"Enemy of mine,
I'm just a stranger in a strange land.
Running out of time,
We better go, go, go!
Angel or demon,
I gave up my soul,
I'm guilty of treason,
I've abandoned control"
"Inimigo meu,
Sou somente um estranho em uma terra estranha.
Correndo contra o tempo,
Melhor partirmos, partirmos, partirmos!
Anjo ou demônio,
Desisti da minha alma,
Sou culpado de traição,
Abandonei o controle"
(Stranger In a Strange Land — 30 Seconds to Mars)
Era o oitavo dia desde que Einar partira da Espelho Quebrado para Cilsan.
Era o oitavo dia de espera da Estalajadeira, mesmo com outros onze prováveis à frente.
Todos os dias, às vezes mais de uma vez ao longo das longas trinta e duas horas, ela colocava as cartas do Baralho de Vidro para saber como ele estava. Poderia ter visões sem tal auxílio, mas a Sybilla com quem fechara o pacto aparentemente vendara essa parte de seu dom para Einar momentaneamente.
Naquele momento, logo após o almoço, com os hóspedes que não haviam partido descansando em seus quartos ou contando histórias em frente à lareira enquanto fumavam seus cachimbos e bebiam com calma plácida, ela colocava as cartas pela terceira vez no dia.
Embaralhou os finos objetos de vidro, os pensamentos concentrados no rapaz, sentada num dos banquinhos à beira do balcão de cerejeira. Meltem, a criança Silfo em forma de gato, se enroscou aos seus pés, bocejou e então se pôs a dormir. Respirou fundo, antes de tirar uma carta aleatoriamente do meio do monte e colocar diante de si.
A Terra. Mostrava a beira ensolarada de um lago, com uma jovem de pele negra, sangue se esvaindo para a água, os olhos fechados e um braço caído de forma displicente dentro do lago. O reflexo mostrava algo diferente: uma cena de noite estrelada, sem nenhuma das luas, com um rapaz de pele pálida segurando o braço da jovem ferida, uma luz avermelhada partindo de sua mão e encobrindo a moça, como que a curando. Dia e Noite. Morte e Vida. A carta do equilíbrio e da neutralidade, era isso que a Terra era: nem Boa, nem Má. Equilíbrio.
Diante de seus olhos, a imagem de Einar, pensativo enquanto bebia uma caneca de cerveja numa taberna qualquer se fez presente. A expressão de seu rosto era pensativa. Ele ainda não se decidira, ainda pensava se aceitava ou não sua proposta. Ainda era como a Terra: não tomara partido.
Deslizou outra carta aleatória, e diante de si estava o Reflexo, com uma jovem sorridente segurando um buquê diante de um espelho, onde se mostrava um reflexo choroso segurando uma faca ensanguentada e um coração pulsante, o peito com um buraco onde deveria estar seu coração.
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Terra de Vidro - Caco de Vidro 1
FantasyO Reino de Vidro não é mais o mesmo. Dói em Lauré ver como o reinado dos Alzú'Frigl tem minado tudo que seus ancestrais alcançaram, e isso é apenas parte da razão que a leva a planos e planos para reconquistar sua coroa - ela sente o chamado do Pa...