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Clarisse

Hoje não fui pra escola, graças a Deus, então resolvi fazer compras, chego em casa e não tem ninguém, como era de se esperar.
Subo para o meu quarto e começo a conversar com uma amiga, semana que vem tenho uma festa pra ir, e ela vai me ajudar.
Escuto barulhos no andar de baixo, vou descer a escada, quando chego no começo escuto meus pais conversando.
— E se ela não gostar? - Diz minha mãe
— É claro que vai, é a sua mãe, avó dela, ela vai gostar de mudar de casa - Meu pai fala.
— Que mudança? - Pergunto aparecendo atrás deles, acho que não tinham notado minha presença.
Minha mãe me mandou sentar, e lá vem bomba, sempre que ela faz isso é porque tem coisa.
Me sentei e esperei um dos dois começarem a falar .
— Minha mãe está muito mal, ela quer ver as filhas dela, e as netas também, ela pode morrer - começou a chorar, essa gravidez dela, uma hora tá sentimental, depois nervosa, parece uma TPM que não acaba.
— Como ela está mal, teremos que ir para Chicago - Meu pai continuou.
— É por quanto tempo?
— Não sabemos, acho que vamos apenas viajar pra lá por enquanto.
Não estou conseguindo acreditar, não vou me mudar, eu gosto de N. Y, quero ficar aqui, não quero me mudar.
Não disse mais nada, apenas me levantei e fui para o meu quarto, me tranquei e fui me deitar, agora são 15:00, nem quis perguntar quando nós vamos, eu não quero ir.
Começo a escutar alguém batendo na minha porta, pelo jeito é o meu pai, abro a porta e ele entra.
— Clarisse, não se faça de menina mimada, por favor, é importante pra sua mãe.
Pensei direito e acabei aceitando, se é por mamãe, tudo bem, como ela está grávida, não quero que corra nenhum risco.
Concordei e voltei a me deitar.

***

Acordo com os gritos da minha mãe, de cara já me assustei, desço correndo a escada, por pouco não caio, vejo minha mãe sentada no sofá, e um monte de água no chão.
— A bolsa estourou, Clarisse pega a bolsa do bebê no meu quarto, vamos pro hospital - Meu pai diz apressado.
Como ele pediu, assim o fiz, chegamos no carro e fomos até o hospital, chegando lá, levaram minha mãe pra sala de parto, eu e meu pai ficamos sentados esperando.

***

Horas se passaram e nada de um médico nem ao menos vir avisar.
— Parentes de Clara Winter?
Uma médica nós chamou e fomos ver minha mãe, ela estava toda suada, mas parecia bem, notei que segurava um pequeno ser, ele era muito fofo.
— Como vai se chamar - A médica perguntou.
— Brian Winter Smith - digo, fazendo meus pais me olharem - Que foi, eu gosto de Brian.
Depois de um tempo fui pra casa, meu pai me deixou e voltou pro hospital, minha mãe só vai sair amanhã.
Comi qualquer coisa e fui para o quarto, será que ainda vou me mudar, ou viajar, ah sei lá, tô muito confusa.
Decidi tentar dormir, queria acordar e pensar que os meus pais tivessem desistido dessa ideia maluca de viajem.

***

Acordo já com o despertador as 8:00, desço, tomo café e faço minha higiene, tomo um banho e me troco, hoje minha mãe chega em casa, então meu pai quer um almoço especial.
Eu cozinho um pouco, não sou tão nojenta e mimada como dizem, pelo contrário, só quem não me conhece direito acha isso.
Termino tudo, e eles chegam, corri para abraça - los.
Minha mãe colocou meu irmão para dormir e fomos comer.
— A gente ainda vai pra Chicago? - pergunto.
— É claro que sim, sua avó irá amar te conhecer, e ao seu irmão também, sem falar de suas primas - Meu pai fala.
— E quando a gente vai?
— Semana que vem - Minha mãe.
Apenas assenti e voltei a comer, que ótimo, não vou ir a festa, e acho que não tem muitos shoppings em Chicago.
Subo para o meu quarto, consigo ouvir que minha  mãe começou a falar com alguém no telefone e logo em seguida veio até o meu quarto me chamar.
— Querida, teve alguns contratempos, e a sua avó está piorando, conversei com minha irmã, nós vamos ter que mudar para Chicago - Minha mãe fala e eu já estava sem palavras.
Aaa não, não quero ir pra lá.
— Ta bom mãe, quero descansar - Ela sai do meu quarto me deixando sozinha.
Deitei na cama, não queira nem viajar, mudar então.
Peguei meu notebook e fui pesquisar sobre Chicago, não é nenhum estado como Las Vegas, ou Nova York, mas também não é como o Texas, isso é bom.
NÃO, é horrível, sei que não vou me mudar para o campo, mas qual é, eu gosto daqui, eu gosto do campo e tudo, porém não gosto de me sujar tanto, faço o simples como: andar a cavalo, pescar...
Não vou ver muita graça "na minha nova casa"
Então, tô a meia hora procurando alguma coisa para fazer lá, meu pai me sugeriu um acampamento pra passar com as minhas primas, falando nelas, nem as conheço, só sei que a filha mais velha da minha mãe tem uma filha e a irmã gêmea dela tem dois filhos, um menino e uma menina, nunca os vi, nem ao menos conversamos .
A noite chegou, não estou cansada, afinal não fiz nada hoje, só que meu irmão não para de chorar, o que ele quer? Não dava pra dormir não?
Vou até seu quarto, minha mãe dorme feito pedra, já meu pai, tá tentando acalmar Brian.
Chego a seu quarto e o pego dos braços de meu pai, sento na poltrona ao lado do berço e começo a balança - lo, parece que se acalmou, dei a mamadeira, ele é tão fofo, espero que continue assim.
— Você tem jeito pra isso - meu pai cochicha, apenas dei um sorriso como resposta .
Meu pai voltou ao quarto e eu coloquei o pequeno no berço, continuei sentada olhando pra ele dormir, sinto um sono enorme e fecho meus olhos.

***

Acordo com Brian chorando, olho no relógio ao lado e vejo que são 6:00, meu pai tem que resolver algumas coisas do trabalho, e minha mãe, ela está cansada, vou dar um pouco de sossego a eles.
Pego Brian do berço, acho que tem que trocar a fralda, mas como é que se faz isso mesmo?
Minha mãe chega ao quarto e fica me olhando, depois me ensinou a trocar fralda, ela desceu e foi fazer o café, enquanto eu cuidava do meu irmãozinho.
Mamãe também me ajudou a dar banho nele, confesso que estou gostando de cuidar dele.
Tomamos café em silêncio, menos Brian, que não parava de chorar.
Um pouco mais tarde o coloquei para dormir e fui pesquisar sobre aquele acampamento que meu pai tinha falado, eu sempre gostei de armas (ironia né, já que sou meio medrosa) mas sim, elas me fascinam, então sempre quis aprender a atirar.
Acabei aceitando melhor essa ideia de viajar, Aaaa meu irmão acordou, vou ver o que ele tem agora...

C.C.M In World SecuriyOnde histórias criam vida. Descubra agora