima da cadeira. Não desejou bom dia, sabia que eles não gostavam quando falava, principalmente o pai, um homem carrancudo com pequenas entradas no cabelo e que sempre tinha uma gravata para combinar com o vestido da esposa. Ele era bem serio, mesmo quando feliz
 
Frisk se perguntou se tinha sido a mistura do liso cabelo preto de sua mãe e o loiro um tanto enrolado de seu pai que a fizera ter aquele cabelo castanho escuro. Parecia ate um jogo das cores.
 
A mãe era asiática, o pai brasileiro, Frisk era branca, mas não tanto quanto sua mãe que parecia ate uma parede já que em realidade a garotinha era ate que bem bronzeada, bom, isso deveria ser por ficar tanto tempo no jardim com as flores
 
Um prato mais fundo com cereal e iogurte foi colocado a frente da garotinha enquanto um outro com ovos, um sanduíche farto e salada de batata estava no lugar do pai. Quem come salada de batatas no café? Se perguntou a menininha esperando o homem não tão alto deixar o jornal que lia em cima da mesinha de centro a frente do sofá e ir comer
 
- Querido, venha logo ou vamos nos atrasar - a pequenina menina pode ouvir o som do papel do jornal chegar a mesa antes de seu pai se levantar para sentar a mesa e a mãe ter "permissão" de fazer o mesmo - temos que lembrar de encher o tanque, o aeroporto é bem longe
 
- Só uma hora - respondeu o homem enfiando um pedaço do sanduíche que quase grudava em sua barba por fazer - ainda não sei porque não ir de táxi, muito melhor do que deixar o carro lá
 
- Porque Luís, eu não vou entrar no carro de algum desconhecido com essa menina, já falamos disso
 
- Só não levar ela, a garota vai ficar trancada no hotel de qualquer jeito... séria ate menos despesas - "vocês sabem que eu posso ouvir, não é?" Era isso que Frisk queria falar, mas se manteve em silencio comendo o cereal
 
-e deixar com quem? A Pamela não aguentaria ficar com ela uma semana e é crime deixar ela sozinha, infelizmente, mas é
 
O homem apenas resmungou algo que a garota não sabia o que era, talvez fosse algum palavrão, o importante é que a conversa deles tinha acabado
 
Quando acabou de comer, o que demorou um pouco já que Frisk não gostava de acabar primeiro, sua mãe já se levantava para tirar os pratos da mesa e os lavar, enquanto o pai levava as malas para o carro e ela o seguia levando a própria mala de rodinhas.
 
A garota entrou no carro e ficou esperando os pais irem na frente. Como de costume teve que arrumar o próprio cinto na cadeirinha infantil
 
A viagem em si não era ruim, ficava ouvindo a musica do radio, olhando para a janela e imaginando uma vida completamente diferente. Frisk estava tão imersa a pensamentos de uma vida inexistente que não viu o carro correndo da policia a contra mão assim como não sentiu o impacto deste contra o carro que estava antes de desmaiar
 
Uma dor de cabeça que mais parecia um martelo batendo em uma parede de ferro, foi assim que a pequenina garota acordou na maca do hospital. Os olhos pesados piscando uma e outra vez enquanto tentava entender onde estava, claro que já foi para um hospital e já tinha visto eles na televisão, mas em um instante estava no carro e no outro ali, tudo aquilo era confuso de mais
 
Mesmo assim quando viu uma mulher alta que aparentava ter por volta dos 40 anos vestindo um jaleco branco tentou se forçar a pensar que estava em um hospital e não que tinha sido vendida para um açougue
 
-Oi Frisk, que bom que acordou, mas não se mova muito, você ainda esta em recuperação - a mulher deu um curto sorriso para tentar deixar a menina mais a vontade, mesmo que não tenha causado quaisquer efeitos - bom, descanse mais um pouco... você vai ser levada para sua casa para que possa... - ela deu uma longa pausa engolindo em seco - arrumar suas coisas
 
Pareceu que a medica percebeu a confusão que deixou na garotinha. Tirando seus óculos e se sentando na cama ao lado da menina ela prosseguiu
 
- Olha, você e seus pais iam fazer uma viagem não é? - a garotinha balançou a cabeça em sim - só que um carro bateu no de vocês e... eles morreram querida, mas não se preocupe, você vai ir para um bom lugar - a mulher segurou a mão de Frisk tentando a consolar
 
Mesmo com a noticia, Frisk não falou nada, nem ao menos mudou de expressão como se tivessem dito que ela estivesse resfriada e isso, é claro, assustou a medica que nunca tinha visto tal reação
 
- Descanse um pouco querida, os agentes do conselho tutelar vão vir falar com você mais tarde
 
Dito isso ela se levantou e saiu
 
Finalmente Frisk estava sozinha. Seus olhos dourados enchendo de lagrimas mesmo que sua expressão fosse imutável as lagrimas não paravam de cair, molhando o cobertor que lhe cobria as pernas
 
Era estranho, não estava de todo triste, mas talvez estivesse aliviada por saber que não teria que ficar mais um segundo sequer com seus pais, mas culpada por sentir isso... era tudo muito confuso
 
Naquele dia ela chorou, chorou ate dormir, mas depois disso não derramou sequer uma lágrima ate receber alta.
 
No momento estava arrumando suas coisas para ir ate o orfanato. Nenhum familiar a queria e não poderia apenas ser jogada na rua, era ate que engraçado pensar que já esperava não ser bem recebida em lugar algum, bom, de todo modo só faltava algumas blusas para que todas as coisas estivessem arrumadas
 
- Será que ela é muda? Deveriam ter avisado para a gente trazer um intérprete de libras - um dos homens sussurrava para a colega, era uma pergunta valida já que a menina não falara uma sequer palavra todo o tempo que esteve no hospital - e ela nem parece mal por tudo que aconteceu
 
- Talvez ela não sentisse nada pelos pais - a mulher respondeu, ignorando a pergunta sobre o intérprete
 
- Vai que era um caso de abuso familiar? Faria sentido ela não amar eles
 
- É faz sentido
 
A diminuta garotinha parou em frente aos dois entregando uma mala a mulher e uma caixa ao homem, então indo ate o carro ao qual tinha sido trazida para lá enquanto carregava uma caixa. Os dois se entre olharam e a seguiram
 
A viagem foi bem curta ate a casa de acolhimento, isso era apenas um nome mais bonito para o antigo "orfanato". A casa parecia ser só mais uma como as outras e pelo jeito era lá que ficaria pelos próximos anos
 

Schooltale [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora