Capítulo 02 » Macumba da madrasta

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- Que bom para você. - murmuro e antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, saio da sala, ouvindo alguns murmúrios surpresos dos alunos que assistiam a pequena novela.

Ando calmamente pelo corredor na direção das escadas. Talvez eu pudesse ir para a enfermaria, alegando que não me sentia bem, ou simplesmente poderia me trancar no banheiro, fingindo estar com dores de barriga e era preciso "aliviar" as coisas. Dou de ombros para os meus próprios pensamentos, já colocando a mão no corrimão, entretanto alguém me puxa bruscamente para trás.

- Como você ousa ignorar o aviso de um superior? - o tal filhinho do diretor pergunta, segurando com certa força o meu braço.

- Sinto lhe informar mas você não é superior a mim em nenhum aspecto. - respondo com acidez, soltando-me de seu aperto - A não ser pela altura, coisa que é irrelevante. Você pode até ser o filho do diretor, mas não o próprio. Então não tem poder nenhum sobre mim.

- Pode até ser. Mas na ausência dele, eu mando aqui. - o garoto responde, me olhando de cima a baixo.

- Bom, não vejo nada que prove isso. - digo olhando para os lados, de uma forma irônica - Agora, se me der licença, tenho coisas importantes para fazer.

Dou a volta no mesmo, porém ele novamente me segura, mas dessa vez, puxando-me para algum lugar, descendo as escadas. Quem esse filhinho de papai pensava que era?

- Me solte! - digo alto, tentando fazê-lo parar de andar, porém sem sucesso. Percebi que estávamos indo para uma outra área da escola, a área da secretaria - Para onde está me levando seu futre¹? - dou alguns socos no braço que me puxava, mas não houve efeito algum.

Lee Dong Min praticamente me joga em uma sala, que parecia ser a sala da autoridade máxima da escola. Olho para ele furiosa, vendo o mesmo fechar a porta. Conosco dentro. O que esse idiota estava pensando? O garoto se senta na cadeira de estofado fofo, atrás da enorme mesa da sala, encarando-me entretido.

Vou até a porta e tento abrí-la, porém o ser ridiculamente mesquinho havia trancado a mesma. Viro-me para ele furiosa, aproximando-me da mesa. Encaro aquelas orbes escuras e sarcásticas, enquanto apontava lentamente para o pedaço de madeira que me impedia de sair.

- Abra-a. - digo baixo, sentindo meu coração acelerar por conta da raiva que se acendia em meu peito.

- Vamos conversar sobre suas atitudes. - ele diz devagar, enquanto arrumava alguns papéis a sua frente.

- Lee Dong Min. - sibilo e o mesmo me encarava com curiosidade - Abra aquela maldita porta.

- Nós vamos conversar sobre suas atitudes. - ele responde baixo, sorrindo ladino.

- Será que você não percebe o quão ridículo está sendo? - pergunto soltando um suspiro de frustração - Enquanto você poderia estar aproveitando uma ótima aula no conforto da sala de aula, está aqui bancando uma de diretor. Isso é patético!

- Patético são as suas atitudes diante dos estudos. - ele responde, analisando uma folha. Dong Min arqueia a sobrancelha e me encara - Tirou oito e meio em matemática no último semestre do ano passado?

- O que acha que está fazendo? - pergunto tentando tirar o meu possível histórico das mãos dele. Não eram notas tão ruins, mas também não eram notas que eu podia dizer que estava orgulhosa de tê-las tirado - Por que você não vai cuidar da sua vida?

- Como filho da autoridade máxima daqui, eu prezo pela boa imagem que meus colegas irão passar aos de fora. - ele responde guardando os papéis em uma pasta - De acordo com as suas notas, você precisa de aulas de reforço.

O Filho do Diretor ✾ Lee Dong MinOnde histórias criam vida. Descubra agora