ii. a monster

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LISA

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LISA

- 1 ano atrás –

Ele sempre fora assim. Não me podia ver junto de nenhum rapaz que já começava com um ataque de ciúmes sem procedentes. A princípio achara engraçado, mas agora, dois anos depois acho demasiado infantil.

— Porque é que estavas com ele Lisa? Eu não te avisei para não te aproximares dele? – Mark encarava-me com seu olhar enfurecido.

— De que estás a falar? – Perguntei confusa.

— Aquele rapaz no café. Eu vi-te. – Ele aproximou-se da mesa onde eu estava sentada.

— Era o garçom, ele só me perguntou se era tailandesa. – Expliquei.

— Tudo bem. – Disse sentando-se à minha frente. – Promete-me que nunca mais te vais aproximar dele.

— Prometo M. – Disse levantando o mindinho com um sorriso no rosto.

E pela milésima vez lhe fiz a mesma promessa. Pela milésima vez tive de deixar de visitar mais um café.

Tenho de admitir que estou cansada. Eu amo-o, mas todo este controlo que ele tem sobre mim me está a deixar cansada, sem forças para continuar, mas sei que se o deixar, ele me vai perseguir até ao dia em que eu morrer.

***

— Jovem Lalisa Manoban, seja muito bem aparecida! – Cumprimentou Bambam, assim que entrei no estúdio de dança.

— Olá! – Disse com um sorriso. Pousei as minhas coisas no fundo da sala e comecei a fazer o aquecimento.

— Então o obcecado do teu namorado não te seguiu hoje? – Questionou aproximando-se de mim.

— Não, hoje tem aulas na universidade. – Revelei.

— Não sei porque estás com ele... - Comentou enquanto me acompanhava no aquecimento.

— Pelo mesmo motivo que tu estás aqui hoje. – Disse. Ele olhou-me. – Porque gosto muito dele.

— Oh. – Soltou. Eu dei-lhe uma estalada de leve. – Que foi. – Protestou.

— Nada. – Retorqui rindo.

Depois do treino fui até aos balneários onde tomei um banho de água quente. Encontrei-me com Bambam na cafetaria e os dois lanchámos juntos.

— Parece que estás muito bem acompanhada. – Ouvi uma voz masculina atrás de mim. O sorriso que Bambam tinha no rosto desapareceu.

— Mark... Que fazes aqui?

— Isso pergunto eu. Pensei que hoje não tinhas treino. – Ele parecia furioso. Eu não sabia o que dizer. – Então Bambam, como estás?

— Bem. – Bambam olhou pela janela.

— A Lisa vai ter de te deixar, nós temos planos juntos. - Mark agarrou-me no braço com força e arrastou-me para fora da empresa de volta para casa. O caminho foi feito todo em silêncio, quando chegamos ao nosso destino ele apenas me abriu a porta, foi até ao quarto e voltou a deixar o apartamento sem proferir uma única palavra.

***

Mark entrou no apartamento como um furação em direção à casa de banho, eu segui-o. Viu despir o casaco negro e através do espelho observei o seu rosto e roupa cobertos de pequenas gotículas de cor encarnada, o seu corpo imitia uma aura negra. Eu apenas levei as minhas mãos ao rosto e os meus olhos abriram-se em descrença .

— Lisa... - A sua voz saiu como um sussurro.

— O que é que fizeste... Mark. O que fizeste! – Exclamei olhando para as suas mãos cobertas de sangue.

— Eu tinha de o manter longe de ti, porque tu és minhas. – Um sorriso negro se formou no seu rosto. Eu comecei-me a afastar lentamente. – Onde vais? Vais atrás dele não é? Lili. – Num movimento brusco ele inconstou-me à parede. – Não vais não, porque ele já não está mais cá. Mas vamos esquecer isso e ter uma noite mais divertida. – Pude sentir a sua respiração junto ao meu pescoço, o que fez cada pêlo do meu corpo estremecer.

— Pára. – Pedi tentando-o afastar, mas quanto mais força eu fazia, mais ele se aproximava de mim. – Por favor, pára...

— Oh, Lili, tu és tão linda. – Ele beijou-me lentamente o pescoço.

— Não me chamas isso. – Eu continuei a fazer força. – Pára! – Finalmente me pude libertar, corri até à sala onde peguei no meu telemóvel e marquei o número da polícia, mas ele foi rápido e tirou-me o telemóvel da mão.

— Que pensas que estás a fazer?! – Ele pegou nos meus braços e atirou-me contra a mesa fazendo esta se partir em mil pedaços por baixo de mim. O telemóvel havia caído ao chão, era a minha oportunidade. Rastejei até ele, mas antes do poder apanhar, Mark pisou-me a mão. – Pensei que me amavas. Estava enganado.

— Por favor Mark, tu precisas de ajuda. – Disse entre lágrimas.

— Foste tu que me fizeste tornar assim! – Ele começou a andar de um lado para o outro da sala agarrando os cabelos castanhos. Aproveitei a sua distração para ligar para a polícia. – Eu fiz tudo por ti e é assim que me agradeces...

— Por favor ajudem-me! Tem um homem que me está a tentar matar-me... - Disse entre soluços.

— Não sou um homem qualquer, sou o teu namorado! – Ele arrancou-me o telemóvel da mão e mando-o contra a parede. Agarrou em mim e começou a dar murros e a bater com a minha cabeça contra o chão até que perdi a consciência por completo. Mas naqueles últimos momentos, aqueles olhos cheios de raiva ficaram para sempre gravados no meu coração.

 ♡♡♡

Olá pessoal~

Espero que tenham gostado do capítulo! Não se esqueçam de deixar as vossas opiniões nos comentários~~

Amo vocês~

Até à próxima!  

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