Capítulo 6- Me diga.

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Eu me lembro de acordar a noite e minha tia já não estava mais. Subo para um longo banho.

De novo aquelas mesmas palavras da carta me atingem, minha mãe, meu pai, fazem tanta falta. Eu queria eles de volta, eu queria mais atenção deles. Droga.
Eu queria que fosse eu no lugar deles, seria mais fácil.

Sento na borda do banheiro com o rosto entre as pernas e deixo a água cair, na esperança que essa dor no peito vá junto.
Me recusei a chorar dessa vez, mas foi em vão.

Depois de algum tempo eu saio, visto qualquer roupa, estou sem sono. Vou para a varanda de meu quarto.

Vejo um certo movimento na janela de Ethan, eu como sou um pouco curiosa vou mais em frente na esperança de saber o que é.

A cortina está fechada, porém a janela não. Por uma fresta na cortina, vejo que tem mais alguém com ele e uma certa movimentação.

Vejo que ele está conversando com uma loira, ele acaba me notando. Dou um pulo na mesma hora fechando minha janela. Que vergonha meu Deus.

Minha curiosidade ainda vai me matar um dia.

Foi lendo alguns livro que eu peguei no sono, ainda bem que no outro dia eu poderia dormir até tarde.

Eu ando com uma outra coisa na cabeça. Na carta dizia que eu tinha um destino escrito, eu quero saber mais sobre. Coisas estranhas já aconteceram comigo, não me surpreenderia. Dizia até mesmo uma magia no colar, que, segundo minha mãe era de minha avó.

Retiro o colar da pequena caixa, toco no mesmo que faz com que uma pequena carga elétrica atravesse meu corpo, que loucura. Coloco o mesmo em meu pescoço, o colar é muito bonito.

Os vasos da escola, a cortina, eu não posso estar maluca, ou posso?

Pego uma almofada para abafar meu grito de frustração, tudo muito confuso. Estou seriamente cogitando a opção de estar ficando maluca.

Já passou da hora do almoço e minha tia ainda não chegou, estranho. Resolvo ir no quarto dela, desde o dia que cheguei aqui nunca fui no mesmo.
Entro, tudo normal, cama, guarda-roupas, e tudo mais.

Uma coisa me chama atenção, uma gaveta trancada, na cômoda. Reviro tudo procurando alguma chave que sirva para destrancar a mesma, porém o som da porta sendo aberta faz com que eu arrume tudo correndo e saia de lá.

Minha tia chegou.

"Célia, oi." Digo me aproximando dela.

"Olá Skay." Me cumprimenta também.

"Eu acho que... Você tem uma conversa pendente comigo, sobre a carta." Eu digo calmamente.

"Por favor Skayler, não me peça nada agora. Não agora." Ela diz e vai para seu quarto.

Mas que merda é essa que todos dizem que tem que esperar, como se fizesse alguma diferença.

Isso está me deixando doida, eu odeio esperar. Eu odeio que me esconda algo. Bufo tentando amenizar esse estresse.

Sento com brutalidade no sofá. Mais uma vez acontece, o sofá simplesmente voa para trás, rapidamente, batendo na parede. Eu sinto como se algo dentro de mim quisesse sair, mas não sei como, isso é forte.

Alguns minutos e tudo volta ao seu normal, mas o que está acontecendo comigo? Já chega, ou minha tia fala o que tá acontecendo ou vou me internar.

"Célia." Grito seu nome alto suficiente para cada canto da casa escutar.

Vou em direção ao seu quarto batendo na porta diversas vezes.

"Tia, abra essa porta." Continuo batendo.

"Espera!" Ela diz rude.

Mas que demora, ela sai do quarto. Tento ver o que tinha no quarto dela, mas ela foi mais rápida.

"Olha eu não sei o que está acontecendo, esses últimos dias foram bem estranhos. Eu movi a cortina do meu quarto, quebrei vasos na escola, tudo sem nem os tocar, acabei de sentar no sofá da sala e ele simplesmente se bateu contra a parede sozinho e sinto como se algo quisesse se libertar de mim, algo forte. Nem se fala essa história de magia e destino que não sai da minha cabeça. Agora faça o favor de falar o que está acontecendo antes que eu me interne de vez." Eu digo tudo rápido e firme.

Minha tia suspira, e abre a porta do quarto.

"Vamos, a história é longa."

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