Capítulo Três

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"Nós dissemos que não seria amor, mas sentimos a adrenalina, que nos fez acreditar."

Ele ficou surpreso com a minha escolha. Eu também fiquei.

Em que fui me meter?

Toda atenção estava focado em nós dois agora no meio daquela roda.

"Pega leve irmão." Elliot falou, chegando por trás dele e tocando o seu ombro. Kate deixou a sua mão e veio para o meu lado, com um sorriso brincando em seus lábios.

"Eu te desafio a me beijar."

O QUE?! minha boca se abriu. Eu olhei para Kate e ela me olhou, surpresa também.

"Não." eu neguei.

"Assim não vale! Regras são regras!" alguém reclamou. Mas nenhum de nós dois ligamos porque estávamos nessa troca de olhares intensa.

Christian sorriu. Aquele tipo de sorriso confiante. Ele não escutou o que eu falei?

"Você pode não me beijar agora, mas até o final dessa festa você vai. E você vai gostar, Ana."

Eu perdi o fôlego. Eu não escutei mais nada depois disso, eu só fiquei perdida naquela intensidade dos olhos de Christian sobre mim. Ele se levantou e passou ao meu lado. Mas o seu perfume ficou. Ficou queimando em meu nariz.

Quando a brincadeira acabou, Kate me puxou pra um canto.

"O que foi isso garota?"

Eu respirei fundo.

"Nem me pergunte!"

"Você vai beijar ele?" que pergunta era essa, Katherine?

"É claro que não!"

E mais uma vez, eu neguei. Mas quem eu estava querendo enganar? Lá no fundo, eu sabia que iria beijá-lo. E talvez eu queria.

Eu deixei Kate com o seu namorado na sala porque a minha cota de presenciar tanto grude já tinha se esgotado. E eu também precisava de um pouco de ar. Caminhei até a cozinha pra pegar algo para molhar a minha garganta. E como já não me sentia mais uma completa forever alone naquela casa para precisar de companhia, fui sozinha assim mesmo.

Não tinha outra coisa além de álcool no freezer daquela cozinha. Eu olhei para a garrafa de energético e olhei para a torneira. Álcool ou água de novo?

Balancei os meus ombros e escolhi o álcool. Uma vez não faria mal a ninguém, faria?

"Eu não te recomendaria Red Bull para o seu primeiro porre." Christian falou, encostado na porta, seus pés cruzados e aqueles olhos cinzas me encarando. Eu pulei para trás devido ao susto.

"Eu não vou ficar bêbada." rebati.

"Você vai sim Ana, acredite. O seu organismo nunca teve sequer uma gota de álcool. Eu sei do que estou falando."

Respirei fundo e ponderei que talvez ele tivesse razão. Eu não queria acordar no outro dia com uma ressaca daquelas. O que eu iria dizer para a minha mãe?

Com esses pensamentos, coloquei o bendito do energético de volta ao freezer.

"Está bom agora, pai?!" eu me virei pra ele.

Christian sorriu. Aquele sorriso de novo.

"Ótimo. Eu quero você esteja lúcida quando me beijar."

Cinquenta Tons de Cinza: Dezessete e... GRÁVIDA?Onde histórias criam vida. Descubra agora