Estações - Outono (3° Temp)

VII

—Assine aqui, por favor — pediu Dinah, colocando um contrato sobre a mesa, jogando em seguida, a caneta.

Ele pegou o contrato e o analisou, ficando em silêncio.

—Vamos — insistiu Camila, já impaciente.

—Calma, estou lendo — defendeu-se, voltando sua atenção para as folhas.

—Caso não tenha entendido, isso é um contrato que assegura a quebra do "namoro por contrato" — explicou Dinah.

—Mas eu já rasguei todas as cópias. Não confia na minha palavra?

—Não — respondemos em uníssono.

Ele apenas bufou e pegou a caneta, assinando o contrato.

—Bem, se me derem licença — disse levantando-se, e arrumando o paletó —Eu tenho uma gravadora para organizar — dito isso, se retirou.

Nós comemoramos, finalmente estávamos livres de qualquer coisa. Camila virou-se para mim e beijou-me, beijou-me de maneira carinhosa.

—O que acham de um lanche no Nandoo's? — sugeriu Harry, fazendo com que nos separássemos para fitá-lo —Tudo por minha conta para comemorar a nossa liberdade! — gritou, subindo na cadeira.

—Não se empolga muito, querido — pediu Louis, puxando-o para baixo.

—Você quer ir, amor? — Questionou Camila para mim.

—Se você quiser, podemos ir — respondi-a, dando de ombros.

—A questão é: você quer? — frisou, pegando minha mão direita.

—Gosto do Nandoo's — murmurei, dando um sorriso.

—O casal já se decidiu, ou está difícil? — Questionou Dinah, de braços cruzados.

—Nós iremos — respondi-a, fitando a loira.

—Ótimo! — Disse Harry em uma empolgação.

Eu sei que eu estava esgotada, o acidente me trouxe como consequência um cansaço repentino, sem falar no meu braço direito que está doendo, mas Camila estava tão animada e eu podia ver seus olhos transbordarem de alegria, e se ela queria comemorar, então eu estaria ao seu lado. Saímos da gravadora em meio à conversas paralelas.

—Vocês irão finalmente assumir o relacionamento de vocês? — Questionei.

—Não iremos nos pronunciar na mídia, mas também iremos nos esconder como antes. — Harry deu deu ombros ao falar.

—E quanto à vocês? — Perguntou Louis.

—Se alguém perguntar eu direi que estou com Lauren — disse Camila.

—Vou passar na Normani, e pegá-la, por isso nos esperem — gritou Dinah indo em direção ao seu carro.

—Seja rápida, Jane — Louis gritou de volta.

—Nos vemos lá — murmurou Camila, e então, passamos a ir em direção ao carro dela.

Odeio essa cadeira de rodas e odeio o fato de não poder dirigir, e também odeio dar trabalho para Camila. Ela destravou o alarme e abriu a porta do passageiro para mim, empurrou o banco para trás e ajudou a ficar de pé para em seguida, eu me sentar no banco. Ela sorriu e deu-me um selinho antes de fechar a porta do carro. Adorava a forma carinhosa como ela agia comigo, mesmo tendo dois seguranças conosco hoje — Camila odiava que tocassem mim—, eles estavam logo atrás em outro carro para nos dar privacidade.

—Coloque o cinto, amor — pediu ao entrar no carro, e eu logo o fiz.

Ela ligou o veículo e passou a primeira marcha, afundando o pé no acelerador, nos tirando do estacionamento da gravadora. Camila deixou o carro no cambio automático e colocou sua mão sobre minha coxa e sorriu. Estiquei a mão direita e segurei sua mão, retribuindo ao sorriso. Ela voltou a olhar para a rua, e eu suspirei, completamente hipnotizada pela mulher ao meu lado. Camila era perfeita, e se o perfeito não existisse ela era o mais próximo da perfeição. O caminho foi silencioso, confortável, enquanto eu sentia o ar-condicionado aumentar minha temperatura corporal. Ela estacionou o carro frente ao restaurante no centro de Miami, e a primeira pessoa que vi entrando no local era Ashley, fazia alguns dias que não a via, ela até veio me visitar no hospital com sua mãe.