O dia começa, e eu estou deitada na cama de ChanYeol. O sol amanheceu a cerca de cinco horas e o tempo já está quente, o que faz com que eu me remexa em meus lençóis, com o corpo febril.
Quando deitei aqui, noite passada, ChanYeol ainda tomava banho, e uma outra sacola de roupas preta estava em cima da cama para que eu as vestisse. Um short curto e confortável, cinza, e uma blusa estranhamente transparente demais e preta estava ali, e eu precisei vesti-las pois não havia mais nada que eu pudesse usar. Ou era usar aquilo, ou era precisar estar nua durante a noite inteira.
- Você já está acordada? - ChanYeol me pergunta, e eu viro-me para ele. Ele está com um par de óculos redondos, ainda sem camisa e com calças pretas, e uma revista nas mãos.
- O que está lendo?
- Inspirações para novas tatuagens. Você não tem nenhuma, não é?
- Eu acredito que você já teria visto.
- Por que? Você teria mostrado?
- Não, ChanYeol. Você é observador em
excesso - digo, colocando o lençol sobre meu peito e cobrindo-o. ChanYeol tira seus óculos, colocando-os ao lado, em sua mesa de cabeceira. Ele puxa o lençol de meu corpo, apenas até meu quadril, e eu cubro meu peito com meus braços.
- Você não entendeu o recado?
- Não, eu não entendi.
- Eu comprei essa blusa transparente de propósito. Seu corpo é espetacular, e seus seios são os mais bonitos que eu já vi na minha vida.
- Você não viu muitas mulheres nuas na vida, não é?
- Você não me conhece, Lai - ele diz, arremessando seu corpo na cama. Ele cobre os olhos com os antebraços, e eu presto atenção agora em vários traços que cobrem seu corpo, alguns mais delicados, outros com escritas, outros com símbolos, mas todos os desenhos parecem ter sido feitos com tanta perfeição que parecem ter nascido com ele.- Quantas tatuagens você tem? - pergunto, deitando-me de bruços. Ele abre os olhos e sorri.
- Dezenove.
- Todas tem significado?
- Elas não precisam ter, eu acho. Muitas tem, outras foram coisas de momento que fizeram sentido para mim naquela hora. Você tem vontade de ter uma?
- Tenho, sim. Mas não tenho idade.
- Você não precisa ter.
- O que quer dizer?
- Por acaso, eu tenho artefatos para tatuagem aqui.
- Por que você tem?
- Um amigo tatuador quis me ensinar e eu aprendi rápido. O que acha de fazer uma?
- Minha mãe certamente veria.
- Eu posso tatuar em algum lugar que ninguém veja.
- Onde?
- Você quer que eu diga?
- Você já tatuou alguém?
- Eu quero tatuar sua bunda. E sim, eu já tatuei alguém.
- Você tatuou alguma das suas putas?
- Você é a primeira puta que eu vou tatuar.
- Eu não sou uma puta.
- Você é quando eu quero que você seja.Silêncio-me e permaneço olhando em seus olhos, até que ele ria e sente-se na cama.
- Você vai me deixar escolher?
- Escolher o quê?
- Sua tatuagem. Ou você quer escolher uma?
- Você não vai tatuar minha bunda. Você acha que eu sou burra o suficiente para deixar você escolher o desenho, ainda em um lugar onde não posso ver?
- Eu não sou esses pirralhos com quem você se envolve, Lai. Eu sou a porra de um adulto, esqueceu? Eu não vou fazer nenhuma gracinha com você.
- Você acha que é meu dono?
- Eu disse isso? - ele pergunta, sério, segurando em meu rosto e apertando-o com sua mão pesada. - Você não pertence a mim e nem a ninguém. E eu não pertenço a ninguém, e nem tenho a intenção de pertencer.Ele solta meu rosto e põe os óculos outra vez, jogando em mim a revista que ele lia até então.
- Eu vou lá pegar os equipamentos. Eu vou te tatuar aqui mesmo, vai ser mais confortável para você.
- Você realmente vai fazer isso?
- Você não disse que queria uma tatuagem? Eu sei tatuar.
- E você vai tatuar minha bunda?
- Irene não pode ver isso. Ou é aí, ou nada feito.Ele sai do quarto e me deixa sozinha. Pego a revista e folheio-a, mas nenhum desenho faz sentido para mim ou me interessa. Suspiro, e ao mesmo tempo em que largo a revista ao meu lado na cama, ChanYeol volta com um suporte lotado de produtos devidamente plastificados nele. Ele sorri para mim, sacana, e fecha a porta com seu pé.
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addict. ;; pcy
FanfictionLai Westland e Park Chanyeol eram estranhos, e se envolveram em um acaso inocente e sem intenção alguma. Com seu convívio e seus costumes, vidas e histórias diferentes, eles acabaram por encontrar algo mais profundo que o amor: o vício.