Este é um grupo para miúdas. Única regra: não se apaixonar.
Relações humanas são complicadas. Ninguém o sabe melhor que Jennie, Jisoo, Rosé e Lisa. São amigas desde infância, o que têm em comum? Um coração partido. Fizeram uma promessa, não se apai...
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JENNIE
— Pela primeira vez em muito tempo senti-me segura.
— Foi uma boa sensação? - Questionou a Psicóloga.
— Foi estranho. - Suspirei. - Faz tanto tempo que não sei o que é me sentir em segurança, do que é confiar em alguém, que já me tinha esquecido de como é essa sensação.
— É normal que esta sensação te seja estranha, mas isto só prova que todo este trabalho que tens realizado ao longo destes dois anos tem funcionado. - A psicóloga sorriu. - Faz dois anos, tu eras incapaz de entrar num clube noturno ou até mesmo beber. Não confiavas em homens porque achavas que todos se iriam tornar monstros como ele.
— Pouco a pouco lá chegarei. Pelo menos agora já vivo uma vida mais normal. Muito obrigada por tudo.
— Ajudar é o meu trabalho Jennie. E então, como é esse teu novo vizinho? - Questionou a Psicóloga com um pequeno sorriso matreiro no rosto.
— Bem, como já lhe tinha contado, um grupo de rapazes mudou-se para o apartamento do lado, um deles é ele. Chama-se Min Yoon-Gi e é mais velho que eu. Aqui à uns dias saí e por acaso os rapazes também estavam lá, e este rapaz de cabelos negros não me parava de encarar, então meio que uma coisa levou à outra e acabamos os dois a beber uma cerveja e a conversar no terraço do nosso prédio. Ele tem esta aparência fria, mas enquanto falava com ele tudo era diferente, ele era doce, bem uma doçura um tanto bruta, mas estava lá. Ele é boa pessoa, acho que uma boa amizade sairá daqui. Nós combinamos, eu acho.
— Eu também. - Concordou. - Vocês são semelhantes, pela tua descrição. Estou muito feliz com todo o teu progresso. Estou muito orgulhosa de ti Jennie.
— Foi tudo graças a você. Sem esta ajuda preciosa eu jamais teria ultrapassado toda aquela dor... - Por algum motivo hesitei.
— Está tudo bem? - Questionou.
— Sim, algo me passou pela cabeça. - Respondi ignorando aquela estranha sensação.
— Então iremos terminar a nossa sessão por hoje, vemo-nos na próxima semana! - A Psicóloga acompanhou-me até à porta. - E por favor diz à Lalisa para vir às consultas.
— Ela não tem vindo? - Fiquei surpreendida. Ela havia-me mentido.
— Eu vou voltar a falar com ela. Até para a semana.
Desci os poucos degraus que levavam às ruas movimentadas de Seoul e dirigi-me de volta a casa, estando apenas a um par de quarteirões de casa decidi fazer o percurso de regresso a pé, apanhar um pouco da brisa suave de primavera enquanto refletia sobre tudo o que se tem vindo a passar na minha vida. Este últimos dois anos têm sido uma montanha-russa de emoções. Estou feliz de que finalmente tudo se esteja, pouco a pouco, a estabilizar, mas tenho medo que esta seja apenas mais uma falsa reta que acabará numa decida repentina.
