Boas consequências de uma aposta.

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Já eram três horas da manhã, e nós ainda estávamos na balada.

Eu estava extremamente cansada. Minhas pernas doíam de tanto que fiquei dançando e andando para lá e para cá. Se não fosse pela música eletrônica absurdamente alta e pelos gritos das pessoas, eu já poderia estar dormindo sentada. De vez em quando era legal vim para lugares como esse, porém tudo tinha o seu limite. Tenho certeza de que vou dormir e acordar sentindo dor na cabeça e, provavelmente, no ouvido também.

Kihyun e Sohye se remexiam juntos no meio da pista há longos minutos. As bebidas que os mesmos ingeriram, sem um pingo de controle, agora estavam fazendo total efeito. Toda vez que uma música acabava, eu os encarava, na esperança de vê-los parando e começando a andar em direção à mesa onde estávamos, entretanto, no final das contas, eu sempre me enganava; o que resultava em suspiros pesados de frustração e raiva.

Quanto mais as horas se passavam, mais eu ficava preocupada em como que iria conseguir chegar em casa, já que o meu máximo era até às cinco horas. As caronas de Kihyun quebravam o meu galho, porém dessa vez, já que ele não tinha nenhuma condição de dirigir, eu definitivamente estava perdida e sem ter para onde correr.

Isso sem contar com o fato de que estava sentada bem ao lado de Wonho, no meio de um silêncio completamente desconfortável. O nosso beijo ainda não tinha saído de minha cabeça, e eu admito que estava envergonhada o suficiente para não ter conseguido criar coragem de olhar em seus olhos novamente.

— Eunbin. - estremeço quando o ouço me chamar no pé do ouvido. Felizmente, o ambiente estava escuro o suficiente a ponto de fazer com que minhas bochechas coradas ficassem escondidas. — Eu acho que vou tentar convencê-los de irmos embora. - uma sensação de alívio invade meu peito. — Você sabe onde fica a chave do carro de Kihyun? - balanço a cabeça afirmativamente. — Ok, então vai pegando as coisas e saindo na minha frente.

— Mas o carro está um pouco distante. - o respondo utilizando um tom de voz alto.

— Quando eu chegar com eles lá fora, você fica tomando conta, enquanto vou buscá-lo.

Por fim, resolvo dar de ombros e fazer o que ficou combinado.

Eu só queria poder me livrar desse som estridente, capaz de estourar os vidros de janelas, e meus tímpanos também.



Me sento no banco do carona ofegante, depois de ter terminado de pôr Sohye no banco de trás, juntamente com Wonho, que ficou responsável por carregar Kihyun. Meus braços estavam doloridos até agora, devido ao imenso esforço que fiz para conseguir manter estes dois de pé na porta da boate; por pouco, não os deixei irem ao encontro do chão. Eles estavam, literalmente, podres; dez minutos foram o suficiente para ambos se entregarem cem por cento ao sono.

— Onde eles moram? - Wonho questiona, sentando-se ao meu lado.

— A casa de Kihyun está mais próxima. É no centro, perto do departamento de polícia. - suspiro, fazendo um coque no meu cabelo suado. — Eu perguntei se vocês poderiam dormir lá até o amanhecer, e ele deixou.

— Eunbin, Kihyun está bêbado; não deve nem mais saber o seu próprio nome. - ri debochadamente, contudo eu apenas ignoro. — Mas enfim, nesta situação, é a melhor opção. - põe a chave na ignição. — Onde você mora, então?

— Eu não sei o endereço da minha rua de có, portanto, durante o caminho eu vou dando as instruções.

Quase soltei um suspiro alto quando finalmente consegui avistar o muro alto de casa.

O trajeto, como imaginei, não foi tão longo assim. Ainda mais que, como era de madrugada, as avenidas estavam praticamente livres. Eu e Wonho viemos tendo uma conversa boa; me senti feliz e confortável quando percebi que os assuntos surgiam entre nós aleatoriamente. Pelo menos assim, aquele clima estranho, de poucas horas atrás, lentamente iria desaparecendo. A nossa amizade poderia ter surgido de forma repentina, porém eu a considerava boa.

STEPS [춤] - shin hoseok.Onde histórias criam vida. Descubra agora