Todos tem direito à felicidade

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Vinte e quatro semanas se seguiram após nossa noite no escuro e a conversa estranha com nossos corpos colados. Entreguei a Lorenzo os desenhos uma semana depois daquela noite, e ele concordou que haviam ficado muito bons.

Lorenzo levou cinco meses para produzir a coleção e eu levei quase o mesmo tempo planejando a festa. Tudo teria que sair absolutamente perfeito.

Era uma segunda-feira de manhã, algumas semanas antes da festa quando entrei em seu escritório com uma pasta e seis cardápios.

                – Precisamos decidir o que vai ser servido na festa. O tipo de comida, entrada, prato principal, sobremesa e bebidas. – sentei

                – Decida você. – não desviou os olhos do computador.

                – OK. Vamos comer lagosta da Tailândia, carne de búfalo e sorvete de pistache. – ironizei – Olhe para mim e decida isso comigo para depois não reclamar que a comida não estava boa. – dei um tapa na mão que apoiava sua cabeça.

                – Puta que pariu Melissa! Como você é insuportável. Eu falei que você podia fazer o que bem entendesse com essa festa, mas veio encher meu saco com lista de convidados, pediu opinião nas flores e agora a comida. Não pode me deixar em paz e planejar sozinha esta festa? – quase gritou comigo. Ia ter uma bela surpresa se resolvesse gritar.

                – Não, não posso. Agora, olhe os cardápios. Temos a opção francesa, tailandesa, chinesa, indiana, italiana e alemã. – disse olhando em minha lista

                – Francesa. É isso? Pode ir embora.

                – Não.

Depois de muita discussão e briga, acabamos decidindo juntos a entrada: Coquilles Saint-Jacques. Brigamos pelo prato principal, Lorenzo venceu com o delicioso, mas comum, Coq au Vin. Decretei que a sobremesa seria Mont Blanc. Escolhi sozinha os melhores vinhos e champanhes e sai de seu escritório antes que ele mandasse chamar a segurança.

Fui almoçar com Lucinda e juntas fomos escolher meu vestido. Ela estava inconformada em não participar da organização da festa, queria ao menos ajudar com o meu vestido. Fomos até a 158 Mercer Street, número 10012. Loja Vera Wang.

Escolhi um vestido branco e preto tomara que caia.

                – Não vai me contar nem um detalhe da festa? – fez bico

                – Eu não posso. Juro que contaria, mas Lorenzo vai cortar o meu pescoço se eu contar e eu quero que seja surpresa. Não é só você que organiza boas festas.

Ri.

                – Você não está organizando uma simples festa. Você produziu uma coleção e é a responsável pela festa de lançamento. Você não faz ideia de como a mídia está alucinada querendo saber detalhes.

                – Só vão saber na noite do lançamento. Nem um único detalhe antes.

Era óbvio que todos iam querer saber o que ia resultar uma parceria do empresário mais discreto e certinho da Big Apple com a fotógrafa e designer que vivia envolvida em algum escândalo de grandes proporções. A resposta para as dúvidas seria nossa coleção impecável. Dei a cobertura exclusiva da festa para a Vogue, que se deliciou sabendo que teria uma entrevista conosco.

Noite da festa

Nossa lista era de mil e quinhentos convidados, entre clientes, empresários, socialites, ricos e famosos e as pessoas mais importantes de Nova York.

O Fogo do DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora