Breathe

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Giulia

O som do interfone interrompe o meu sono, coloco o travesseiro na cabeça tentando bloquear o som irritante. Se eu deixar tocar, talvez o porteiro pare de interfonar. Pensará que já sai para o trabalho. Não consegui dormir praticamente nada na noite passada, estava animada demais, com medo, apavorada e apaixonada por um montinho de células que nem sabia o que lhe aguardava aqui fora.

Além disso tive que desligar meu celular, pois Nico não parava de mandar mensagens, que eu não sabia responder e me ligava, tentando obter respostas que eu não poderia responder.

Quando finalmente perdi o sono, o interfone cessou o barulho estridente por todo apartamento. Peguei meu celular da cabeceira e o liguei... 200 mensagens e 50 ligações não atendidas, todas dele. A ultima fez o meu coração falhar em uma batida.

Nico: Nem pense que se esconderá com o meu filho, irei até o inferno, não ouse!!!

- DROGA, O QUE EU FIZ ? - "Sexo sem camisinha" A vozinha do meu subconsciente falou. "Pois é, né?" A respondi.

Olho por todo meu quarto, será que dava tempo de ir para um país no norte da Europa? Não que eu fosse covarde, não mesmo, só não queria enfrentar a fúria dele. Peguei o celular outra vez e resolvi ligar, pelo lado bom estávamos a 2000km de distancia, poderia enfrentá-lo assim.

No primeiro toque ele atendeu

- Olá - Estava incerta até em como sauda-lo

- Abre a porta - Escutei sua voz rouca e furiosa, meu coração ficou descompassado- AGORA

Desci da cama, coloquei uma velha camisa que costumo dormir e fui em direção à porta. Neste momento lembrei que Layla e Gigi estavam lá, fechei a porta do corredor que dava para sala. Olhei pelo olho mágico e lá estava ele

- Abra, sei que é você!!!

- Me pergunto como o porteiro autorizou sua entrada.

- Lhe mostrei o celular enquanto você me ligava, então ele me liberou.

Abri a porta e dei de cara com ele. Seus olhos estavam vermelhos, não sei de sono ou raiva, provavelmente os dois, o verde de seus olhos praticamente não dava para identificar, pura escuridão. Suas roupas estavam amassadas, suas mãos seguravam uma mochila. Dei espaço para sua entrada, que entrou pisando forte, fechei a porta com cuidado e o olhei brava.

- Faça silencio, há uma criança dormindo aqui!! - o reprovei

- Ele ainda é muito pequeno para se incomodar com barulho

O comentário me fez rolar os olhos.

- Minha afilhada tá aqui, boco - Bati em sua testa, ele segurou minha mão com força suficiente para me prender e não machucar - Achou mesmo que estava falando do Bebe? - Sorri

- Não sei, nunca sei quando se trata de você

- Dá pra me soltar? Agradeceria muito se devolvesse meu braço.- olhei para os seus lábios, a saudade tomou conta de mim. Levantei os olhos e o fraguei olhando para os meus labios.

Ele fez menção de soltá-lo, mas mudou de ideia.

- Quanto tempo ?

Não Deixe De RespirarOnde histórias criam vida. Descubra agora