Um mês - Emilly

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Emilly ON-

Hoje acordei animada. É dia de fazer um ensaio fotográfico para uma grande e famosa marca de biquínis. Acordo Mayla, que iria me acompanhar e vamos para o meu ensaio. Está um dia lindo no Rio de Janeiro, fazendo jus ao título de Rio 40°. Chegando no posto 10 da praia de Ipanema, onde seria realizado o ensaio sou recebida pela produção e começamos os preparativos para as fotos. São 4 looks. Tiramos milhões de fotos e na hora de colocar o último look sinto um mal estar.

- Mana, acho que vou desmaiar - digo pra Mayla enquanto sinto uma tontura que me faz perder os sentidos.

- Socorro! - Ouço Mayla gritar enquanto me segura.

Acordo deitada em uma espreguiçadeira e com a produtora jogando água em meu rosto.

- Mana, o que houve? - Mayla me pergunta com uma expressão de preocupação

- Nada! Foi só um mal estar. Não comi nada hoje de manhã.

- Ela não está acostumada com esse sol, vamos encerrar por hoje, as fotos estão maravilhosas! - diz a produtora

Depois desse episódio pego um uber e vou para casa, estou exausta. Apesar de amar meu trabalho devo admitir que as vezes é bem cansativo. Mayla pergunta se não quero ir ao médico, mas afirmo que não há necessidade afinal foi só um mal estar devido ao grande tempo que fiquei exposta ao sol e sem me alimentar direito. Ela não parece muito satisfeita com minha negação mas concorda.

Chegando em casa entro no twitter para falar com meus fãs e vejo uma tag pra mim: Um mês de Emilly campeã. Aquelas palavras me trazem tantas lembranças que eu insisto em não deixar vir à tona. Sempre escondi os sentimentos e lembranças que me machucam em um pedacinho secreto do meu coração, dessa forma elas não doem o tempo todo. Mas ao entrar naquela tag e ver algumas fotos minha com ele as memórias tão bem guardadas vem a tona como um furacão, como se alguém estivesse esmagando meu coração.

Um mês de tudo aquilo, de todo aquele inferno. O Marcos foi expulso da casa e acusado de agressão, mas eu sabia que ele nunca me agrediria. Mayla e alguns dos meus fãs o odiavam e falavam coisas dele que eu preferia não escutar. Quando sai da casa a mana me convenceu a não ir atrás dele. Disse que todas às vezes eu que ia e que ele estava contra mim, achava que eu o havia denunciado. Como ele pode pensar uma coisa dessas de mim. Eu o amava. Concordei em não ir e disse pra mim mesma que esperaria ele se dar conta da injustiça que tava fazendo comigo ao acreditar que eu havia o traído e me procurar. Não aconteceu. Ao invés de um tão sonhado pedido de desculpas ganhei uma carta me acusando das piores coisas do mundo. Ele teve a coragem de me acusar de me vender por dinheiro. Minha vontade era ir até ele e jogar todas as minhas verdades na cara dele, dizer o quão idiota ele era por duvidar de mim. Mas mais uma vez a mana me convenceu que ficar quieta e deixar a história morrer era o melhor pra mim e pra minha carreira. Depois disso jurei que não o procuraria nunca mais. Se ele quisesse conversar um dia bem, se não, amém. Eu ia seguir em frente e sufocar esse sentimento até que ele morresse.  O tempo pode ser cruel. Talvez esperar tenha sido meu erro. Mas isso já não importava mais.

  Algumas lágrimas insistem em cair, mas trato de limpa-las bem rápido. Eu tinha que ser forte! Eu tinha que esquecê-lo! E eu iria.

De repente alguém bate na porta do quarto

- Entra! - digo

Era Mayla com uma sacola na mão.

- O que tem ai? - pergunto me referindo a sacola

- Precisamos conversar! - ela me diz séria.

Por um fioOnde histórias criam vida. Descubra agora