iii. a beautiful liar

647 55 15
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ROSÉ

- 2 anos atrás –

Os dois nos encontrávamos sentados frente a frente naquele café. Os meus olhos encaravam os seus. Os dois estávamos sérios. Um silêncio abismal circundava o ambiente daquela mesa. Eu não gosto de silêncio.

— Então não vais dizer nada? – Cuspi quebrando o gelo.

— Não tenho nada a dizer. Na verdade, ainda não entendi porque me seguiste. – Ele começou a mexer no copo de água à sua frente sem interesse. – A que fez aquele escândalo todo foste tu, não eu.

Suspirei. – Não sentes nem uma pontinha de remorso?

— Pelo quê? Eu não fiz nada de errado.

Eu levei a mão à cara. – Trair alguém é errado sabias. Principalmente se lhe juraste o teu amor.

— Eu alguma vez te jurei amor? – Ele bebeu um pouco de água, pousando o copo encarou-me.

— Como?! – Não podia acreditar no que acabara de ouvir.

— O que ouviste. Eu amava-te, isso é certo. Mas... - Ele olhou para a distância, para a cidade que fervilhava por detrás daquelas janelas.

— Mas não me amas mais... - Eu fitei o tampo da mesa. – Mas quem raios eu estou a enganar... Porque me estou a fazer de surpreendida...

— De que estás a falar?

— Eu já sabia que me estavas a trair muito antes do que aconteceu no clube... - Eu o encarei. – A maneira como dizias o meu nome... Quando me beijavas, o beijo não sabia da mesma forma, como se ali não houvesse mais sentimento.

— Chae... - Uma aura de pena começou-o a evadir, podia ver desde o meu lugar.

— Deixa-me terminar. Quantas vezes eu não me perguntei se estava a ficar louca com o ciúme. Nós estivemos dois anos juntos, eu sabia que algo não estava bem de há uns meses para cá... Eu sempre tive curiosidade em saber com quem saías à noite tantas vezes, esses tais amigos que eu nunca via. E quando chegavas ao teu apartamento bêbado e te deitavas ao meu lado a cheirar a um perfume estranho, e as vezes que te ouvi sussurrar o nome dela enquanto te abraçavas a mim... Eu tentei ignorar tudo isso por meses, a pensar que talvez eu estivesse a ter alucinações. – Ele continuava a me encarar com uma expressão nula em sua face. – E eu aposto que ela tem tudo, que ela é linda, que nem tu... Que eu sou um fardo que tens de carregar, alguém que não descartas por pena.

— Por favor, Chae...

— Eu disse para me deixares terminar! Ela deve-te deixar completamente louco como tu me deixas a mim... Mas eu nunca vou esquecer todas aquelas vezes que te beijei e podia sentir o saber do batom dela. E por algum motivo eu imagino-a deitada sobre o teu peito enquanto a acaricias. – As lágrimas começavam-me a invadir os olhos e as palavras começavam a ficar embrulhadas no nó que se formava na minha garganta. – Eu sinto a distância quando me beijas e te lembras dos lábios dela. Se calhar o problema é meu... Talvez eu devesse ser mais como ela? Eu não sei... Mas suponho que ela seja perfeita para ti.

— Chae-Young...

— Tudo bem, espero que sejas feliz, e que nunca mais apareças à minha frente. – Levantei-me e abandonei aquele café. No caminho de volta para a casa, relembrei uma vez mais aquele clube, e todo o que levou a nós os dois nos encontrarmos à meia-noite num café.

— Tens a certeza que é isto que queres fazer? – Perguntou Ji-Na, antes dos dois entrarmos no club onde Woo-Sung se encontrava.

— Eu tenho de saber, Ji-Na. – Disse passando pelos guarda-costas que me deram acesso ao grande salão que fervilhava de energia.

Ao fundo nos sofás pude avistar Woo-Sung e os seus amigos. Atravessei a direito pela multidão perdendo Ji-Na. Eu queria saber, eu queria ver. Queria me mostrar a mim mesma que ele não me havia mentido, que tudo não passava de uma paranoia minha. E então vi-a, a rapariga de cabelos loiros, a beijar-lhe o pescoço enquanto ele bebia um copo de whisky.

Afinal eu não estava a ficar louca. Eu não pensei, apenas avancei de cabeça quente. – Woo-Sung?!

Ele parecia surpreendido, a rapariga olhou-me de cima abaixo. – Quem é esta? – Perguntou a Woo-Sung, que simplesmente respondeu com um abanar de ombros.

— Agora finges que não me conheces é? – Eu estava completamente fora de mim. Cheguei à beira da rapariga e agarrei-a pelos cabelos arrastando-a contra vontade até à saída do clube noturno.

— Rosé pára! – Pediu Woo-Sung agarrando-me, eu atirei com a rapariga contra uma beira e tentei-me afastar dele, ele correu até à beira da rapariga.

— Ha-Ni, estás bem? – Perguntou ajudando-a a levantar-se. Ela assentiu positivamente.

Então Woo-Sung aproximou-se de mim, agarrou-me pelo braço e arrastou dali para fora parando apenas naquele maldito café onde nos havíamos conhecido, há três anos.

Sentei-me num banco de jardim, apenas encarando as estrelas. Não tinha mais forças para andar.

— Eu sou tão idiota! – Gritei puxando meus próprios cabelos.

Foi naquela noite que me prometi a mim mesma que jamais amaria de novo. Porque no fim, todos acabamos traídos de alguma forma.

 ♡♡♡

Olá pessoal~

Espero que tenham gostado do capítulo! Não se esqueçam de deixar as vossas opiniões nos comentários~~

Amo vocês~

Até à próxima!  

girl squad | blackpink × btsOnde histórias criam vida. Descubra agora