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           {Jane Hamilton}

  Passaram-se 4 dias desde o dia em que houveram as corridas e, pela primeira vez, tive curiosidade e fiquei a observar o procedimento. Creio que não consegui perceber a totalidade do mesmo, mas foi-me dado a atender o perigo e a adrenalina.

  Todos os dias tenho combatido cada vez mais o sono, à espera de ouvir os motores a aproximarem-se, mas tal não acontece... Aliás, quando me convenci de que as corridas nunca foram regulares, foi quando comecei a ouvir os ruídos, os quais já quase me esquecia do barulho exato.

  Num só salto saio da cama quase tropeçando no tapete. Abro outra vez as ranhuras das portadas e fico a mirar tudo, como se fosse uma repetição. Os movimentos, as ações são todas iguais.

  No fim, depois de várias corridas, consigo perceber que há, de facto, um vencedor... Ouço risos, o que não é frequento e temo pelo pior, por terem visto algo que não devam... Tenho receio de tudo neste momento...

  Inspiro dando luta à curiosidade e vou para a cama, fechando os olhos com um sorriso proporcionado pelo perigo, pela adrenalina... Estou descansada agora que voltei a ver e a ter noção da ilegalidade de que estou a ser cúmplice por, interiormente, permitir e até incentivar.

  Passado algum tempo, mas não o suficiente para eu já estar inconsciente, sou invadida pelo eco noturno dos cães a ladrarem, dos meus cães a ladrarem e a rosnarem. Ciente de que isto só acontece quando se passa algo, fico estática na cama em busca de uma audição mais apurada que me permita distinguir algum ruído, mas não dou conta de nada...

  Todavia, o ladrar é cada vez mais efusivo e, antes de algum dos meus pais se levantar sobressaltado, decido ir, pé ante pé, até à janela da sala que me permite uma melhor visão do sítio para o qual eles dão alerta.

  Desvio lentamente o cortinado para que ninguém me veja, mas fico surpreendida e confusa ao ver um homem de preto, encostado ao muro do outro lado da estrada, sentado e com a cabeça entre as pernas. Parece frustrado e revoltado, esfregando vezes sem contas as mãos nos seus cabelos compridos.

  Fico atenta sem fazer nenhum movimento e, quando este ergue a cabeça, deparo-me não com um homem, mas sim um rapaz. Provavelmente da minha idade... Mas que raio se está a passar?

  Abro a janela devagar, mas com algum barulho suave para que ele se dê conta da minha presença. Sobressaltado encara a janela da minha sala e vejo que fica petrificado.

  - Hey... - chamo baixinho, mas alto o suficiente para ele perceber.

  Porque é que ele ficou aqui? Porque é que os seus olhos estão a brilhar quando expostos à luz dos candeeiros? Estará ele a chorar? Mas porquê?

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  Hey, tudo bem? Aqui está mais um capítulo, contra as expectativas!

  Espero que estejam a gostar e deixem feedback nos comentários por favor!

  Se puderem votem, comentem e partilhem sff. Obrigada,

     Inês

Engines || Harry Styles Onde histórias criam vida. Descubra agora