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           {Harry Styles}

  A corrida estava a correr bem e tudo o que tinha na cabeça era ganhar, como sempre. Mas esta, marcada em cima da hora, e sem qualquer preparação prévia, render-me-ia um dinheiro extra.

  Estava tudo controlado comigo a liderar a corrida e a despertar a irritação na cabeça dos meus adversários, isto até eu me distrair na curva, perder o controlo da mota e cair.

  Frustrado mando um grito, não me importando com o barulho, e ouço o eco na noite feito pelas montanhas. Levanto-me, mais irritado comigo próprio do que nunca, e monto-me na mota voltando para o ponto de partida ao pé da casa de branca.

  Cair durante a corrida é sinónimo de desqualificação e isso dá cabo de mim, pois tenho perfeita consciência que, se não fosse o incidente, teria ganho a corrida e teria ganho mais alguma quantia para dar à minha mãe.

  Saio da mota e dou conta de que estou dorido e, provavelmente, terei alguma ferida que não é vista na escuridão da noite. Contudo, sinto algo a escorrer-me na perna direita e, por isso, sento-me encostado ao muro da casa, esperando pelos restantes. Mal chegam, e de capacete ainda posto, visto que nunca me viram de outra forma, entrego a quantia apostada e deixo-os irem embora.

  A sua frieza e maldade é algo que faz o meu coração acelerar. Eles nem sequer perguntaram como eu estava bem e creio que, se tivesse morrido, ter-me-iam deixado exatamente no mesmo local, roubando-me apenas o dinheiro. Como é que poderia esperar algo diferente de pessoas tão duras por dentro como estas?

  Finalmente sozinho, retiro o capacete que me tinha protegido de danos piores, e deixo-me relaxar aqui mesmo, expulsando a adrenalina. A raiva, pouco a pouco, começa a dar lugar à tristeza e as lágrimas, inevitavelmente, começam a escorrer-me pela face. Todavia, mesmo antes de tirar o meu milagroso cigarro, ouço uma voz que me deixa perdido.

  Eu quero fugir, mas não sei como e o meu corpo não responde aos meus pensamentos. Estou demasiado danificado, interior e exteriormente.

  - Hey...

  Olho para cima, ainda receoso, e vejo apenas o vulto de uma rapariga que desaparece, pelo que penso que esteja assustada. Limpo as lágrimas, estático, e vejo-a a sair do portão de sua casa. Todos os meus músculos se retraem com o que pode acontecer nos próximos momentos, estará ela sozinha? Prender-me-á até vir a polícia? Serei preso?

  No entanto, nenhuma destas opções se torna realidade e, perante a fraca luminosidade do candeeiro público, consigo destacar a sua pele morena e os seus cabelos castanhos com jeitos. Vejo que só traz uma camisola comprida e larga e uns calções curtos, pelo que suponho que estava a dormir. Olho-a e percebo que nem ela própria tinha dado conta do que tem vestido.

  Fico ainda mais espantado quando ela, sem dizer uma palavra, se senta ao meu lado e aí percebo. Às vezes não precisamos que ninguém nos ajude a levantar, mas sim alguém que fique connosco no chão até termos nós próprios força para nos levantarmos.

  Não são feitas quaisquer apresentações e, no meio da noite, só se ouve os uivos dos cães mais distantes, as nossas respirações irregulares e a expulsão do fumo do cigarro, finalmente aceso, por entre os meus lábios frios.

  - Como é que isto te aconteceu? – pergunta e mantenho o meu olhar num ponto em frente.

  - Caí...

  - Não. As corridas... És demasiado novo comparado com os outros homens? – e é por isto que percebo que ela já tinha observado as corridas. Ela via-as várias vezes, tenho a certeza disso.

  - Não há outra opção.

  - Há sempre uma solução! – fala alto e olho-a por breves segundos.

  - Desta vez não há.

  - Estás bem?

  - Um pouco dorido, mas nada que não passe daqui a uns dias.

  - Consegues levantar-te? – encolho os ombros disfrutando da calma do cigarro e, quando o acabo, é que me tento levantar com mais dificuldades do que pressentira.

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  Hey! Tudo bem? Espero que estejam a gostar desta história! O que esperam que vá acontecer a curto, médio ou longo prazo? Estou ansiosa por saber as vossas opiniões!

  Se puderem votem, comentem e partilhem sff. Obrigada,

          Inês


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