Me sentia bem em sua presença.
Ele era especial e sempre estava comigo.
Sabia o quanto era atraente e
o perfume que usava era irresístivel.
Só não tinha certeza do que poderia acontecer
entre a gente.
A primeira semana de trabalho foi cansativa para Hanna. Acabou tornando daqueles dias a sua rotina: trabalho, descanso, caminhar com Gabriel, descanso, jantar e dormir. Estava tão exausta que só queria saber de descansar, a não ser na hora sagrada da caminhada. Isso ela não perdia, por que a fazia muito bem.
O que era um pouco estranho era que a lei do silêncio ainda predominava, mesmo depois de se falarem um pouco mais naquele dia em que ele ajudou-a na cozinha. Aliás, ainda estava querendo saber o que tinha acontecido, mas ninguém tocava nesse assunto, por mais que ela desse indiretas. Decidiu deixar isso de lado, pelo menos por enquanto. Pensou que depois daquele dia na cozinha, Gabriel daria o braço a torcer, mas se enganou. Ele continuava do jeito dele, quieto, sério e misterioso.
Finalmente o seu primeiro dia de folga havia chego. Hanna dormiu até mais tarde. Não sabia que seria tão cansativo esse trabalho. Sua vontade era de passar o dia inteiro jogada no sofá, comendo besteira e assistindo tv. Entretanto, foi obrigada a se levantar, ao constatar sua geladeira e a dispensa vazia.
Pegou seu carro e estacionou no primeiro mercado que viu, a menos de duas quadras de sua casa. Ficou surpresa ao encontrar Daniel, assim que entrou. Ela deixou um sorriso surgir assim como ele.
— O que vai fazer no seu dia de folga? – Perguntou, após dar um beijo carinhoso em sua bocheca. Nesse instante ela sentiu como estava perfumado e sem querer acabou inspirando aquele cheiro, o que causou um pequeno arrepio em Daniel. Ele a olhou desorientado por um momento e Hanna, na tentativa de se desfazer daquela "inspiração sem querer", deu três passos para trás e fingiu naturalidade, respondendo a sua pergunta — Nada de mais. Só vou ficar jogada no sofá – Deu de ombros.
— Poxa, se não precisasse trabalhar hoje, te levaria para São Francisco. Você iria gostar de passar o dia lá – Olhou-a profundamente.
Hanna sorriu sentindo-se importante pelo convite, mas ao mesmo tempo tinha um pouco de receio dele, mesmo conhecendo Daniel há tanto tempo. De alguma forma, sentia isso por causa todos os homens, exceto pelos seus familiares.
— Quem sabe outra hora.
— Vou esperar por isso – Tocou em seu ombro demonstrando de alguma forma um carinho por ela. Hanna então desejou nunca ter o cheirado daquele forma, o que estaria pensando? Se já era apaixonado por ela, essa aproximação da sua parte apenas iria dar esperança e no momento, relacionamentos com homens estava fora de questão. Sem exceções!
*****
Hanna lavava a louça normalmente, na mesma rapidez que pedia o ritmo do trabalho daquela cozinha. No entanto, naquele momento, apesar de tudo que já sofrera, sentia-se feliz em estar naquele lugar. Como se um mundo de possibilidade estivesse à seus pés.