Capítulo 1

825 66 19
                                    

SIM!

Luana F. Portugal





COPYRIGHT © 2019 - LUANAF.PORTUGAL

É proibida a reprodução total e parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem permissão escrita da autora (Lei nº 9.610 de 19/02/1998). Esta é uma obra de ficção.

Capa

LuanaF.Portugal

Revisão de Texto

Elaine D.R. da Silva

Diagramação

LuanaF.Portugal

PORTUGAL, LUANAF.

SIM! | 1ª Ed.

Todos os direitos reservados, incluindo os direitos de reprodução integral ou em qualquer forma.


1

O fim de semana está sendo como outro qualquer, e eu não estou a fim de fazer nada, para variar. Meu celular não para de vibrar por conta dos meus grupos de mensagens. Quero muito ficar em casa, entretanto, a curiosidade é tanta que vejo uma mensagem privada de uma amiga de um grupo de encontro de estrangeiros: "Encontro hj em Copa e vc vai".

Mônica só pode estar de brincadeira! Já falei que não sairia de casa hoje. Ela sabe que estou sem trabalhar e não recebo encomendas de doces faz tempo. Essa crise que não passa nunca - Pensei.

Ainda bem que posso contar com meus pais e minha irmã. Por falar nela, daqui a pouco Laís chega e irá falar no meu ouvido porque ainda não arrumei a casa.

— Manaa, cheguei! Ah, não acredito que você ainda está de pijama, Laura! Cara, você precisa sair dessa depressão! Nem parece aquela mulher decidida e cheia de si! — Ela me abraça e pela primeira vez não tenho pena de mim mesma e nem choro.

E daí que estou acima do peso? E daí que estou sem transar faz meses, que não tenho uma única encomenda de doces, que tive que abandonar minha tão sonhada faculdade de gastronomia? Hoje eu vou, sim, sair com a Mônica e me divertir! Mas claro que terei de pedir dinheiro emprestado à minha irmã. A que ponto cheguei... Eu, com 34 anos, tendo que pedir dinheiro emprestado à minha irmã, quando era eu quem emprestava a ela.

— Laís, a Mônica me chamou para sair hoje. Será que você teria pelo menos o dindim da passagem para me emprestar? — A vergonha por essa situação é maior que tudo.

— Claro! Você já me ajudou e hoje sou eu quem te ajuda. Afinal, você é minha irmã, né, sua tonta? — Faço uma careta, mas pego o dinheiro assim mesmo.

Mando uma mensagem para Mônica, confirmando a saída de hoje: "Combinado! Te espero no metrô da Cinelândia. Bjs!" Não entendi por que ela mudou o ponto de encontro, mas tudo bem.

Estou arrumando o apartamento, quando vejo que já são oito da noite. Então, Começo todo o ritual para ficar linda e maravilhosa. Ainda bem que já tenho tudo preparado.

Coloco meu vestido tubinho preto, que Laís diz ser de piriguete, mas não ligo, porque gosto dele e me sinto mais sexy. Meu cabelo está um Black Power poderoso e não terei muito o que arrumar. Na maquiagem, hoje, vou destacar os olhos e está bom pra cacete.

Quando olho no relógio, já são quase dez da noite e Mônica já mandou várias mensagens perguntando onde estou. Saio correndo, afinal ainda preciso pegar o ônibus e depois o metrô. Caraca!

— Tchau, mana! — Dou um beijo na sua bochecha. — Tchau, Matheus! — despeço-me também do namorado dela, que acaba de chegar, e saio, sem esperar resposta.

Tomo cuidado para não cair na escada com o salto que coloquei. Tento andar o mais rápido possível e finalmente consigo chegar ao ponto. Para a minha sorte, logo vem o ônibus e, minutos depois, chego ao metrô.

Ainda bem que é sexta-feira e tem um monte de gente indo para a Lapa junto comigo.

Durante a viagem, vou trocando mensagens com a Mônica e fico sabendo que o pessoal do grupo de encontro decidiu ir para uma boate na Lapa. Não falo nada. Quando a encontrar tentarei convencê-la a não entrar.

Depois de quase cinquenta minutos, chego ao meu destino.

— Monica! Cheguei, finalmente! — A chamo.

— Caramba! Achei que não vinha mais! — Ela vem em minha direção e me abraça. — Vem, vamos! O pessoal está nos esperando no "La Estrada".

Detive-me de repente e com muita vergonha.

— Que foi Laura? Você prometeu! — Ela me olha sem entender.

— Mônica, eu... Eu não posso pagar a entrada! Vim porque você disse que era em Copacabana, depois mudou para a Lapa. Achei que ficaríamos pela rua ou em uma dessas casas com entrada gratuita.

Ela me olha e dá um sorriso.

— Amigos servem para isso, Laura! Hoje eu te ajudo, amanhã você me ajuda, e por aí vai. — E com um sorriso, vamos em direção à boate que ela falou.

Entramos. Nossos conhecidos do grupo de encontro estão nos esperando, incluindo os novos que chegaram de viagem hoje. Começo a cumprimentar a todos e ser apresentada. É tanta gente que não lembro mais quem é quem, até que me apresentam ao Hugo, ou Hugh.

Como ele é lindo! Parece ter a mesma idade que eu. É alto, olhos azuis, cabelos castanhos escuros e tenho que levar olhar para cima e ficar na ponta dos pés para cumprimentá-lo, tamanha sua altura.

Ao apertarmos as mãos, e me apoiar em seu ombro, sinto sua outra mão em minha cintura, tão firme que quase me esqueço de todo o resto. Continuo falando com as outras pessoas, mas minha cintura parece pegar fogo onde a mão dele me tocou.

A noite está como sempre: música alta, gente bêbada passando vergonha, mulheres vulgares dando em cima dos gringos e outras não tão vulgares assim. Isso está realmente me cansando. Definitivamente, não tenho mais idade para isso. A noite mal começou e já quero voltar para a minha cama. Então, vejo Mônica vindo em minha direção, toda animada.

— Amigaaa! — Ela berra, como se eu estivesse a um quilômetro de distância dela. — O Rafa e os gringos chamaram a turma para o apê do JP, vamos?

Abro minha boca para recusar com todo gosto, mas percebo dois pares de olhos azuis me encarando.

— Então?! Vamos? — Ela grita ainda mais alto.

No mesmo instante, me vejo concordando com minha amiga. Acho que o jogo virou!

SIM (Revisão 2019.2) Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora