Capítulo 1

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Vinícius narrando

Vou falar um pouco da minha história..
Eu cresci aqui no morro, eu morava com minha mãe, meu irmão e meu tio. Meu tio sempre mandou aqui no morro, ele era o "dono do morro". Perdi a minha mãe aos 7 anos, em um confronto que teve aqui no morro. Minha mãe morreu baleada. Meu tio, continuou cuidando de mim e do meu irmão, mas no ano passado, ele simplesmente sumiu, não nos avisou, nem nada, apenas deixou um bilhete pedindo pra eu e pro Henrique cuidar do morro.

Desde então, nós dois moramos sozinhos, bom, não tanto sozinhos. Quase todo dia a namorada do meu irmão tá aqui também ajudando a gente. A irmã dela as vezes vem, mas sempre que vem brigamos. A gente sempre se desentende, não sei por que. Ela sempre que vem aqui se irrita um pouco por causa do meu irmão, ele fica querendo empurrar ela pra mim e ela sempre se estressa. A irmã dela sempre fala que ela gosta de mim, mas acredito que não..

Nesse exato momento eu tô aqui no morro com meu melhor amigo, o Matheus. Eu e o Matheus crescemos juntos, ele é tipo um irmão pra mim, ele me ajuda aqui também.

- Tem baile hoje né? - Matheus perguntou sorrindo - Vai levar quantas pra casa pivete?

- Tu não presta mesmo em. - Falei rindo - Vou levar quantas vier. - Fiz cara de sonso.

- Isso aí, gosto assim. - Matheus disse.

Ellen Narrando...

Eu e minha irmã estamos em casa arrumando nossas bolsas para irmos para o morro. Hoje tem baile lá, eles costumam fazer isso lá todos os sábados. Eu e minha irmã sempre vamos pra lá e ficamos pra dormir. Confesso que me irrito, o irmão do meu cunhado, o Vinícius sempre aparece lá com umas garotas e não sei por que mas aquilo me irrita.

Terminamos de nos arrumar e o Henrique logo chegou pra pegar nos duas e levar pra lá.
Chegamos e fomos direto pra casa dos meninos, o Vinícius não estava em casa, com certeza tá por aí pegando alguma menina, ele não cansa mesmo.

- Ellen, vou lá na boca com o Henrique, você vai? - Minha irmã perguntou.

- Não, vou ficar aqui mesmo. - Respondi e eles saíram.

Aproveitei que estava sozinha, fui na cozinha, fiz brigadeiro e fui pra sala. Coloquei um filme na Netflix e fiquei ali assistindo. Acabei dormindo e deixando o prato de brigadeiro ali no chão.

Quando acordei, Vinícius estava sentado no tapete comendo meu brigadeiro.

- Esse brigadeiro era meu, você sabia? - Falei já gritando com ele.

- Você se acalme viu, se quiser faço três pratos e faço você comer tudo, sua gulosa. - Ele falou. - Me falaram que estava aqui e eu amei a notícia, tava com saudade de te irritar.

- Você não me deixa em paz mesmo né Vinícius? - Falei.

- Você sabe que não - Ele disse rindo. - Da pra você sentar? Quero sentar aí no sofá. - Apenas assenti e ele sentou ao meu lado.

Fiquei ali com ele assistindo por um bom tempo, e teve algum milagre que fez nos dois não brigar. Tava tudo calmo até eu ouvir alguém entrando aos gritos em casa.

- Corre Vinícius, invadiram o morro. - O garoto gritou e saiu correndo.

- Olha Ellen, se tranca em algum quarto e não sai por nada tá bom? Por favor, não sai de casa. - Ele falou pra mim, pegou a 38 na cintura e saiu rápido.

Eu corri pro quarto e fiquei ali com medo, só ouvindo os barulhos de tiro, eu tava com muito medo, pois minha irmã tava lá na boca com o Henrique. Até pensei em sair correndo pra lá, mas o Vinícius disse que não era pra eu sair, podia acontecer algo comigo. Apenas fiquei ali sentada na cama com medo dos tiros.

O barulho de tiro parou totalmente depois de uns 40 minutos.

Vinicius entrou no quarto.

- Ellen, você tá bem? - Ele perguntou. - Desculpa por ter te deixado aqui sozinha e por ter demorado tanto.

- Eu tô bem, relaxa, só tô com medo. - Respondi.

- Vem cá, fica com medo não. - Ele me abraçou.

- Será que minha irmã está bem? - Falei saindo do abraço.

- Tá sim, já entrei em contato. - Ele disse. - Ellen, aproveitando que estamos aqui sozinhos, queria falar com você.

- Tá, pode falar. - Respondi.

- Que tal a gente parar com essas brigas que acontecem sempre que estamos juntos? Que tal nós dois tentarmos ser amigos? - Ele disse olhando para mim.

- Certeza? Será que isso dá certo? - Falei.

- Se nós dois quisermos, dá certo sim. - Ele disse.

- Tá bom então, eu me rendo, sou do bem agora. - Falei rindo.

Ficamos ali assistindo, a minha irmã é o Henrique chegaram e se juntaram a nós. Passamos o resto da tarde assistindo.

O relógio marca 18:00 horas, eu e a Isa decidimos subir para começarmos a nos arrumar. Tomei banho e vesti um vestido preto colado, fiz uma make, ajeitei o cabelo, calcei um salto e desci. Minha irmã ainda não tinha acabado de se arrumar, sentei no sofá e fiquei esperando todo mundo, pela primeira vez consegui me arrumar primeiro que todo mundo.

- Nossa, conseguiu ficar linda rápido hoje - Vinícius falou descendo as escadas.

- Então você tá dizendo que eu sou feia e só fico bonita quando me arrumo? - Falei olhando pra ele.

- Não, não foi isso que eu quis dizer.. é que.. - ele tentou falar e eu o interrompi.

- Deixa pra lá Vinícius. - Falei.

Minha irmã e Henrique desceram e a gente foi logo pro baile. Chegamos juntos e recebemos muitos olhares. Muitas garotas me olhavam querendo me matar, acho que achavam que eu tinha algo com o Vinícius.

Estávamos ali curtindo o baile, decidi ir ao banheiro.
Quando eu estava voltando senti alguém me puxando.

- Garota, eu sou a fiel do Vinícius, pode sair de perto dele. - uma menina disse.

- Tá doidona é? Não tenho nada com o Vinícius não, somos amigos, e se eu quisesse algo com ele. Tenho certeza que você não ia impedir em nada. - Falei e ia saindo quando ela me puxou e me deu um tapa na cara.

Eu não pensei duas vezes e fui pra cima dela. Uma roda logo se abriu ao nosso redor.

- Elleeeeeeeen, eu não acredito, alguém separa gente. - Minha irmã gritou.

Logo em seguida senti alguém me puxar por trás.

- Vamos sair daqui, vou te levar pra casa. - Vinícius falou.

Ele saiu daquele lugar me arrastando, pois a vontade que eu tava era de voltar lá e quebrar aquela menina.
Chegamos em casa e eu fui direto pro quarto, nem falei com ele. Não sei o que deu em mim, mas eu meio que fiquei com raiva dele.

Deitei na cama e escutei alguém bater na porta..

- Posso entrar? - Ele disse.

A Cunhada Do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora