Muitas coisas passavam pela cabeça de Anahí enquanto ela o olhava, calada.
Foram poucos segundos de total silêncio, mas para ela pareceu uma eternidade. Pôde reviver todo o seu relacionamento com Adam até ali, todas as vezes em que ele impediu, mesmo sem saber, que ela fraquejasse, o quanto havia contribuído na construção da serenidade que ela carregara enquanto estivera com ele. No entanto, pôde reviver também as palavras de Alfonso naquela manhã e a noite que tivera com ele. E pôde, mais do que isso, reconhecer, com toda a dor, que o amava. Ela ainda amava Alfonso com todas as fibras do seu corpo, com toda a carga e com toda a tempestade. Mas, talvez, também amasse Adam. Ou, quem sabe, amasse o que era quando estava com ele. Íntegra, segura, constante.
Adam: Por favor, Any, fale alguma coisa. - Pediu, mas ela não conseguia falar qualquer coisa. Então o abraçou e desejou que por apenas um minuto as coisas parecessem mais fáceis. Aquilo definitivamente doía.
Alfonso: Bom dia. - Então foi a vez de Alfonso chegar na sala, a voz dele atingindo-a em cheio. Anahí, instintivamente soltou Adam, mas não virou-se para encarar Alfonso. Phoebe sim virou-se e caminhou na direção dele.
Phoebe: Me desculpe aparecer assim. Será que podemos conversar? - A pergunta foi baixa e discreta. Alfonso assentiu, saindo com ela pela porta da frente.
Assim que Phoebe e Alfonso saíram daquela sala, Maite suspirou e, recuperando todo o jogo de cintura que sempre tivera, jogou os braços nos ombros de Adam e Anahí.
Maite: Vamos tomar café? - Convidou - Estou faminta! - Anahí assentiu quase imediatamente, Adam, no entanto, franziu o cenho.
Adam: Any, não podemos conversar melhor antes disso? Eu gostaria muito que pudéssemos resolver as coisas. - Assegurou - Eu preciso disso...
Anahí: Ahm... Tudo bem. - Anahí disparou um olhar para Maite que ela tinha certeza ser de desespero.
Há alguns metros dali, aquele mesmo olhar estampava o rosto de Phoebe. Mas Phoebe, ao contrário de Anahí, não estava confusa. Ela sabia exatamente porque estava ali. E o que queria.
Alfonso: Não imaginei que fosse voltar. - Comentou, enquanto caminhava ao lado dela. Phoebe pigarreou, encarando o chão.
Phoebe: Nem eu. - Meneou a cabeça - Pensei muito antes de voltar aqui, Poncho.
Alfonso: E o que te fez mudar de ideia?
Phoebe: O fato de eu ter praticamente te induzido a jogar tudo o que a gente tinha no lixo. - Alfonso franziu o cenho, pensando por um segundo.
Alfonso: Não jogamos nada no lixo, Phoebs.
Phoebe: Não? - Ela suspirou e ficou em silêncio um instante. Então perguntou de súbito - Você me ama, Alfonso? Mesmo que ainda seja apaixonado pela Anahí e por todas as possibilidades que não viveram, você me ama?
Alfonso: Como pode deduzir com tanta certeza que sou apaixonado por ela? - Phoebe meneou a cabeça.
Phoebe: Não foi isso que eu perguntei. Mas, respondendo a sua pergunta, qualquer um seria. Estive pensando muito sobre isso. - Alegou - A história de vocês dois foi assustadoramente intensa, tanto que quis sair correndo quando descobri. A intensidade de tudo aquilo junto com todas as possibilidades que vocês não tiveram é uma bomba prestes a explodir. E eu acho que essa bomba tenha explodido no momento em que eu fui embora. - Alfonso estreitou os olhos, imaginando talvez o que se passava na cabeça de Phoebe. Podia perceber a propriedade com que ela falava, admirando a capacidade que tinha de juntar as peças ainda mais rápido que ele. Phoebe parecia saber de absolutamente tudo. E não porque alguém tivesse contato, mas porque para ela parecia tão óbvio que sequer havia como negá-lo.
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Never let me go | Pausada
FanfictionFim: s.m. O que termina; extremidade no tempo e no espaço: o fim do ano; o fim de um livro. E que o nosso fim seja repleto de meios. Meios! Não metades. Meios intensos, meios sedentos, meios inteiros. Segundo livro da série Let me go. - Um romance...