Capítulo 3

578 28 2
                                    

Amelia fitou seu professor com um olhar receoso, muito compelida a negar o convite. William percebendo que ela negaria, lutou contra a voz da razão que cismava em soar em sua mente, dizendo que ela negar era melhor opção. Entretanto encara-la tão de perto fez sua consciência ser esmagada.

— Por favor, Amelia, se você ficar doente eu nunca vou me perdoar, alem disso você pode olhar pela janela e ver quando sua amiga chegar.

            Amelia pôde perceber a preocupação genuína na voz de William, e mais alguma coisa  em seu olhar que ela não soube interpretar.

— Tudo bem. — ela concordou — Estou mesmo morrendo de frio.

William colocou a mão em suas costas, para guia-la em direção ao seu prédio e aquele simples toque fez o corpo de Amelia estremecer.

— Nossa, você está realmente com frio.

            Calada, ela assentiu, sabendo que seu arrepio não fora pelo frio.

— Vamos logo então. — William apressou os passos levando Amelia consigo.

Assim que entraram no apartamento Amelia ficou encantada. E a primeira coisa que chamou atenção de seus olhos, próximo à janela, foi uma enorme estante com muitos livros. Tantos que ela mal coseguia dizer quantos tinham.

            Os demais moveis eram claros, e muito bonitos. O apartamento era grande, bem maior que o dela. E seu professor realmente tinha uma lareira.

— Lindo apartamento! — ela disse sem tirar os olhos da estante.

— Eu tentei torna-lo o mais aconchegante possível. E claro, não poderiam faltar muitos livros.

            Ela se aproximou da estante, mas William a puxou pela mão antes que ela conseguisse começar a ler os títulos.

— Você pode ver os livros à vontade, mas primeiro... — ele a puxou pelo corredor e parou diante de uma porta branca — Há toalhas limpas no aquecedor. Tome um banho, leve o tempo que precisar.

            Amelia entrou no banheiro e ficou impressionada com a limpeza do local. Todas as louças e utensílios, azulejo e piso, toalhas. Tudo era incrivelmente branco.          Lentamente ela começou a se despir, sem saber exatamente onde colocar suas roupas molhadas, naquele imaculado banheiro.

            Quando Amelia sentiu a água quente bater em seu corpo, foi relaxante. Ela estava gelada e podia sentir seu corpo aquecer com o toque da água. Estava totalmente debaixo da água, deixando que aquele calor lavasse seus cabelos, quando ouviu batidas na porta. Sua primeira reação foi tentar se cobrir, mas ninguém entrou.

— Amelia, preciso deixar umas roupas para você e pegar as suas para pôr na secadora. — a voz de William soou do lado de fora do banheiro — Prometo não olhar, mas terei que abrir a porta um pouco, para colocar a roupa em cima da pia.

            Amelia suspirou.

            Como ele não iria olhar?

— Por favor, Amelia. Confie em mim. — ele disse sem ainda tocar a maçaneta.

— Tudo bem. — ela respondeu e sua voz saiu um pouco mais fina do que pretendia.

            William entrou com uma das mãos por cima dos olhos, caminhando lenta e precisamente em direção à pia, depois que colocou ele se virou de costas para ela  e tirou a mão dos olhos.

—  A temperatura da água está boa? — ele perguntou.

— Está ótima. — ela respondeu timidamente, lutando com seus pensamentos, que desejava ardentemente que ele se virasse para olhá-la.

As lições do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora