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Melanie

"Uma dose de paixão pulsou em minhas veias, eu me senti viva de novo, pena que as vezes o melhor a fazer é partir, pois eu não parti, eu fiquei e foi a pior coisa que eu fiz... "

Eu estava do lado de fora da diretoria junto com Giulia e com o professor, estavamos esperando a diretora terminar de atender um aluno do 9°Ano.
- Quem começou a briga lá dentro? - O professor perguntou.
- ELA - Dissemos juntas.
- Eu realmente não esperava que houvesse uma briga no primeiro dia de aula de vocês!
- Não tenho culpa se uma garota selvagem dessa foi parar na minha sala. - Ela disse com desdém.
- Tua sala não, na turma em que você estuda, pois a sala não está nem perto de ser sua. - Eu disse.
A porta foi aberta e o garoto que estava na diretoria saiu, em seguida Sra. Cecilia nos pede para entrar na sala dela.

- Ao que devo a honra? - Perguntou ela.
- Discussão dentro da sala Sra. Diretora. - Professor falou.
- Quem começou a discussão? - Perguntou ela.
- Giulia. - Respondeu o professor.
- Poderia me dar licença Sr. Paulo? - Perguntou Sra. Cecilia.
- Claro.

Assim que o professor saiu a dona Cecilia começou a mexer no computador existente em cima de sua mesa parecendo nem se importar com a nossa presença ali.
Depois de alguns minutos ela virou em nossa direção e começou a sua elaborada palestra.

- Garotas, nossa escola tem por missão torna-los pessoas de boa fé, com responsabilidades e com respeito. Oque acham que irão ganhar discutindo? - Cecilia perguntou.
- Eu me apresentei e essa garota começou a ser inconveniente.
- Giulia, você já está aqui a um bom tempo, sabe bem as regras da escola e sabe que não toleramos xingamentos e discussões, portanto levará uma ocorrencia e um dia de suspenção. Não quero lhe ver aqui amanhã. Já pode ir.
- Mas... - Ela tentou argumentar mas foi em vão.
- Já tomei a decisão e a senhorita sabe que eu não volto atrás.
Giulia saiu da sala batendo o pé e quando eu iria me levantar para sair junto ela me chama.
- Fica um pouquinho mais, quero falar com você.
- Tudo bem.
-  Melanie, fiquei sabendo que você é especial, que renasceu.
- Sra. Cecilia, não sou especial por ter "renascido" como a sra.falou, eu fui presentiada por ter salvado vidas aqui, então não me trate de forma diferente, eu sou uma pessoa normal.
- Desculpe o meu modo de falar, mas saiba que eu irei ter uma grande consideração por você. Pode ir.

Sai da sala um pouco pensativa, eu não queria tratamento diferente, eu quero ser uma pessoa normal, eu não queria que ninguém soubesse sobre meu suposto renascimento.
Dês que eu voltei de lá, não tive mais notícias de meu irmão, ele não apareceu para mim, ele não se mostrou interessado em mim, e eu realmente não aguento mais isso, as pessoas não ligam para mim, os amigos que eu achava que tinha não se importam, não sentem se quer um pingo de saudade, e isso doí muito.

Comecei a andar pela escola até encontrar minha sala, dei três batidas na porta e então abri a mesma pedindo licença para a professora que estava na sala e me sentei em minha carteira.

- Você deve ser a Senhorita Melanie, não é? - A professora perguntou.
- Sou sim.
- Estava esperando a sua chegada para dar o recado. Então como todos sabem, eu sempre gosto de dar um trabalho em grupo no primeiro dia de aula para que vocês possam se conhecer melhor. Dessa vez vocês terão sorte, vou deixar vocês escolherem os grupos mas incluindo o Lucas e a Melanie. Podem se organizar.

Dito isso todos começaram a se juntar em grupinhos e eu fiquei sentada em minha carteira até que Verô me chama para fazer o trabalho com eles. Ela me disse que a professora sempre faz esse tipo de coisa no primeiro dia de aula, e que a gente teria que ir na casa de um de nós, então ofereci minha casa para fazer esse trabalho e eles concordaram.
Eu queria passar uma boa impressão a eles, eu havia gostado de Verô, de Lucas e até mesmo de Felipe.

A aula acabou e então marquei de eles irem a minha casa as 15:00, passei o endereço e então Felipe disse que iria chamar Mattew pois eles eram como irmãos. Eu confirmei e então fui para casa. Eu estava indo a pé pois não queria depender de motorista para andar por ai, um carro parou do meu lado e escutei alguém perguntando se eu queria carona. Lucas. Eu aceitei e então dei as cordenadas de minha casa ao moço que estava a dirigir. Ele não era velho, aparentava ter uns 19 anos e percebendo minha confusão Lucas disse:
- Esse é meu irmão JP, JP essa é Melanie.
- Prazer.
- O prazer é meu. - Disse JP.
Depois de alguns minutos chegamos a minha casa.
- Está entregue. - JP disse.
Dei um beijo na bochecha de Lucas e na de JP. Assim que entrei em casa fui direto falar com meus pais para avisa-los sobre o trabalho. Minha mãe ficou super feliz e meu pai não gostou nada pois teria mais garotos do que garotas em meu grupo.
Fui para o meu quarto e me deitei em minha cama, eu estava nostalgica demais hoje, pensando em como a minha vida mudou de uma hora para a outra. Tudo havia começado quando meu irmão morreu, por muito tempo um vazio imenso me tomou por inteiro, até que me mudei e conheci o amor da minha vida, ele de certa forma tornou meu vazio menor, foi como se ele tivesse me completado, mas bastou alguns meses para ele se mostrar igual aos outros, ele desistiu de mim na primeira oportunidade, arrancou o curativo que ele mesmo havia criado no meu coração e foi ai que meu mundo desabou por completo.
Três batidinhas. Bastou três batidinhas para me tirar do poço que eu estava entrando com aqueles pensamentos.
Desci as escadas correndo e quando cheguei em frente a porta fiz questão de observar se estava tudo em seu devido lugar. Abri a porta e lá estavam eles, mas havia mais alguém, JP.
Pedi para que eles entrassem e então todos se sentaram no sofá que havia na sala, e em sintonia eu sentei junto.

- Vamos fazer o trabalho? - Perguntei e eles se olharam e começaram a rir. - Falei algo engraçado?
- Não, é que a gente nunca faz os trabalhos de cara, sempre deixamos para depois! - Verô explicou.
- E aliás... - Lucas começou a falar. - Só viemos conhecer sua casa e te sequestrar.
- Que? - Perguntei sem entender.
- Vamos fazer o trabalho na casa do Lucas, por isso o JP ta aqui. - Verô disse.
- Aah, ta. Vou ali avisar minha mãe que eu to saindo. - Eu disse e caminhei até a cozinha.

Quando eu cheguei lá disse para ela que eu iria para a casa de Lucas com os outros e que a noite eu voltava. Eu estava com um pouco de medo, afinal não sabia nada sobre eles, apenas seus nomes e a turma de cada um.
Voltei para a sala e falei que ia mostrar a casa para eles, então todos prontamente se levantaram e começaram a me seguir, eu mostrei toda a casa menos a biblioteca, não por eu ser egoísta e não querer emprestar livros, mas por achar que eles não gostavam de leitura. Quando iamos para a casa de Lucas, Verô decidiu falar algo.

- Oque tem naquela porta? - Ela perguntou apontando para a Biblioteca. DROGA!
- Meu cantinho.
-Deixa a gente ver? - Perguntou Mattew.
- Vem.

Levei eles até a porta e então a abri. Quando Verô, Lucas e Felipe viram, prontamente sairam correndo para dentro da biblioteca. Lucas saiu correndo para a estante em que ficava meus livros preferidos. Verô e Felipe pularam no puf e eu e Mattew ficamos observando de longe.

É tão engraçado como minha vida mudou em tão pouco tempo, mas parecendo estar assim a anos...

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DESCULPEM PELO AMOR DE DEUS!
EU JURO QUE NÃO SEI OQUE ACONTECEU COMIGO, EU SIMPLESMENTE SAI DO CAMINHO, E EU NÃO SEI COMO!

DESCULPEM MESMO, AMO VOCÊS!!

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⏰ Última atualização: Sep 14, 2017 ⏰

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