neighbourhood

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i missed u more and more 

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–"O verdadeiro artista cria mesmo copiando." - Sr.Dawson leu após escrever no quadro. – alguém pode me dizer a quem pertence esta citação?

– Gustave Le Bon?

– Isso mesmo, senhorita Hall. Gustave Le Bon foi um psicólogo social, sociólogo e físico amador francês, mas não preciso do conhecimento de vocês sobre ele, mas sim o entendimento do que é ser um artista.

Ele foi até a parede onde ficavam as obras feitas por alunos e tirou uma da parede.

– Esta obra, o que vocês veem nela? Vamos lá, quero que alguém interprete para mim. - procurou pela sala atrás de alguém para responder, e seu olhar foi diretamente em mim – Noah Miller, pode responder para nós? O que o senhor vê?

– Eu vejo uma cidade de pessoas vazias, e como o ser humano se tornou monótono. Mas temos uma única pessoa no meio, onde é cheia de ideias e cheia de tudo aquilo que ninguém consegue explicar, o mundo não conseguiria reagir a tantos sentimentos.

 A obra era perfeitamente fácil de ser interpretada, e sempre fui bom nisso. Eu sabia que era de Ed, ele é um ótimo artista e ama essa visão mais ampla sobre o mundo de hoje. 

– Aposto que todos vocês possuem outra visão dessa obra, e é isso que quero que façam. O dever de vocês é refaze-la com a sua visão, quero uma releitura e valerá metade da nota.

E nesse mesmo segundo, o sinal toca.

– Vejo vocês amanhã, peguem a obra que quiserem em cima da mesa.

Eu optei pela obra de Sarah, que parecia mais um borrão preto com mãos acorrentadas. 

– Hey Miller! - ouvi alguém me chamando – bela garota!

Matt balançava a xerox de Amy. Não era a primeira vez que ele fazia isso, então apenas mostrei o dedo e saí da sala.

Amy.

Todo mundo conhecia Amy, porque claro, "Mattew Miller, 43 anos, dono da maior confeitaria de Londres morre após acidente em sua própria casa. Amy Stainer, 17 anos, após presenciar a cena, entrega depoimento para polícia e sai do país.".

Nós éramos um casal legal, todo mundo sabia disso. Todos nos conheciam por isso, mas ela foi embora sem dizer um adeus. Amy sempre foi o tipo misteriosa, mas não achei que seria tanto ao ponto de sumir de um dia para o outro.

Naquela manhã eu tentei ligar para o telefone dela, mas todas as vezes caíram na caixa postal, depois de duas horas desisti e fui á sua casa. Toquei a campainha várias vezes, mas ninguém atendeu. Fui embora com lágrimas nos olhos e, quando Sra.Pearl me viu, apenas balançou a cabeça negativamente, e eu sabia que, naquele momento, acabei perdendo não somente o meu pai, mas também o amor da minha vida.

– Mãe, cheguei! - disse batendo a porta da frente.

Minha casa continua do mesmo jeito, mesma sala, mesma cozinha, mesmos quadros na parede - menos os que tinham o meu pai, mamãe achou melhor se livrar deles. Amy gostava de vir pra cá, para passar horas provando novas receitas de meu pai, e, ajudando mamãe com sua coleção de antiguidades.

–Noah se arrume! Hoje vamos almoçar no James, esqueceu? - ela descia as escadas correndo, enquanto coloca o brinco na orelha direita.

– Não posso mesmo ficar em casa? Não quero pagar de vela para você e seu namoradinho.