E.R

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Eu estava exausto, duas paradas cardíacas, quatro costelas quebradas, uma possível reconstrução do femur, traumatismo craniaco.... Eramos uma equipe de 20 pessoas, para duas pessos, tentando decidir qual era o mais grave e qual ferimento deveríamos deixar para depois. Passamos 8 horas em cirurgia, estava exausto, e precisando de ar puro.

Enquanto passava pelos corredores, a procura de uma saída e de ar, percebia que o hospital estava tomado por pessoas. Algumas portas e corredores foram fechadas por conta da imprensa, queriam saber a situação da filha do senador, estavam tirando a paz dos pobres enfermeiros a procura de informações. Todos queriam saber sobre o acidente. Já haviam saído notas e mais notas de seu falecimento, noticias falsas e inclusive investigações sobre os médicos que estavam acompanhando.

- Ethan - Minha irmã vinha do corredor a minha frente, com lagrimas nos olhos e desespero - Não me deixaram entrar, como ela está?

- Você não é uma de suas amigas? - A perguntei

- Irmão, eu não possuo o sobrenome, não importa se somos amigas ou não - Me abraçou - Diga-me que ela sobreviverá.

A apertei em meus braços.

- Minha irmã, Esperamos que sim.

- Você está falando como médico, fale comigo como irmão.

Suspirei fundo e a apertei em meus braços

- Sua Amiga está mal, meu bem, estamos escolhendo no pedra papel o que fazer primeiro, é tanta coisa. Sinto muito.

Rosie me apertou e eu senti suas lagrimas em minha camiseta.

- E a criança?

- Estamos tentando, com o trauma, não podemos retira-la no momento. Mas ela é uma das prioridades.

- Eu não posso perde-la, irmão. Ela foi a única que não virou o rosto - Disse chorando- A única que continuou me olhando com carinho após tudo que contei.

Eu não conheci Julian, minha irmã sempre foi muito medrosa em relação as amizades, mas sempre ouvia historia de ambas. Dawnson possuía minha admiração.

- Vá minha irmã, fique com seus parentes. irei liberar sua passagem. - Chamei uma das enfermeiras da ala e lhe pedi que passasse um crachá de visitante á Rosie, disse que se tratava de minha irmã e filha de Dr. Charles, mesmo sob os olhares hesitantes de Rosie. A enfermeira tentou reclamar e tentou negar, mas persistir até que a mesma liberou. Rosie saiu apressada, mal ouvindo minhas instruções.

E segui meu caminho até uma porta, que dava acesso a saída de emergência do hospital, dois minutos depois estava no lado de fora e ali chorei, com medo do fracasso e de perder um paciente.

Não Deixe De RespirarOnde histórias criam vida. Descubra agora