5. Jeon Jeongguk

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Mudei de cidade.
Fui para o litoral.
Eu queria ficar perto da alma de Hoseok, mas não do corpo morto dele.
Percebi que eu estava me tornando mórbido demais.
Foi quando, na praia, conheci um garoto.
Devia ter uns quinze anos.
Tinha jogado a bola de praia em mim.
-Ô, tio.- Falou ele. - Passa a bola aí, na moral. - Provavelmente ele também tinha usado algumas gírias que eu não entendi.
Comecei a conversar com ele.
Na verdade o moleque já tinha 19, disse que daqui a poucos meses faria 20; era natural de Busan e gostava bastante de surfar, como a avó morava aqui, veio morar com ela.
Perguntei de seus pais e o sorrisinho no rosto dele se fechou, falou que eles haviam falecido já tinham dois anos.
Contei que há três eu perdera alguém muito especial pra mim e que isso era, infelizmente, normal.
Ele entendeu.
Vivemos uma amizade bacana. A avó dele era uma senhora muito boa.
Jeongguk tinha quase 23 quando ela faleceu. Sim, ela já era uma senhora, mas eu acabei percebendo que tanto Jeon quanto eu, trazíamos destinos terríveis para as pessoas que amávamos ou para nós mesmos.
Mas nós já estávamos apaixonados um pelo outro.
E nós nos apoiamos, dia e noite. Nos amamos cada segundo.
Era tudo tão sereno.
Tudo tão maravilhoso.
Mas ele não conseguia aguentar tudo aquilo.
Um dia, ele sofreu um acidente no mar.
Se afogou e perdeu a consciência por alguns dias.
Depois que acordou do coma, ele ficou "louco".
Os médicos disseram pra mim que só podiam interná-lo.
Eu quase me matei naquele dia.
Jeongguk não tinha família senão eu.
E no dia do acidente, eu quis pedí-lo em casamento.
Mas tudo foi por agua abaixo, aliás, que trocadilho decadente.
Hoseok morreu.
Jungkook enloqueceu.
E Min Yoongi, estático, permaneceu.

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