Capítulo 03

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O relógio marcava sete horas quando Anahí terminou de se arrumar. Observou então o reflexo no espelho aprovando a composição. O azul marinho sempre lhe caíra muito bem, parecia realçar seus olhos. Sem pressa ela pegou a bolsa e deixou seu apartamento. Em meia hora estacionava seu Pajero ao lado da Barnes & Noble. Algumas pessoas já estavam próximas à livraria, e um grupo de jovens entre 17 e 20 anos a abordou.

– Anahí! – Uma delas exclamou – Posso tirar uma foto com você?

Anahí: Claro. – Respondeu com um sorriso, abraçando a garota e posando para a foto. 

– Sou uma enorme fã sua. – Confessou a outra, pedindo também uma foto.

Any posou ao lado de cada uma das garotas e autografou os livros que elas traziam em mãos. Depois de receber mais um bocado de elogios e abraços, ela se despediu, entrando na Barnes pelo portão lateral. 

– Elas amam você. – Constatou a promotora do evento.

Anahí: Acho que ainda estou aprendendo a lidar com todo esse reconhecimento. – A promotora sorriu.

– Eu li o seu livro. Adorei.

Anahí: Obrigada. 

– Hey, garotas! Por aqui. – Vestindo um terno chumbo, o moreno de olhos verdes e barba cerrada as chamou. 

Anahí: A livraria está incrível. – Elogiou, observando o ambiente. Seguia o padrão de todas as Barnes & Noble. Dois andares amplos, ligados por escadas rolantes e o espaço destinado ao Starbucks no andar superior. – Como vai funcionar a abertura?

– Adam vai falar algumas palavras, então você corta o laço da porta da entrada principal e deixamos que as pessoas entrem e conheçam a loja, enquanto desfrutam do pequeno coquetel que preparamos. – Explicou a promotora – Então será a sua vez de falar alguma coisa. Preparamos uma bancada para que você possa ficar e ter um contato com o pessoal. 

Anahí: Tudo bem. – Assentiu.

Adam: Aliás, eu sou o Adam. – O moreno disse, estendendo a mão para cumprimentar Anahí – Sou o responsável por toda a rede da Barnes & Noble aqui de Nova Iorque. Obrigado por aceitar o nosso convite. 

Anahí: Imagina. Me senti lisonjeada. – Respondeu sincera e recebeu um sorriso torto como resposta. Anahí podia estar enganada, mas ela conhecia bem aquele tipo de sorriso. Era o sorriso típico de homem galanteador. Intrigante, instigante.

Adam: Vou te levar para conhecer a livraria antes da abertura. Topa um café? – Convidou.

– Nosso horário está um pouco apertado, Adam. – Avisou a promotora, observando o iPad que trazia nas mãos – Temos que dar início à abertura.

Adam: Hum... – Torceu os lábios a contragosto – Certo. Não gosto de fazer ninguém esperar. Espero que possamos marcar esse café para outro dia então, Anahí. – Any estreitou os olhos, analisando-o, então soltou o mesmo sorriso que ele havia lhe dado segundos atrás.

Anahí: Quem sabe um dia desses. – Respondeu, comprimindo os lábios. Bem, pelo visto, da antiga Anahí restara também a facilidade com que lidava com joguinhos de sedução. Nem mesmo os anos trancafiada haviam roubado dela o tato que tinha com os homens. 

O evento ocorreu exatamente como a promotora havia explicado. Agora, atrás da bancada, Anahí sorria e tirava fotos com as pessoas que chegavam até ela. Foi quando seus olhos se prenderam na morena que ocupava o próximo lugar na fila. Maite acenou. E Anahí paralisou.

Maite: Hey! Só assim para eu conseguir encontrar você! – Reclamou com um sorriso nos lábios. – Eu devia te matar por não atender as minhas ligações. Estou tentando falar com você há tanto tempo que eu nem sei mais quanto tempo faz! – Emendou, ainda mantendo aquele ar bem humorado tão típico dela.

Never let me go | PausadaOnde histórias criam vida. Descubra agora