Capítulo 2 - Passeio de barco

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Ontem quando chegando em Veneza, estávamos cansados então viemos direto para o hotel, que também é maravilhoso, e hoje vamos sair para almoçar fora e depois ir andar de barco. Vai ser um ótimo dia.
-Não sei porque nossos pais quiseram tanto que nós ficássemos nesse hotel luxuoso. - Bruno disse enquanto tomávamos café da manhã.
- Há, eu sei. Esse hotel é maravilhoso, é grande, é luxuoso, é simplesmente perfeito. O quarto então, nem se fala, a cama é grande e confortável, o banheiro é enorme e tem até uma banheira, enfim, estou muito bem aqui nesse hotel, poderia morar aqui por anos. - Eu olhei para ele e dei uma risada que também o fez rir.
- Você nem quis ficar no mesmo quarto que eu, economizaria muito mais dinheiro.
-Bruno, não estamos aqui para economizar, e você não é meu namorado, não me sentiria bem dormindo no mesmo quarto que você,  não faça essa viagem ficar estranha. - Eu estava olhando para ele, mas depois do olhar que recebi quando terminei de falar, eu abaixei a cabeça e me concentrei no meu café e na minha comida, e ele não falou mais nada.

Após o café da manhã, fomos dar uma volta nos lugares próximos ao hotel, fizemos até umas compras, porque tinha umas lojinnhas de rua muito fofas, e claro que eu não me aguentei e fui comprar algo em cada uma delas, para ter lembranças. Eu não era muito do tipo de menina que sai sempre com a mãe para fazer compras e falar da vida, mesmo que eu saísse as vezes com a minha, não falávamos da vida, ela me arrastava para o shopping para comprar algo, mas essas lojinnhas de rua sempre me encantaram, e se eu estivesse sozinha, ou até mesmo com alguém, ia direto para elas e comprava algo, independente de ser algo útil ou não, principalmente se era algo que envolvia coisas da natureza, como conchas, pedras, flores, e alguns anéis até eram feitos de casca de árvores antigas e importantes. Eu era uma verdadeira amante da natureza e dos animais.

Passaram algumas horas e decidimos ir almoçar, voltamos para o hotel para deixar as compras e fomos para um restaurante, que não era muito longe, e que diziam que era o melhor da cidade.
- Ual! - Eu disse assim que entrei no restaurante. Ele era grande, e bem rústico, o chão e as paredes tinham a textura de madeira, e as luzes eram somente as lâmpadas, as mesas bem separadas uma da outras, com cadeiras de estofado preto, e as mesas perto da janela tinham um pequeno sofá ao invés de cadeira.
- Bem bonito mesmo. Aonde você quer se sentar? - Ele olhou para mim, e eu apontei para a mesa perto da janela.
Assim que sentamos, um garçom veio nos atender, eu pedi strogonoff de camarão com arroz e um suco de laranja, e Bruno pediu um Bife bem passado com salada e algum molho que não conheço, e um refrigerante.
- Os senhores vão querer sobremesa? - disse o garçom alternando o olhar entre eu e Bruno.
- Agora não, por enquanto é só isso. - Eu falei para ele e olhei para Bruno que concordou com a cabeça. O garçom sorriu e saiu.
Enquanto esperávamos a comida chegar ficamos conversando sobre como esse lugar era lindo, não só o restaurante como todo o resto, e estava animada para o nosso passeio de barco que seria logo depois do almoço.
- Alicie? - Bruno olhou para mim sério. - Você tem me rejeitado como qualquer outra coisa sem ser amigo, e você sabe que eu gosto de você, mas porque você não gosta de mim? Eu sei que você não tem muitos amigos, assim como não teve muitos namorados, e você é linda, muitos outros caras iriam querer você, mas eu posso te fazer feliz como sempre fiz na amizade.
- Bruno, eu... - Eu gaguejei um pouco, não sabia o que falar para aquela declaração repentina. Mas para o meu alívio a comida chegou, me tirando dessa situação embaraçosa.
Eu decidi que não iria responder aquilo que ele disse, não sabia como, então eu fiquei comendo o mais devagar possível, para não precisar falar, e ele não me obrigou a isso, nem ficou pedindo por uma resposta, o que me deixou mais aliviada. Quando a comida acabou, fiquei bebendo meu suco sem parar, o que me deu uma louca vontade de ir no banheiro, então eu chamei o garçom e perguntei onde era, e fui quase que correndo, mas disfarcei a vontade e tentei andar com mais classe possível, mas acho que todos acharam que estava com algum problema nas pernas.
Ficamos mais um tempo sentados sem falar nada depois que voltei para a mesa, até que ele decidiu falar.
- Vamos andar de barco agora ou sua animação foi embora? - Ele me olhou e deu um sorriso de lado.
- Claro que não. Nunca. Vamos agora! - Eu levantei da mesa e chamei o garçom para poder pagar, eu e Bruno dividimos a conta e fomos embora, rumo ao lago onde iríamos andar de barco, o que era totalmente seguro, já que não iria nenhum instrutor com a gente.
Chegando lá, pagamos, colocamos os coletes que eles davam caso alguém caísse na água, mas eu e Bruno sabemos nadar, então não nos importamos muito com eles. Fomos para o barco que alugamos e começamos a remar, porque infelizmente não era com motor, eles achavam que os turistas teriam uma experiência melhor se tivessem que remar de verdade.
- Está um lindo dia hoje né?! - Eu disse enquanto olhava a paisagem perfeita ao nosso redor.
- Está sim. Que bom que estou com você nessa viajem.
- Sou sua melhor amiga bobinho, não teria pessoa melhor para vir com você e aguentar suas chatices. - Eu disse e comecei a rir da cara que ele fez, mas logo ele começou a rir também. E ficamos rindo e conversando, sem nada de estranho entre a gente.
Até que eu decidi levantar e ficar de pé no barco. Nós tínhamos parado de remar, porque os braços estavam cansados e doloridos, então eu tirei o colete, uma vez que ele estava me incomodando.
- Uffa. Tirar isso é tão bom. Porque não tira o seu também? - Eu olhei para Bruno e apontei para o colete.
- Você deveria ficar sentada e de colete.
- Eu sei nadar bruno, e estamos parados no meio do nada, o que poderia acontecer? - infelizmente acho que perguntei muito cedo, pois naquele exato momento um vento forte balançou o barco me fazendo desequilibrar e cair na água.
Eu fui afundando cada vez mais, por mais que eu soubesse nadar, não conseguia subir de volta à superfície, era como se algo estivesse me puxando para baixo com muita força. Eu até ouvi Bruno gritando desesperadamente meu nome, e se jogando na água, mas tudo se tornou um borrão para mim, tinha certeza de que eu morreria ali mesmo.

A RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora