Cap. 74

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Shezbell a Narrar

Minha vida nunca foi uma das coisas mais lógicas do mundo, pelomenos,  Não na minha óptica. Tem tanta coisa que para mim ainda é um ponto de interrogação sobre minha própria vida que só os outros podem me esclarecer mas, ainda assim, não questiono para evitar o sofrimento deles de ter de recordar.

Nunca tive certezas sobre minha vida, nunca mesmo. Nem mesmo quando descobri que minha mãe estava viva eu tive certeza das coisas.

Não estava nos meus planos ter filhos aos 16 anos, foi inevitável, mas estava muito assustada com isso, bem, pelomenos até contar a notícia à Gabriel. A reação de Gabriel, meus pais e meu irmao do meu lado, fez com que tudo parecesse simples, e deixasse de parecer o fim da minha vida, dos meus sonhos e sim o início de uma linda fase. Foi Gabriel, principalmente, quem fez assim.

Meus filhos nasceram e ele amou-os como se fossem dele.

A vida passou, mas ele distanciou-se de tal forma que... Não consigo coompreender nem descrever oque sinto com sua distância.

Agora, aqui, paralisada, a olhar para aquele enorme galpão onde estão os meus filhos, a chorar e a gritar por mim, meu coração aperta e sinto o real motivo da minha existência.

Não conseguia pensar em nada, ànão ser correr e constatar com meus olhos que meus três filhos estão optimos, que voltarão para casa comigo e que com ou sem Gabriel, viveremos juntos, felizes e seguros.

Corri em direcção ao galpão, as pessoas à minha trás gritavam coisas estúpidas como "esperar" "ter calma"....

Ter calma.

Ter calma....

Não eram os filho deles que lá estavam, por isso que exigiam calma.

A porta daquele lugar era de uma madeira precária, com pouco esforço abri-a e ela rangeu. Era um lugar grande, uma considerável quantidade de poeira sobrevoava o lugar, pois, era um lugarzinho construído somente para proteger o cimento e demais materiais permeáveis, da chuva.

Mas aquela poeira de cimento em nada me encomodava, procurei com os olhos e la estavam meus filhos, sentados em Montes de blocos, assustados e choravam muito.

Corri na direcção deles, saltando alguns sacos e tábuas de madeira e abracei-os. Eles não olhavam para mim, e sim à volta do galpão, como se vissem algo por detrás dos sacos de cimento e Montes e madeira que estavam encostados às paredes.

---Tem algo muito errado--meu pai falou.

---Concordo plenamente... plenamente---Minha mãe falou a olhar para meus filhos.---Porque vocês não estão amarrados?

---Mãe...---Judy falava a chorar---Desculpa mãe... Mãe...

---Fecha a boca Judy---Carlitos falou---eles disseram para não falar nada. Não fala nada. Não fala nada. Mãe. Eu te amo. Muito. Muito muito muito muito.

Eles continuavam a chorar.

Olhei para Zury, que mesmo nessa situação não falava nada e continha à todo custo suas lágrimas. Diferente dos irmãos, ela olhava fixamente para um um ponto, segui seu olhar e ela olhava para Jonathan, e ele para ela. Trocavam olhares sem pestanejar, olhares firmes que eu não conseguia entender....

Opostos atraem-seOnde histórias criam vida. Descubra agora