Tocamos a última nota juntos, e só agora noto que ela já não esta mais tremendo tanto.
—Obrigada Christian.
—Não agradeça. —Digo calmamente e acaricio seu rosto. Ele fecha os olhos e solta um pequeno suspiro.
—Será que eu posso ir descansar? Minha cabeça está doendo... Por favor.
—Pare de pedir minha permissão para tudo.
—Desculpe.
—Pare de se desculpar também.
—Ah Christian, pare de ser chato! —Ela diz pegando-me de surpresa, mas vejo o arrependimento brotar em seus olhos. —Me desculpe.
—Você fez de novo.
—Ah! —Anastásia exclama balançando a cabeça. —Eu realmente preciso dormir.
—Ok. Eu te mostro o quarto.
—Ok. —Ela se levanta com delicadeza e eu levanto logo em seguida.
Quando vamos subir a escada Anastásia para e me encara com um pouco de medo.
—Eu posso te pedir algo?
—O que quiser.
—Fica comigo? Eu sei que se você me deixar sozinha eu vou fugir, mas eu não quero mais voltar para aquela vida. —Seus olhos marejam e meu coração dispara.
Eu sinto que ela vai chorar, e tenho vontade de tomá-la em meus braços e cuidar dessa garota, mas ao mesmo tempo eu tenho medo, então a indecisão me faz ficar parado de boca aberta.
—Me desculpe, eu não deveria ter pedido isso. —Ela diz depois de minutos em silêncio.
—Espera. —Seguro sua mão impedindo-a de subir. —Hã... Vem comigo.
—Para onde?
—Só me acompanhe.
Descemos o que já tínhamos subido e vamos em direção ao meu quarto. Abro a porta e quando entramos eu a encosto.
—O que estamos fazendo aqui? —Anastásia pergunta curiosa.
—Eu não quero te deixar sozinha... —Digo coçando a cabeça. —Então... Nós podemos ficar aqui. Até você se acostumar.
—Muita gentileza da sua parte. —Ela sorri causando-me sensações desconhecidas.
Ficamos os dois parados como duas crianças encarando um ao outro, sem saber o que dizer. E isso por mais de cinco minutos, mas resolvo falar quando vejo Anastásia começar a tremer o queixo.
—Vem aqui. —Puxo-a pela mão e a coloco sentada sobre minha cama. Isso é estranho, mas eu vou ter que superar. —Me fale mais sobre você?
—O que quer saber? —Ela diz abraçando as próprias pernas e eu tenho uma visão ampla das suas coxas e algo mais que minha cueca está cobrindo.
—Hã... Sua mãe? Como ela é?
—Uma mulher e tanto. É bondosa. Virtuosa. Amorosa. Sabe lidar com qualquer situação. Meu exemplo perfeito de mãe.
—Se seus pais são tão amorosos como você diz, como eles te deixaram cair?
—Pais perfeitos. Ou você tem pais que te deem atenção. Ou você tem ótimos pais.
—Eu tenho os dois.
—Eu não. Meus pais tinham que ser exemplo para as pessoas... Dar atenção aos fiéis... Mas eles se esqueceram de mim. Esqueceram-se de ser presentes na minha vida. De me dar o amor que eles distribuíam para as pessoas. E vendo tudo isso eu percebi que eu não era como eles. Perfeita.
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Ainda Me Amarás Amanhã?
FanficNão era o medo de confiar... Era o medo que todo o amor acabasse. Confiar em Deus? Sim, eu confiava plenamente... Mas era o amor daquele homem que me deixava confusa. Por que ele escolheu amar uma garota como eu? Logo eu que sou tão imunda. Que carr...