Chaos

Extremamente Responsável

Esse epílogo se passa imediatamente após o final de Animalia e Lucas, que são histórias paralelas na linha temporal do WSU.

Suzana estava sentada analisando alguns dos documentos que interceptaram do Hospital. Aquilo tudo era ainda pior do que ela imaginava, não sabia por quanto tempo conseguiriam continuar se escondendo, não sabia nem mesmo se isso era o certo a ser feito. Muitos jovens continuavam desprotegidos, muitos estavam presos no Hospital e ficar ali naquele refúgio era confortável, mas certamente não era o mais correto a ser feito. Pensava em tudo isso quando seu celular tocou. Franziu a testa ao ver que não conhecia o número, mas poucas pessoas tinham seu contato e deveria ser algo importante.

- Alô? - Atendeu duvidosa. Ao menor sinal de uma armadilha desligaria prontamente.

- Oi Su, preciso de um favor. - A voz que respondeu fez com que a mulher soltasse o ar, surpresa.

- Henrique? Onde você está? Eu vou matar você! - O homem riu fraco do outro lado, fazendo com que ela ficasse ainda mais nervosa.

- Cuidado com o que diz, querida. - Brincou. - Agora, escute bem: Lembra do garoto do Oséias, que disse na carta que chegaria em breve? - Ele não esperou que ela respondesse antes de continuar. - Aconteceram alguns problemas, você precisa ir buscá-lo.

- Eu vou é buscar você! Onde você está? - Ele suspirou.

- Não posso falar isso agora, por favor, faça isso por mim e então quando ele estiver em segurança no Lar prometo que te digo onde estou. - A mulher suspirou pesarosa, sabendo que ele não desistiria e que ela mesma não deixaria uma criança sozinha para ir atrás dele.

- Onde ele está? - Cedeu finalmente, pegando sua bolsa e jaqueta do cabideiro e saindo do escritório principal. Na antessala estavam alguns dos jovens que ajudavam na administração do Lar. Apontou com a chave do carro para Bianca, que prontamente interrompeu sua conversa com Bernardo e se levantou.

- São Paulo, no meu apartamento. Ele vai estar completamente confuso, provavelmente. Você tem que chegar lá ainda hoje enquanto estiver dormindo, ok? - Bianca e Bernardo se olhavam confusos, vendo Suzana falar concentrada no telefone, os dois querendo saber o que aconteceu para que ela saísse tão tempestuosa de sua sala.

- Como posso entrar em contato com você depois de buscar o garoto, Henrique? - A mulher falou agora com um tom de tristeza na sua voz. Os jovens ofegaram ao saber com que ela conversava.

- Eu vou te ligar, Su. - Henrique respondeu, também sem conseguir esconder o quanto a situação o incomodava. - Deixe Bernardo cuidando de tudo por aí. - Disse bem humorado.

- Era o plano. - Ela respondeu olhando para o garoto e sorrindo, Bernardo ficou ainda mais confuso vendo que era o assunto da ligação.

- Gosto dele. - Comentou o homem. - Tenho que desligar, até logo, querida. - A ligação ficou muda e Suzana suspirou guardando o celular na bolsa.

- Era Henrique? Ele está voltando? - Bianca não segurou sua curiosidade.

- Não, nós estamos indo. - A mulher olhou para a garota. - Você vem comigo, vamos atrás de um garoto em São Paulo. E você - Apontou para um confuso Bernardo. - cuida de tudo até eu voltar.

- Eu? Suzana, não acho que... - Suzana revirou os olhos.

- Só faça o que estou dizendo, Bernardo, você sabe que dá conta. Bianca estará de volta ainda hoje pra te ajudar, certo? - Olhou para a menina.

- Certo. - Acenou com a cabeça.- Ótimo, os dois tomem conta de tudo até que eu esteja de volta. - Ela apontou o dedo em riste para os jovens. - Se acontecer qualquer coisa liguem para Rebeca e digam que precisam de ajuda, entendido?

- Sim. - Concordou Bernardo, nervoso demais para contrariar Suzana. - Mas onde você vai?

- Vou atrás de Henrique, é claro. Aquele sem juízo. - Bufou. - Vamos, Bianca, quanto antes formos, antes você estará de volta. - Mas o que pensava realmente era que quanto mais cedo resgatasse o tal garoto, mais cedo poderia partir atrás de Henrique.

- Tchau, Bê. - A moça acenou da porta, indo atrás da diretora do Lar.

- Era só o que me faltava. - Suspirou Bernardo deixando-se cair no sofá.