The Survivor |L.S| AU!

Two

P.O.V Louis

O meu dia estava lindo, maravilhoso e brilhoso como sempre esteve, mas parece que a deusa não pode me ver de bem com a vida e mando esse forasteiro e o gatinho rude dele para cá.

Eu queria entender onde errei, eu nunca fiz mal a ninguém exceto intrusos e um cervo...se for karma por causa do cervo vai ser muita sacanagem, aquilo aconteceu tem mais de seis anos!! A deusa tem que me perdoar uma hora, não é? Aparentemente não.

Quando chegamos na vila fomos direto a casa do líder, no caso meu pai, quando chegamos na soleira da porta de casa com vários olhos curiosos em nós, me virei para os maltrapilhos.
  - Os guardas ficam com os cavalos, só eu e o princípe entraremos. - Eu disse e me virei para entrar, mas é óbvio que não seria fácil assim, pois o universo não anda ao meu favor ultimamente.

- Negativo, quem você pensa que é para dizer onde Harry irá ou não, e outra não sairemos de perto dele nem por um segundo. - Disse um dos maltrapilhos, que tinha um sotaque carregado e até poderia ser bonito se não estivesse me perturbando.
Virei-me com cara de tédio para os cavaleiros maltrapilhos e seu príncipe mudo.

- Muito bem, loiro...você entrará conosco enquanto os outros ficam do lado de fora com os cavalos. - Eu disse esperando alguma interrupção ou reclamação, como não recebi nenhuma, entrei em casa sentindo Nayelle me seguir até o escritório de meu pai.

-  Harry, tem certeza de que isso é uma boa ideia? - ouvi o loiro sussurrar com o príncipe, até poderia me sentir ofendido por tal desconfiança mas tentei compreender o lado dele, afinal estava apenas cumprindo seu trabalho de cuidar do príncipe.

- Niall, fique quieto e apenas me siga. - disse o bonitão de olhos verdes, percebi que não era um nome comum da realeza então provavelmente significava que o tal Niall era apenas um empregado qualquer. - Então, você é um semi-humano...

- Olha alteza, me chame assim de novo que teremos problemas. - repliquei subindo as escadas para o escritório nem esperando os dois patetas, Nayelle seguia ao meu lado mas as vezes olhava para o tigre negro por cima de seus ombros. Essa cena tem me dado arrepios.

- Mas é assim que se chamam pessoas como vossa graça. - Disse o encaracolado em tom de deboche e eu senti Nayelle se irritando com aquela conversa, posso dizer que ela não era a única.
   Me virei bruscamente para encarar os dois energúmenos que pararam imediatamente de andar e me encaravam em estado de choque.

- Escuta aqui, alteza eu não sou "semi-humano", eu sou completamente humano porém tenho um dom que por acaso vossa senhoria tem estado muito interessado sobre. - Falei quase gritando de ódio estava começando a ficar sem paciência com o domador, Nayelle estava alerta para qualquer movimento brusco que eles fizessem contra mim, naquele momento eu teria total vantagem para um ataque certeiro, porém estávamos perto demais do escritório e para minha infelicidade a porta deste foi aberta.

- Louis William, que gritaria é essa? Está ficando senil, garoto? Nayelle para trás, eu não avisarei novamente - meu pai, o líder da nossa tribo abriu a porta e disparou ordens para mim e Nayelle, meu pai é o único além de mim que consegue ordenar nela.
Me afastei de cabeça baixa e Nayelle estava com o rabo entre as pernas, meu pai conseguia ser extremamente rígido quando queria. - Quem são esses, Louis?
- Nos perdoe pela intromissão, senhor. Me chamo Harry Edward VI e este é Niall. Viemos em paz para...- O príncipe começou a falar entretanto foi cortado pela voz forte de meu pai.

- Garoto, eu não estou falando com você, perguntei ao Louis e ele que me deve respostas. Vamos William diga. - disse meu pai soando mais como o líder da tribo do que o homem amoroso e gentil que conheço.

- São da realeza, meu pai. Vieram aqui atrás de mim, resolvi traze-los aqui para que o senhor decida o que fazer. - Eu disse um tanto desconfortável com a situação, odiava trazer mais problemas para ele mas não podia resolver esse problema sozinho.

- Entrem. - Ele disse em tom de ordem abrindo a porta para entrarmos e eu me aproximei sem nem questionar sua ordem, porém o paspalho maior parecia levemente ofendido por meu pai ter sido grosseiro mas passou por meu pai sem questionar nada, foi quando meu pai percebeu o tigre negro. - Meu Deus, ele é um domador...

- O senhor nem imagina o quão feliz fiquei ao perceber...- resmunguei olhando para Nayelle que continuava acuada no canto por causa do tom grosseiro do meu velho pai, ela sabe que se sair meio centímetro fora da linha meu pai irá brigar. Não entendam mal, meu pai é um homem incrível entretanto odeia desrespeito e que não sigam suas ordens. - Devo lhe avisar que os problemas não acabam por aí...

- O que quer dizer com isso?- ele me perguntou desconfiado.

- Nayelle se conectou a este gato sarnento. - Eu disse com pesar na voz e me encolhendo mais para ouvir o sermão que viria.

- Eu gostaria que você falasse de Damon com mais respeito...e como assim eles se conectaram? Eu não entendo isso. - Disse o príncipe de pele alva que parecia três vezes mais ofendido do que quando meu pai foi rude com ele.

- Significa que eles têm um laço inquebrável de companheiros, se tentar separa-los pode resultar em danos terríveis para ambos até mesmo a morte. - Meu pai respondeu e eu fiquei surpreso por ele saber disso. - Eles não podem ser separados nunca mais...
Meu pai estava olhando para o horizonte pela janela do pequeno cômodo me fazendo tremer de nervoso, como ele poderia saber de tal coisa? Ele nunca se interessou por mates ou teve algum para saber como era...
- Espere um momento, como assim eles não podem se separar? Como isso aconteceu? Como desfazemos esse feitiço? - Harry começou a questionar meu pai como um louco deixando Damon inquieto e Nayelle mais nervosa com seu tom de voz, mas suas indagações me fizeram rir tão alto que atraiu a atenção dos outros três homens na sala.

- Não seja presunçoso, domador...não há como desfazer o que a deusa ordenou, um laço de companheiros não se quebra assim. Não há como quebrar. - Respondi suas perguntas em tom pesaroso saindo do canto do cômodo e sentando na cadeira a frente da mesa. - A única coisa que podemos fazer é aceitar o que a deusa ordenou, assim como a natureza ordena...não é um feitiço, é apenas o destino.

O nobre começou a andar de um lado para o outro da sala em puro desespero, eu diria que era uma cena deveras engraçada se não estivesse sentindo o mesmo nervosismo. Eu não podia separar Nayelle do gato pulguento ou ela morreria, o que resultava em ter que me familiarizar com a presença do príncipe que me fazia ter arrepios. A situação só piorava.

- O que eu faço agora, meu pai? - Eu perguntei a ele em desespero, já com lágrimas nos olhos me sentindo completamente indefeso. - E este é apenas parte do problema...a rainha está convocando minha presença e eu não sei o que fazer! - Me levantei da cadeira enquanto Nayelle vinha até mim para tentar me acalmar, mas não havia nada que ela pudesse fazer.

- Você vai com o príncipe, William...não há outra opção. - Meu pai disse ainda virado em direção a janela estando de costas para mim.

- Mas pai, eu não posso deixar a tribo assim! - Me aproximei dele quase implorando para que olhasse para mim e me acalmasse como sempre fazia.

- Não me chame assim, a partir de hoje você não é mais meu filho, para ser sincero jamais foi...- E naquele momento após o mais velho proferir aquelas palavras o mundo parou, ele continuava sem olhar nos meus olhos e eu travei no lugar com as lágrimas já descendo por meu rosto.

- O que o senhor disse? - perguntei atônito, o ar parecia ser rarefeito e minha visão estava inundada por lágrimas teimosas que insistiam em descer pelo meu rosto. Não importava mais quem estava naquele cômodo, eu apenas não conseguia acreditar no que tinha ouvido.

- Você ouviu, William...eu não sou seu pai. - Ele disse e meu mundo parecia ter perdido a cor, nada fazia mais sentido e eu me sentia perdido.

XXXXXXXXXXXXXX

Rói, turu bom?
Lembram que eu falei que podia ser 3 anos? Então, né...mas eu tenho fé que talvez agora vá, kk