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- Quem está dirigindo? - Pergunto-a incrédula
- O Guarda-Mente. - Ela dizia na maior naturalidade possível.
- Achei que ele não podia sair do poço.

- Por que achou isso? Ele até pode, mas ele não está aqui. Ele está controlando lá do poço mesmo.

- Como isso é possível? - Fico ainda mais incrédula

- Humanos! - A Fada dá uma risada sarcástica.

Em pouquíssimo tempo a carruagem já está no poço. Pousamos e a Fada e eu pegamos o vovô preparando-o para jogá-lo.

- Eu pego as penas e você os braços - ela diz e eu obedeço.
Chegamos na boca do poço e estamos perto de lançá-lo quando a Fada grita para dentro do poço.

- CHEGAMOS! JÁ ESTÁ DESCENDO.
Suponho que seja para o Guarda-Mente mas não digo nada, afinal, não sei de mais nada.
Rapidamente jogamos o vovô poço adentro até ele cair em cheio no calabouço. Uma luz amarelada fortíssima é emitida de dentro do poço - igual o dia que eu adentrei o poço a primeira vez.
"Bem vindo, senhor Cori" - O Guarda-Mente dá as "boas-vindas" ao meu avô e eu me afasto da boca do poço. Não quero ver essa cena. Não desejaria isso para ninguém. A Fada tenta vir me consolar.

- Ei, está tudo bem! Você já está livre, conseguiu um prisioneiro para o Guarda, e ele será solto também. - ela seca uma lágrima solitária que cai do meu rosto.
- Bom - faço uma pausa. - Já posso voltar a minha vida normal?
- Sim, eu acho que...
- Não, ela não pode. - Meu primo desaparecido aparece por detrás da Fada, e eu me assusto.
- JACK? - dou-lhe um enorme abraço - aonde você estava? Todos estavam te procurando!
- Eu estava aonde você estava, Sarah - ele aponta para o poço.

Meu mundo cai. Meu primo também foi uma vítima do Guarda-Mente.
- Na noite em que fui solto eu fui até você. Me perdoe, mas você realmente precisava.
- Eu precisava? Perder minha vida? Ficar sozinha e suja num calabouço por cento e dez anos? É isso mesmo?

Ele e a Fada se entreolham e riem.

- Você não está entendendo nada - a Fada sorri
- Você já contou a ela? - Jack a pergunta
- Não, só esperei você chegar. 
- Tudo bem. SUMBUBABU - meu primo afasta-se para trás e se transforma em um enorme anjo branco meio azulado e me irradia com sua luz fortemente brilhante. 
- Diga as palavras Sarah - ele me diz com uma voz espetacular.
- SUMBUBABU - eu digo e um jato de luz adentra o meu ser, fazendo-me transformar em uma fada com asas rosas superpesadas e brilhosas. Um grande salto-bota calça os meus pés e uma coroa reluzente é posta em minha cabeça.
- Você e eu nunca fomos humanos Sarah. Somos criaturas mágicas - ele diz ainda em sua forma sobrenatural que parece ser permanente. - Vamos - ele aponta para a carruagem e adentramos. 

FadasmagóricaOnde histórias criam vida. Descubra agora