Happy?

211 18 5
                                    

Meus olhos estão avermelhados e eu mal consigo manter-me acordada. Hoje o dia está sendo especialmente mais difícil, pois a noite que se passou certamente foi a melhor de toda a minha vida.

Park ChanYeol é um homem quase dez anos mais velho que eu, mas isso não é algo que está me espantando tanto assim. Na verdade, a única experiência que eu tive com ele, em seu carro, ocorreu quando ambos estávamos sobre o efeito de álcool e drogas, então acredito que tudo isso tenha feito aquilo ser ainda melhor. Eu me sinto um pouco culpada por ter feito tudo aquilo noite passada. Minha mãe tem feito de tudo por mim e para mim, para em um dia só eu quase ser presa, beber e fumar maconha no carro de um desconhecido que estava fazendo um inadequado ato levemente sexual comigo.

Eu estou sentindo falta dele. Não só por ele ter sido meu primeiro em algo, mas por seu jeito quase completamente rude e desleixado, descomplicado. Eu não deveria encarar as coisas dessa forma, eu sei que não, mas é algo inevitável que eu não deseje conhecê-lo mais do que apenas saber que ele é um homem cheio de tatuagens, com um gosto musical ótimo e um poder de indução tão alto que fez com que eu me sentisse impotente e sem forças de decidir algo por mim mesma. Ele conseguiu possuir minha mente como ninguém havia conseguido fazer, em toda a minha vida.

- Lai Westland, você está prestando atenção?
- Sim, eu estou - respondo ao professor de biologia. Ele sorri com desdém e vira-se para frente, ignorando-me. Uma mão em meu ombro me chama, e quando eu viro, Samuel Kang, um dos meus únicos amigos ali, olha para meu rosto como se estivesse tentando entender o que se passa comigo.

- Você saiu ontem, não saiu?
- Está tão óbvio?
- Você está com os olhos vermelhos de tanta ressaca. Ou tem alguma outra razão para eles estarem vermelhos?
- Está bem, eu estou de ressaca e morrendo de dor de cabeça. Eu posso trocar de lugar com você? Eu quero dormir.
- Por mim está tudo bem. Mas tem alguém entrando na sala agora. Depois, podemos trocar e na hora da troca de salas eu te acordo.
- Está bem - digo, virando para frente, e logo depois, vejo que uma das coordenadoras gerais do colégio, senhora Giorgia Lambert, entra na sala caçando por alguém. Os olhos penetrantes da mulher encontram os meus, e eu tento esconder-me. Não que eu não goste dela – na verdade, ela é uma mulher que já me ajudou muitas vezes, inclusive, no próprio caso em que eu quebrei uma cadeira nas costas do professor tarado. Ela foi a única presente no momento que não quis que eu fosse presa.

- Lai Westland, junte seus materiais e venha comigo - ela pede, sua voz doce ecoando pela sala e algumas poucas pessoas prestando atenção nela. Olho para os lados e faço o que ela mandou. Estou com medo de algum representante do senhor Hüstner estar aqui em nome dele, vindo com algum processo para jogar nas costas de minha mãe ou algo assim. Eu nunca tive tanta vontade de atacar alguém outra vez como eu quero atacá-lo agora.

Saio de sala, ao lado de Giorgia, ela ajeitando seus cabelos alisados e escuros.

- Para quê me chamou?
- Um responsável seu está aqui para te buscar. Ele autorizou sua saída.
- "Ele"?
- Sim, é um rapaz. Ele disse ser um primo seu.
- Ele disse seu nome?
- Não, não disse. Mas falou que sua mãe o mandou até aqui para te buscar.
- Está bem. Ele está na porta?
- Sim, ele está. Boa tarde, bom final de semana.
- Boa tarde - respondo-lhe, enquanto esgueiro-me pelas portas do colégio e procuro por aquela pessoa, que eu sabia ter mentido sua identidade descaradamente. Não há ninguém na rua, apenas alguns carros estacionados. Um deles me é familiar, e eu acredito que já devo te visto-o estacionado por aqui em algum dia.

Porém, quando ainda continuo pela procura daquele estranho que se dizia meu parente. Meu próximo passo é voltar para o colégio e dizer que aquilo era um engano, mas então, vejo alguém de óculos escuros e blusa social preta, enrolada até seus antebraços. Vejo suas tatuagens e seus cabelos arroxeados, e ele sorri para mim quando me vê, os olhos reluzindo quando ele tira de seu rosto seus óculos.

addict. ;; pcyOnde histórias criam vida. Descubra agora