Epilogo

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''Bip, Bip,Bip''

‑ Julian Dawnson, Gestante, 28 anos, acidente de Carro. - Gritava a Paramédica- Glasgow 2, ritmo cardíaco 97 bpm, saturação de oxigênio 92%. PA 100x65

- O namorado a retirou do carro, ambos caíram na estrada após uma explosão. - Disse o outro paramédico.

- Consegue me ouvir Senhorita Dawnson? - A chamei.

As noites no E.R não eram de minha preferência. Sempre ocorriam acidentes que faziam todos os pelos do meu corpo arrepiarem.

- Sem resposta

O nome não me era estranho

Bip, bip,

- Batimentos cardíacos caindo..... - Gritei






Eu odiava essa parte, eu odiava ter que encarar a família e contar as más notícias.

- Acompanhantes da senhorita Dawnson?

Três mulheres levantaram, e assim me aproximei.

- Dr. Setton, estou acompanhando o caso. - me Apresentei.

- Como ela está, Dr? - Perguntou a mais nova das três. E no mesmo instante lembrei quem era a paciente.

"Droga"

- Por bater a cabeça na frente e atras, ela tem o que chamamos de lesão cerebral traumática. Os focos são pequenos, mas são cumulativos.

- Eu não entendi - Disse com os olhos cheios de lágrimas.

- Senhorita Dawnson tem vários pequenos hematomas no cérebro, mas nenhum deles é grande o suficiente para remover.

- O meu Deus!!! - murmurou uma das mulheres, enquanto a outra consolava.

- Então, o que pode ser feito?

- No momento, nada. - Dava para vê-la respirar profundamente, tentando ser forte. - Esperamos que com o tempo eles sumam sozinhos. Lamento não ter mais nada a oferecer.

- E o Bebê?

Suspirei fundo...

- Estamos monitorando, por enquanto seus batimentos estão estáveis. Estamos preparando a uti neonatal para qualquer circunstância.

As Três mulheres começaram a chorar. E eu juro que tentei sair de lá sem chamar atenção.

- Minha filha vai morrer, April. Eu não posso passar por isso novamente. -

- Calma, mamãe, calma. - April abraçou a mãe com força e tentou consola-lá

Dei passos largos até a saída

- HEY, Dr. Setton. 

Travei assim que ouvi meu nome.

- Não há realmente nada a ser feito? - Perguntou esperançosa.

- Há algumas coisas que podemos tentar, para impedir que o sangramento cause problemas. Podemos levantar a cabeceira da cama e dar manitol para diminuir a pressão intracraniana.

- Acha que funcionará? 

-Estatisticamente, talvez tenha uma chance de 20% de mudar o estado - Minha companheira de residência aproximou-se jogando um balde de agua fria, minha mãe me mataria pela vontade que tive que fazer com o lindo pescoço de Elsa, como poderia ser tão fria? Porra!

- Posso falar com a senhorita por um momento? - Olhei para Elsa, que sorriu, me acompanhando para um lado vazio da sala de espera do Hospital. - Era necessário isso?

- O que foi? Ethan, pare de dar esperanças para casos impossíveis!!! Essa garota já era, teremos sorte de segura-la para retirar a criança com vida. - Disse com cara de desentendida.

Eu e Elsa somos residentes no hospital universitário George Washington, apesar do amor pela medicina, éramos totalmente diferentes na questão dos nossos pacientes. Eu sabia o seu interesse nesse caso, quem não iria querer estar na equipe responsavel pelos cuidados da filha do senador. Mesmo que ela fosse a óbito, teríamos em nossos currículos e nossos nomes estariam na imprensa.

- Ethan, por favor.- pegou em minha mão - Sinto muito, ok? Deixe-me recompensa-lo, largue esse velho e venha ate a minha casa, ok? Irei me desculpar.

- Dr. Setton? - Aproximou-se uma das enfermeiras do hospital - Dr. Charles lhe chama!!! -Avisou alarmada.

Nesta hora o meu bip e de Elsa tocou, olhei para o código e imediatamente meus olhos procuraram pela sua família: PARADA CARDIACA.

Não Deixe De RespirarOnde histórias criam vida. Descubra agora