Capítulo 5

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Acordo e já tem uma mensagem no meu celular. Provavelmente chegou enquanto eu estava dormindo.

Eduardo: Obrigado por ontem ❤️ Minha mãe não para de falar de você!

Sorrio com a mensagem e vou me arrumar. Chego a escola e encontro as meninas, elas estão com um sorriso enorme. Ambas me olhando com expectativa.

Quem em sã consciência fica feliz a esta hora da manhã?

Quando adentro a escola todos os armários têm um coração de origami, cada um de uma cor. Rafa me diz que meu nome está escrito em todos os corações. T-O-D-O-S. E o meu armário está repleto deles em toda sua extensão. É lindo e surpreendente. Quando abro, há um único coração vermelho de origami e dentro está escrito:

"Surpresa!

Verdade ou Desafio?"

Eu estava completamente enrascada. Logicamente. Mas a pergunta que não quer calar: Como ele fez tudo isso em tão pouco tempo?

Gio, a mais curiosa do grupo, me pergunta quem é o autor da façanha. Mostrar o bilhete que Eduardo escreveu não o denunciaria. Mas, também, não quero plantar o bichinho da dúvida em ninguém. E este é um segredo que quero guardar, afinal, não posso deixar o plano de lado. Digo que o "admirador" ainda é secreto. E a desculpa cola.

O foco hoje é reeleger o meu "possível namorado" e fazer acontecer.

Entro na sala de aula e encontro Eduardo conversando com a Júlia. Ele percebe que eu entrei, mas não levanta o olhar. Logo depois, o professor entra com um buquê enorme na mão e diz, lendo um cartão:

"Maria Eduarda, isto é surpreendente o suficiente pra você?!"

Eu não sei em que buraco eu posso me enfiar agora. Mas, se pudesse cavar um agora, não pensaria duas vezes.

O professor não poupa minha "dignidade" e continua:

— Senhorita Maria Eduarda, não faço ideia de quem mandou isto, nem um cartão a pessoa se dignou a enviar. - Ele bufa. — Mas quer fazer o favor de vir buscar?

Eu queria ter aquela dose de coragem que às vezes tenho, mas ainda não me movi, nem sei como fazer isso. Todos os olhares estão em mim e eu devo estar vermelha dos pés à cabeça. Só consigo olhar para o buquê. E ainda tem o fato de que não posso denunciar o causador disto, pois fui eu quem pediu, então olhar para Eduardo está fora de cogitação.

Mas ele levanta de sua cadeira, pega o buquê do professor, que agradece. Para na minha frente, com um sorrisinho que só eu identifiquei a razão, estende o buquê e diz, olhando em meus olhos (como se estivesse lendo o cartão):

"Maria Eduarda, isto é surpreendente o suficiente pra você?!"

Dou um sorriso e tento disfarçar o, máximo possível, o fato de que o garoto que me enviou as flores é o mesmo que está as entregando a mim, como se fosse outro. O resto da aula passa voando até a hora do intervalo. Nunca imaginei chamar tanta atenção. Parece que cada pessoa nesta escola está falando sobre mim e o "cara romântico".

Vou ao meu armário e penso no que vou fazer com a quantidade exorbitante de flores que tenho em minhas mãos e origamis no armário. Tomo um susto quando Bruno, aquele músico, segundo lugar na minha lista dois, aparece.

— Uau, buquê legal. E... isso tudo... - Ele aponta os origamis. — O cara deve estar muito apaixonado.

— Não. - Dou de ombros. — Foi só uma brincadeira. Nada demais.

Verdade ou Desafio?Onde histórias criam vida. Descubra agora