Fadasmagórica

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- Acho que o melhor seria seu avô, ele já está no final da vida mesmo.
- Que covardia, Fada! - Eu a advertia.
- Sejamos realistas, Sarah. Não é hora para se ter lado humano.

No fundo eu concordava com ela. Ninguém teve lado humano quando me jogaram no calabouço. Ninguém teve lado humano de roubar anos e mais anos da minha vida. Não vai ser eu quem será a boa samaritana agora. Se for pra jogar, eu só entro pra ganhar.

Mas no fundo algo me diz que eu não deveria acreditar em uma criatura que chegou na minha casa de surpresa e que foi casada com um Guardião que me aprisionou durante anos. Na verdade não sei em quem acreditar, se até a minha própria família nem me protegeu. A Fada é a minha única esperança.

- Ok, vamos levar o avô então. - Olho para o relógio de parede. - Dez e sete da noite. Eles já devem ir dormir.

- Tudo bem - ela se levanta do chão - vou só lá em baixo dizer ao Guarda-Mente que já estamos levando um prisioneiro.
- Isso realmente é necessário?

- Hm... - ela balança os olhos - é bom que ele saiba

- Está certo - dou-lhe olhos desconfiados - eu cuido daqui então. Dito isso ela sai. Espero ela estar meio longe e vou atrás. Avisto-a do lado de fora esticando os braços. Chego mais perto e vejo que ela boca as mãos na cabeça e começa a falar com o Guarda-Mente.

- Conseguimos... Certo... Não, ela não desconfiou - ela faz uma longa pausa - na verdade eu não sei por que você me mandou aqui, ela não para de fazer perguntas, vai estragar todo o ciclo! Mas ok, já arrumamos um prisioneiro e já já chegamos aí no poço para jogá-lo. Tchau meu amor.

Meu amor? Eles não tinham separado? Antes que ela possa se virar para trás eu subo, mas antes de eu chegar no quarto ela já está lá.

- Aonde você estava? - Ela me pergunta suspeita

- E... eu tava na sala esperando eles irem deitar - tento parar de tremer mas o meu desespero é visível.

- Não precisa ficar nervosa. Tudo dará certo e seu avô voltará depois da pena.

- Mas ele já está velho.

- Os anos congelam, e... Ah você já sabe da história. - Ela dá de ombros. - Vamos, temos trabalho a fazer.
Seguimos para o quarto do meu avô e, como ele é levinho e pequeno, quase não dá trabalho de pegá-lo.

- Não vamos ir a pé. SUMBUBABU - ela grita e uma carruagem para em nossa frente. Fico maravilhada
- Entre - ela ordena e nós adentramos. A carruagem toma direção e voa até o poço aonde iremos jogar o vovô.