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O salão estava lindo, decorado com cores escuras, dourado é muito brilho!
Lauren recepcionava ( e encantava) todos com muita agilidade e educação. Nada diferente da menina que eu conheci a sete anos atrás. Estudamos juntas do quarto até o nono ano; agora ela estudava em um outro colégio, mas mantínhamos contato e nos encontrávamos às vezes.
Entrei enganchada com Breno, que estava suando frio ( eu também devia estar), tinha um sorriso simpático no rosto, mas o semblante estava triste.
Ah! se ele soubesse o quanto suas palavras me tocaram, como meu coração reagiu, como eu me senti, como eu queria que aquele beijo tivesse acontecido! Se tivesse acontecido, poderia ter expressado meus sentimentos nele, mas agora eu vou ter que falar, e eu não sou boa nisso, sou capaz, até, de chorar se ousar a dizer meus sentimentos a ele.
Nos juntamos aos nossos pares de amigos. E logo que avistei Ivan e Pedro comecei a gargalhar! Os dois vestiam a mesma fantasia! E Arabella tirava várias fotos e ria alto. Ivan parecia não gostar muito, mas entrou na brincadeira, até tirou foto com Pedro e tudo. Todos estavam incríveis em suas fantasias.
No meio da festa, Lauren, anunciou que iria colocar algumas musicas lentas, pare que os casais pudessem ficar mais "coladinhos". Soltaram a música, How would you feel- do Ed Sheeran. Caio e Alice dançavam apaixonadamente, assim como João e Maria e Manu e Felipe; Ivan dançava com uma menina muito bonita, mas não tirava o olho de Arabella, que dança timidamente com Pedro. Eu estava sentada vendo os meus casais favoritos dançarem quando, Breno, me estendeu a mão, e quando olhei para cima, aquele olhar igual ao do carro, apareceu e eu estremeci, ao mesmo tempo em que meu coração acelerava. Aceitei sua mão e fomos para a pista. Ele olhou no fundo dos meu olhos, me prendendo neles; colocou as mãos na minha cintura, e eu coloquei meus braços em volta do seu pescoço. Dançamos calma e apaixonadamente, por vários e minutos e estávamos tão conectados que nem vimos a música acabar. Só despertamos quando senti olhares nas minhas costas. Alice e Arabella sorriam maliciosamente. Me desvencilhei de Breno, com a desculpa de ir ao banheiro; ele assentiu e disse que me esperaria no bar, concordei e sai, fazendo um discreto aceno de cabeça para as meninas, que me seguiram calmamente.
Quando entramos no banheiro, as duas soltaram juntas:
- O QUE FOI AQUILO GIOVANA!!!!
- aquilo o que?
- aqueles olhares, aquele encanto, a dança! Ele tá babando por você!- disse Alice, Arabella concordou.
- aí gente- disse me encostando na pia- ele me disse coisas tão lindas no carro em que viemos, que acho que acredito em vocês. Acho que ele gosta de mim.
- amiga! Ele te ama!- disse Alice.
- pera aí! O que ele te disse no carro?- indagou Bella.
- bem, ele.... contei a elas todo o episódio do carro, e quando acabei vi dois largos sorrisos. Elas sorriam, amigavelmente e também estavam encantadas.
- ah amiga- Alice me abraçou- você tem que se declarar pra ele também! Ele pode achar que não é recíproco!- concluiu ela.
- é verdade amiga! Você tem que falar! Agora! Já!- ordenou Bella.
- será? Mas e se...
- se nada! Você vai retocar essa maquiagem e vai lá atrás dele! Já tá na hora de vocês ficarem juntos!- disse Bella.
- é isso aí! Vamos. Vamos retocar essa maquiagem e te deixar ainda mais linda!- instruiu Alice.
- tudo bem, tudo bem! Vamos fazer isso. Disse erguendo as mãos em forma de rendição.
Minutos depois, saímos do banheiro. Elas me desejaram boa sorte e voltaram para seus pares, e eu rumei para o bar. Procurei por Breno, mas ele não estava lá. Avistei Ivan, e perguntei se ele o tinha visto. Meu amigo me disse que ele tinha ido em direção ao sofás, que estavam do outro lado do salão, agradeci e fui procurá-lo.
Encontrei Breno, cabisbaixo sentado, inspirei uma grande quantidade de ar, e quando ia me aproximando, uma loira, magra e fantasiada de Branca de Neve, sentou em seu colo e lhe beijou o pescoço, e depois a boca. E ele...ele... estava gostando! Como ele pode?! Acabara de se declarar para mim! Era tudo mentira! E eu burra acreditei. Eles se separaram e Breno me viu. Arregalou os olhos e se levantou vindo em minha direção; fui andando de costas, até que ele me alcançou e me segurou pelo braço dizendo:
- calma princesa... eu posso explicar... não é isso que você está pensando... é só que...- disse tentando se desculpar.
- não precisa inventar uma desculpa não, pode voltar para sua loirinha e fala pra ela tudo o que você disse pra mim no carro, quem sabe ela acredite também! Eu não queria atrapalhar.- e tentei me soltar da mão dele, mas foi inútil.
- você esta brava, eu sei... mas acredite em mim, tudo o que eu disse foi verdade! Eu juro! Eu te amo Princesa!- suplicou.
- não, eu não estou brava. Estou me sentindo uma idiota, que acreditou nas suas palavras lindas e mentirosas! EU NUNCA, BRENO, NUNCA MAIS VOU ACREDITAR EM VOCÊ! NUNCA! VOCÊ MORREU PRA MIM! EU TE ODEIO! E NÃO ME CHAMA DE PRINCESA! NUNCA MAIS TÁ ME OUVINDO?  ME ESQUECE. -chorei.
- Princesa, espera, deixa eu explicar...não fala isso... -disse chorando também- foi um mal entendido.
- você é um cara de pau, Breno. Tem a capacidade de chorar, de se mostrará arrependido, de uma coisa que você gostou! Eu vi Breno, EU VI! CARA! EU VI! Não tem o que desmentir, e nem se desculpar. Nós não éramos nada mesmo. Eu só fui burra de pensar que podíamos dar certo. - olhei para ele com ódio e desprezo- em pensar que eu amava você...- e sai.
Corri, passei pelas meninas e avisei que iria embora. Elas perguntaram o porque, mas eu não podia e nem queria responder, apenas disse para perguntarem a Ivan. Ele tinha visto tudo. Juntei minhas coisas e fui embora.
Sai correndo do salão, como se pegasse fogo. Ele me enganara, me iludira, me fizera acreditar nas suas palavras! Ele era um cara frio que só se importa consigo mesmo!
Junto com esses pensamentos vieram as lágrimas; sentei no meio fio em frente ao salão e chorei; chorei muito, de raiva, ódio, desprezo e pelo meu coração que se partira, e também por ter entrado a ele meu coração sem ele querer; e Ainda mais, por ter acreditado nele. A partir dessa noite, Breno Gonçalves, morreu para mim!
Chamei um uber e fui embora.

E se fosse assim?Onde histórias criam vida. Descubra agora