Capítulo 4- Alguns copos.

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Acordo cedo. Coloco uma calça jeans e uma regata simples, está calor.

Como meu café-da-manhã, pego minhas coisas e vou em direção ao colégio. Cheguei bem cedo, então entro na sala pego meus fones e fico esperando.

Uma garota ruiva, bem bonita, entra na sala. Sorrio para ela que senta do meu lado.

Preciso me socializar.

"Olá." Diz.

"Olá" digo.

Começamos uma longa conversa, seu nome é Cassandra. Até que o sinal bate nos atrapalhando.

As pessoas vão entrando e se sentam, notei que o meu vizinho não apareceu. Nem cheguei agradecer pela pulseira, se bem que é o mínimo ele me entregar, a grosseria que fez comigo.

Enfim aulas vem e vão, queria ir embora logo. Depois de 6 aulas cansativas se fez.

A ruiva resolveu me acompanhar na hora de ir embora.

"Até que aqui é legal." Ela comenta. "Tem muita coisa, a floresta então, amo ir lá."

Sorrio.

"Eu também amo florestas, gostaria de ir alguma hora." Digo.

"Ótimo! Amanhã mesmo iremos, hoje tenho coisas pendentes" ela diz toda eufórica, acabo rindo do seu jeito animado.

Chegamos, me despeço dela e entro na casa de Célia. Cassandra diz que mora perto.

Ligo a TV que resolve parar justo em um canal que mostra uma família feliz, estava comemorando o aniversário que parecia ser de um garotinho, tantos sorrisos, abraços sinceros dos pais, presença. Isso me faz lembrar meu aniversário de 17 anos, onde tudo que eu esperava era a presença dos meus pais. Que morreram antes disso.

Acabo derramando uma lágrima, logo vira um choro longo e melancólico.

Preciso de algo que melhore. Eu preciso esquecer tudo, da um tempo a minha cabeça. E já sei como.

Já era noite, minha tia foi fazer o seu plantão. Aproveitei e invadi a sala de bebidas dela, uma só não fará falta. Espero.

E lá se foram alguns copos de wisky. Não tinha muitas opções além de vinhos.

Levantei, apesar de estar esbarrando em tudo que via pela frente. Encarei a porta aberta e tive uma bela ideia, porta aberta, noite linda, porquê não dar uma volta?

Me sento no chão do meio da rua. Um cachorro se aproxima.

"Oi" Digo olhando para o nada.

Ele apenas se senta ao meu lado. Começo a fazer carinho nele ou nela, não sei.

"É complicado sabe, tanta coisa acontecendo em tão pouco tempo. Meu Deus, eu realmente estou tonta, conversando com um cachorro" Digo e começo a gargalhar para o nada.

"Olhos inchados, bêbada e falando sozinha. Realmente, você está péssima." Ouço aquela mesma voz rouca que me causa arrepios.

Olho para meu vizinho que ainda não sei o nome, levanto e sorrio sem humor.

"Vá a merda." Digo irritada.

Ele gargalha e fica me encarando. Minutos de silêncio até que resolvi perguntar o nome dele.

"Qual seu nome?" 

"Ethan, Ethan Donnovan." Ele diz dando os ombros e me olhando com aqueles azuis misteriosos.

"Ah tá." Apenas digo.

Me levanto pronta para ir embora. Já deu por hoje.

"Vai embora sem se despedir Skay?" Ele diz com um sorriso cínico no rosto.

"Skayler, para você." Reviro os olhos.

Sigo meu caminho, porém os céus resolveram me castigar. Quando vou dar o segundo passo, tropeço feio em uma pedra que nem tinha visto, ia meter a cara no chão se uma mão, como um piscar de olhos, não tivesse me segurado. Foi tão rápido.

"Vê se presta mais atenção garota." Ele diz mal humorado fazendo com que eu o empurre e revire os olhos novamente, bipolar.

Suspiro cansada e vou para casa sem nem olhar para trás.

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