Pov, Ren.
Vê-la ensanguentada em minha frente me desesperou. A arma apontada para minha face era o que menos me preocupava. Eu apenas queria que ela estivesse bem, afinal quem a colocou nessa situação havia sido eu. Não sou a pessoa ideal para ela. Não conheço seu passado, no entanto, acredito que por mais erros que ela tenha cometido, não merece passar por uma situação como esta.
As lágrimas desesperadas banhavam a sua face pálida borrando a maquiagem que tanto elaborou para me ver. Meu corpo tremia, afinal, se eu cerrasse os olhos para este mundo, eu não teria a certeza de que ela ficaria bem.
Por ironia do destino, ela conseguiu soltar-se das cordas que a prendia na cadeira, tempo o suficiente para que ele atirasse em mim, e ela intervisse ficando em minha frente para defender.
As sirenes da polícia passaram a ecoar no barracão. Os policias invadiram rapidamente, e tudo parecia em câmera lenta enquanto algemavam o gangster.
Eu não podia conter as lágrimas que escapavam dos meus olhos. Só podia pedir aos anjos que cuidassem dela até que pudesse chegar com vida ao hospital. Suas mãos trêmulas e banhadas por sangue tocaram minha face junto de um sorriso doce podendo notar sua dor no momento, a acariciar-me enquanto sussurrava.— Ren... jamais imaginei fazer isso por alguém. — Suspirou soltando um gemido ao repousar sua outra mão sobre onde havia sido atingida pela bala.
— Shhh... — Tentava acalmá-la embora meu nervosismo na voz fosse notável. — Não se esforce... você vai ficar bem. A ambulância está chegando. — O policial acenou para mim, dizendo que estavam prestes a socorrê-la. Suspirei profundamente.
— Mas tenho que dizer... — Novas lágrimas se formavam em seu olhos e transbordavam molhando sua pele. — Você é muito especial para mim. Nunca pensei que um telefonema errado pudesse ser tão marcante. — Esboçou um sorriso novamente antes de dar o seu último suspiro.
Tentei acordá-la com algumas balançadas, mas nada respondia. Não contive o grito com a dor em meu peito que parecia explodir dentro de mim.
Eu fitava lentamente de costas Chin-hwa a caminhar algemado ao lado dos policiais. O asco me subiu a garganta, e em poucos intantes havia um nó a apertar-me.
A ambulância chegou, foi momento em que tudo em minha vista pareceu voltar ao normal. Eles à levaram em uma maca para dentro do automóvel que por compreensão deixáram-me acompanhá-la até o hospital.
Estava apenas desacordada pela grande perda de sangue. Seu coração ainda batia embora fraco.
Longos minutos na estrada, finalmente adentramos no hospital com urgência. Eu tremia tanto que não conseguia preencher a sua ficha de paciente.
Apenas horas depois tive a notícia de que tudo ocorria bem, e pela manhã eu já poderia visitá-la pois ainda estava desacordada.
Sentei em uma das cadeiras na sala de espera próximo ao seu quarto, e ali adormeci em um curto prazo. Eu não sairia de lá enquanto não há levasse para casa em segurança.
Amanheceu, e só despertei quando um dos médicos, muito gentil por sinal me balançou no braço para que eu pudesse vê-la, afinal já havia acordado, se medicado e tomado o café da manhã.
Em passos acelerados, caminhei pelos corredores do hospital, causando-me uma sensação desconfortável. Só agora pude notar a minha fobia sobre este lugar. Abri a porta vagarosamente, repetindo o mesmo após adentrar para fechá-la.
Sorrindente ela me olhava ainda na porta. Lágrimas dominavam meus olhos, e rapidamente me aproximei curvando-me um pouco sobre a cama a depositar um beijo sobre a sua testa. Ela então segurou minhas mãos gélidas.— Bom dia, baby... — Sorri ao canto dos lábios permitindo que uma lágrima rolasse lenta por meu rosto.
— Bom dia. — Engoli à seco. Não sabia por onde começar, mas sentia que devia perdão à Lily pelo que lhe ocorreu.
Neste momento, senti meu coração acelerar à ponto de parecer que pularia por minha boca. Era tão rápidas e bruscas suas palpitadas, que eu podia senti-lo na garganta. Então pela primeira vez em toda minh vida, pude sentir o que realmente era amar.
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Yeoboseyo
FanfictionAlô? O suficiente para que esse telefonema errado de Ren, fizesse seu destino mudar a rota, cruzando com outro, ao lado oposto da linha.