Capítulo 3.

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Abri os olhos e Olivia estava na beirada da cama, ela me olhava com interrogação. Ela sorriu quando olhei para ela, mas não era aquele sorriso que me derretia. Ela era engraçada, e inteligente, e eu não era nada daquilo.
- Trouxe comida para você.
Droga, não queria comer. Não mesmo. Só queria ficar sozinha.
Revirei os olhos.
-Nada disso Grey, você precisa comer. – Olivia deu uma bronca.
-Tem mais alguma coisa para dizer? – perguntei.
- Você não é a única que sente a falta dela. – disse Olivia.
Desviei o olhar, e ela pegou na minha mão.
- Nem sei como deve estar sendo para você.
- Quanto tempo dormi? -perguntei mudando de assunto.
- 4 horas, são 15:00 horas.
- Perdi algumas aulas, OPS.
- É compreensível – Olivia sorriu.
- Eu sendo eu. – dei um sorriso amarelo.
-Grey, coma. – ela ordenou.
Olhei para a bandeja, havia ovos, panquecas, e torradas. Belisquei as panquecas, tentando contar quanto de caloria tinha cada panqueca que comia.
Não conseguia comer, me recusava a comer, era a verdade. Achava que quanto mais magra fosse, ela voltaria e ela está
                                                                    Morta.
Comi mais um pouco, até que Olivia ficou satisfeita. Me deu um beijo na testa e fechei os olhos.
Era noite quando acordara de novo, e lá estava Olivia, lendo um livro do meu lado na cama, ela não reparou quando acordei, ela se sentava ereta ao meu lado, estava com seus óculos. Deve ter passado muito tempo que fiquei olhando aqueles olhos, lembrando dos olhos negros de Zoe.
- Perdeu algo Grey? -Olivia perguntou.
- Nada, só estava olhando os seus olhos. – falei. Mas acrescentei na minha mente “comparando os olhos de Zoe, procurando Zoe, esquece, ela está morta”.
- Você fica linda dormindo se quer saber. – Olivia disse sorrindo. Droga, eu não queria aquele tipo de atenção, não queria mesmo.
-Ficou aqui quanto tempo? – perguntei.
- Algumas horas. – ela deu os ombros.
- O suficiente para perder algumas aulas? – perguntei, ela assentiu. – Olivia, você não pode perder aulas por mim.
- Relaxa Bella, conversei com os professores e tá tudo ok. – Olivia respondeu.
- Mesmo? -perguntei.
- Sim.
- Alguma novidade? -perguntei.
- Quando cheguei, Jason estava na porta. Ele bateu e bateu...
-Ainda bem que estava dormindo então.- Dei os ombros.
- Você acha que um dia vai perdoa-lo?
- Nunca.
- Por que fica com ele se gosta de meninas?
- Não sei, ele fazia eu me sentir bem e era o que precisava. Mas agora deixou de ser. -menti.
A única coisa que realmente precisava era Zoe, apenas, ela era tudo que queria, desde o começo, desde que nós nos conhecemos.
Me lembrei dela novamente, e não estava mais ali com Olivia
                                             ***
Fazia frio aquela noite no Oregon, mas nem tanto quanto estávamos acostumados, com neve. Bem, estava falando com Zoe, que era um milagre, já que ela tinha parado de me ignorar. Recebi uma mensagem dela no parquinho. O parquinho era perto do lago e possuía gongoras, escorregas, e balanços, espalhados por metros quadrados.
Me vesti e disse a April que voltaria já. Jason e Tyler, estavam fora, em uma partida em uma faculdade rival. Então toda vez que Tyler se ausentava, Felix ficava triste.
Não comentei com Zoe o fato de ela ser traída por Bonnie, elas estavam juntas desde antes de entrarem para faculdade, e parece que Zoe detestava ser jogada para escanteio, que interessante, ela amava me colocar naquela posição. Mas eu resistia, pelo menos.
Cheguei ao parquinho rapidamente e lá estava ela, não tinha me visto ainda, mas parei para olhar para ela. Ficaria ali todos os minutos da minha vida, só olhando para ela. As curvas, os seios grandes decotados em um decote, e uma calça jeans abaixo dos joelho, boné para trás e estava descalça. Claro, seu fiel companheiro, o cigarro estava sem suas mãos. Ela fumava tranquilamente, olhando as estrelas. Ela parecia bem, ou pelo menos, era o que parecia. Quanto ela deve ter vomitado para se sentir assim? Ela me viu e sorriu.
- Olá Bells. – Zoe deu aquele sorriso. Mas dessa vez não era morto, era de verdade.
- Oi Zoe. – Sentei ao seu lado. Ela apagou o cigarro.
- Tá tudo bem, pode continuar.
- Vou direto ao assunto, estou vendo essa marca.
- Eu cai -menti.
- Não, foi o seu namorado estúpido.
- Zoe, por favor.
- Estou com raiva sabia? -ela explodiu ao meu lado, chutando a areia. Aquela Zoe não conhecia. – Ele é um babaca e você é maravilhosa. Ele deveria te tratar como rainha, e não te batendo.
- Ele estava com raiva. – É verdade, Jason me batia algumas vezes. E todas as vezes, escondi. Não estava falando com Zoe, mas as pessoas percebiam.
- Vem aqui. – Pediu ela com calma. Me levantei do balanço, ela só era um pouco mais alta do que eu. -Bells.... – ela chamou novamente e colocou suas mãos em minha nuca.
Estava chocada, nunca imaginei que ela faria isso. Ela sorriu antes de me beijar, estava totalmente nervosa. Ela mordeu o lábio e me puxou ao seu encontro. A língua dela queria explorar cada pedaço da minha boca, deixei. Aquilo era bom, nossa como era bom. Perdi o fôlego, quando não aguentei mais, ela parou e falou:
- Venha.
Ela me levou a uma sala bem escondida onde não tinha ninguém. Só algumas pessoas conseguiam, os monitores conseguiam. A sala estava cheia de rosas, e um colchão no meio da sala, estava escuro, mas por alguma razão eu confiava nela.
Me deitei no colchão, e ela trancou a porta. Me olhava com um olhar sedutor, droga, eu estava sendo seduzida por ela, tentei negar, muito. Mas o olhar me prendeu. Ela se deitou ao meu lado, e colocou a minha mão no peito dela.
- Sinta isso.
- Nervosa, Zoe?
- Você não faz ideia.
Então eu a beijei, simples assim, não sei com que coragem, mas acabei beijando. Ela beijou o meu pescoço e a minha orelha. Beijou o meu pescoço, e colocou as mãos na minha nuca. Ela se colocou atrás de mim, e tirou a minha blusa, notando a minha tatuagem.
- O que temos aqui? – sorriu. – uma tatuagem?
- É um golfinho, fiz alguns anos atrás. – respondi.
-Logo golfinhos? -perguntou.
- Minha paixão pela vida marinha. -dei uma risada.
Poderia fazer aquilo o dia inteiro, poderia estar com ela o dia inteiro, se ela me  deixasse chegar perto, mas aquilo não importava. Não mesmo, agora não.
Ela tirou soltou o meu sutiã, e me colocou deitada sobre o colchão. Então, ela foi direção a minha calça.
- Eu posso Bells?
- Sim, Zoe. – falei quase sem fôlego, dominada pelo desejo de te-la dentro de mim.
Era a minha vez. Joguei ela na cama, e subi por cima dela. Quem diria que aquilo ia acontecer? Beijei seu pescoço e acariciei seus seios que pelo que reparei estavam duros, debaixo da sua camisa e a beijei, primeiro a orelha. E descendo até seus ombros, tirei a sua camisa e logo em seguida o sutiã.
-Bella....- ela gemeu. E foi então que comecei a chupar rapidamente e parava e lambia em círculos. Os olhos dela estavam fechados. Desabotoei seu short e joguei na pilha de roupas. Tirei sua calcinha e senti que ela já estava molhada.
- Bella, por favor. – Coloquei um dedo dentro dela, comecei a mexer, ela gemeu, mechi em seus clitóris masturbando. Parei para olhar sua expressão, ela se contorcia. Então, comecei a chupar a buceta dela, com força. Comecei a ouvir seus gemidos fortes.
-Eu vou gozar Bella. – falou. Foi então que senti na minha boca , engoli e sorri. Zoe estava com os olhos fechados, e os cabelos bagunçados. – Quero comer você agora Isabella.
Troquei de lugar com Zoe, estava por baixo dela. Fiz um coque no meu cabelo rapidamente, e ela tirou a minha blusa observando minha respiração, estava acelerada, eu diria.
-Você sabe o quanto queria você? – ela perguntou.
Na verdade não sabia, nunca imaginei que ela queria alguém como eu, achava que não era boa o suficiente para ela. Todos os dias não era. Mas tentei  esquecer  aquilo durante aquele momento, aquele único momento.
Zoe se livrou do meu short e da minha calcinha, ela começou a dar beijos suaves na minha barriga e subiu para o meu pescoço. Gemi, então ela beijou o meu peito e começou a chupar. “Meu Deus, isso é bom” lembro de ter pensado nisso. Enquanto chupava meu peito, ela colocou dois dedos dentro de mim, de uma vez.
-Ah.... -Suspirei. Ela colocava e tirava o dedo dentro de mim- Zoe, por favor.
Ela parou, e sua boca foi até a minha vagina, ela chupou o meu clitóris e colocou com força dentro de mim. “Ela é fodidamemte boa no que ela faz” pensei. Se continuasse desse jeito ia gozar bem rápido. E ela continuou, até que gozei forte, gemendo o nome dela. Zoe deitou ao meu lado, deitei de lado, e ela se aconchegou a mim. Nos cobriu com o lençol. Me deu um beijo na testa e apagou ao meu lado.
                ***
-Bells? – chamou Olivia.
- Ah, oi, desculpe.
- Se quiser pode voltar a dormir.
- Você vai embora? -perguntei.
- Não sai até agora, por quê você acha que sairia?
- Não sei.
- Quando acordar, estarei aqui.
Dito e feito, quando acordei Olivia estava jogando vídeo game com Nicolas, ambos conversavam e riam. Nicolas tinha a postura relaxada para alguém do tamanho dele, Olivia beliscava alguns salgadinhos.
- Hum... – falei.
Os dois olharam para mim. Levantei da cama, dei um beijo na bochecha de Nicolas e sentei no chão, ao lado de Olivia. Peguei a coxinha e comecei a comer.
- Olha quem acordou. – Nicolas sorriu.
- Nicolas, tudo bom? – sorri. Olivia com a mão livre do controle apertou a minha mão, eu me afastei.
- Tudo sim, há algo que precisamos conversar.
Era isso, Nicolas e Jason eram amigos, quase melhores amigos. Ninguém sabia o que estava acontecendo, claro, ninguém sabia.
- Pode dizer. – Continuei comendo, eles pausaram o video game.
- Meu melhor amigo é um otário, mas ele está tentando de pedir desculpas.
- Eu não quero, obrigada.
- Não sabia que ele era agressivo.
- Ele não é só agressivo como abusivo, tenho passado por isso há muito tempo. E dizia que se eu terminasse com ele iria ficar sozinha, porque ninguém me queria, nunca fui boa o suficiente para ninguém. – Olivia me olhou, e desviei o olhar, não era aquele tipo de olhar que queria dela.
O rosto de Nicolas estava vermelho, parecia que ele ia explodir. Ainda bem que não era em mim que ele ia explodir, era em Jason.
- Está tudo bem, passou. – sorri. – Que horas são? -perguntei. Porque já era tarde e os meninos não podiam ficar tanto tempo assim no quarto das meninas.
- São 1 hora. – Olivia consultou seu relógio de pulso.
- Temos que dormir, amanhã tem aula. -bocejei.
- Não, amanhã é sábado. – disse Nicolas.
Levantei do chão, e deitei novamente na cama. Fiz sinal para Olivia e ela se sentou ao meu lado. Nicolas voltou ao jogo.
- Nunca vou te abandonar Bella. – Olivia falou no meu ouvido.
- Eu sei, eu também não vou.
- O que eu preciso fazer para você parar de passar fome? – ela perguntou.
- Vou tentar.
- Promete?
- Sim.- aquilo era mentira. Eu era tão boa em mentir, a verdade era que não conseguia engordar, comer e comer como pessoas normais, eu só queria ser magra.
Olivia sorriu, e me deu um beijo na testa, comecei a pensar nela, e acabei dormindo. Não sei quanto tempo dormi, mas quando acordei o quarto estava escuro, o video game estava desligado e controle ao seu lado. Olhei para o quarto, na cama em frente estava April e Nicolas, eles conversavam baixinho e Olivia dormia ao meu lado.
Por quase um segundo eu não sentia a falta dela. A dor veio instantaneamente, peguei meu telefone que estava embaixo da cama. Já fazia uma semana que ela morreu. E aquele celular tinha a voz dela, a única coisa que queria ouvir novamente.
Abri o celular nas mensagens, e lá estava ela.
Zoe new messenger:
Me desculpe.
Eu vou sempre amar você.
Z.
Ela me ligou....
                           E eu não atendi.

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Então é isso gente, por hoje. Sei que estou sumida, mas prometo voltar. Espero que gostem. Comentem ai quero saber.
Beijos #GFG ❤

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