Capítulo 1- Seguir em frente.

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Aqui estou eu, a caminho de uma cidade desconhecida, morar com minha tia Célia, minha única família agora. Duas semana depois da morte dos meus pais, fingindo que tá tudo bem, as pessoas figindo falsos lamentos. Muita coisa para aguentar.

Essas duas semana foram as piores, sou uma órfã agora. Tá que eu não tinha tanta proximidade com meus pais, mas ainda sim, eram meus pais.

Respiro fundo, vida nova.

"Tia, vai demorar muito?" Pergunto pela centésima vez.

"Já estamos chegando." Responde.

Célia extremamente arrasada com a morte da irmã e do cunhado. Minha tia ficou com minha guarda e fui morar com ela. Não tinha nada a perder, ela é a pouca família que me resta agora.

Passou um tempo, chegamos em uma cidade... Salvation. 12560 habitantes. Suspiro. Adeus cidade grande.

Era uma cidade comum, pequena, tinha uma floresta imensa aos arredores da cidade, lembrarei de explorar a mesma depois.

Paramos em uma rua, vi um garoto dos cabelos loiros, olhos claros, muito bonito por sinal, ao lado de nossa casa. Algo me chamou a atenção, ele tinha um olhar penetrante como se escondesse algo que ninguém pode saber. Mesmo com poucos segundos o encarando, um arrepio atravessa meu corpo.

Desvio o olhar do garoto com minha tia me chamando para sair do carro.

Pego minhas malas, que não são poucas. Célia me mostra a casa, uma cozinha, sala, sala de jantar, dois quartos, banheiro e um quintal bem grande. Ok, eu apenas quero dormir.

"Aqui está seu quarto. Se quiser mudar algo, fique a vontade querida." Célia diz e sai do quarto.

O quarto era bem aconchegante, tinha uma janela, azul claro. Uma cama de casal no centro. Sem mais delongas deito naquela cama macia, e lá eu apago.

Estou em uma floresta, ao redor não tem nada além de árvores e mais árvores. Sinto que estou sendo vigiada, sinto que tem alguém próximo, bem próximo.

Caminho à procura de um lugar para sair daqui, até que tropeço em um galho grosso. Caio. Ainda no chão sinto passos perto.

Me levanto com medo, e corro, corro muito. Mas parece que quanto mais eu corro, mais isso se aproxima.

"Oh querida Skayler, quanto tempo. Não tenha medo, faremos com que seja lenta e dolorosa sua morte, como a dos seus pais. Vocês são todos repugnantes." Ouço uma voz diabólica, grossa, horrível.

Sinto que sou empurrada com tudo batendo a cabeça.
Não conseguia gritar nem me mexer. Sentia muito desespero.

Acordo em um sobressalto, soando muito.

"foi só um sonho, foi só um sonho"

Repetia isso diversas vezes na minha cabeça com a falha tentativa de me acalmar, tia Célia me chama para jantar. Já estava escuro.

Me levanto para fechar a janela.

Encaro o garoto de mais cedo que me encara de volta. Sem camisa e de frente à minha janela, e que visão. Talvez não seja tão ruim assim morar nesse fim de mundo.

Volto a realidade em um pulo de surpresa ou susto, não sei dizer. Uma coisa me chama atenção, sem nem tocar, as cortinas, se fecharam de uma forma agressiva e rápida. Meu Deus, estou ficando paranóica já.

Saio apressada do quarto.

"Querida, que cara é essa?" Tia Célia diz.

"Tive um pesadelo" Respondo incerta.

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