Capítulo 5: Boleia Forçada

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- Muito obrigada, - agradeci por cortesia, quando surpreendentemente ele ajudou-me a subir no seu carro, um grande Jeep Wrangler branco ― que comprova a minha teoria que ele não era um camponês qualquer, tinha dinheiro ― levou as minhas sacolas, juntou-as as suas, fechou a porta assim que acomodei-me e depositou com cuidado as nossas compras nos pés do banco traseiro.

- De nada. – Respondeu ríspido, com o cara fechada como se eu o tivesse obrigado a comportar-se como um cavalheiro.

Esse tipo só poderia ser doido. Agia de uma forma e comportava-se de outra. Qual era dele? Como não era mulher de segurar a língua, perguntei-lhe assim que ele abriu a porta do seu lado. – Algum problema comigo?

Minha pergunta directa o surpreendeu por alguns segundos, pois ele ficou parado na porta olhando-me, piscou, entrou no carro, pôs o cinto de segurança, ligou o motor e pôs o carro a andar, e eu aí, estupefacta, sem acreditar que o bastardo estava ignorando-me da forma mais absurda possível.

Finalmente ele olhou para mim, e disse, - ponha o sinto de segurança. – Bufei descrente

- Hello! – Poucas e boas já estavam na ponta da língua, pronta para descascar esse branquelo filho da puta, mas o celular começou a tocar, cortando meu fio de pensamento, sem dar importância ao visor, atendi a chamada trombuda.

- Então, quando é que voltas? - Romeo

Rapidamente minha frequência mudou, assim que ouvi sua voz grave, - já com saudades?

Hitler bufou descrente ao meu lado e virei a ele com um olhar inquisitório enquanto Romeo, continuava galante, - sabes que eu sempre sinto saudades desse seu corpo.

- É só disso que sentes falta? – A resposta foi automática.

- E claro, da sua companhia, pois convenhamos que suportar Mila 24 horas por dia, sem o seu toque é tortura.

Gargalhei ao alto e senti como Hitler ficou irritado com isso, problema dele. Eu aceitei sua boleia, não prisão silenciosa.

- Fizeste a cama, agora deite nela.

- Engraçadinha você, hein, Eunice. Mas em todo caso, eu quero saber, quando voltas, estou com saudades de comer-te de trás. Só tu sabes dar pra mim como ninguém.

Esbocei um sorriso conspiratório, já sentido meu corpo esquentar só de imaginar a cena. Ah Romeo... aquele sim era homem feito para mim, não esse branquelo mal-humorado, de nariz encima, provavelmente racista, porque não via outro porquê dele tratar-me assim, visto que nem conhecia-me.

...

- Eunice, alo, estás aí?

Fodas, perdi-me em pensamentos e pior de tudo, pensando no Hitler ao lado, enquanto meu macho estava na linha.

Exalei frustração pra fora e concentrei-me em Romeo, - oi, desculpe... é que a rede é fraca aqui, especialmente para chamadas internacionais. – Inventei uma desculpa qualquer.

- OK, sem problemas. Então, a minha resposta?

Ia responder quando meu corpo foi sacudido abruptamente, soltei um grito agudo surpreso e quase bati no painel, olhei descrente ao condutor, e este só sorriu de lado e disse, - eu avisei que era pra usar o sinto. Um animal atravessou a rua inesperadamente.

Seu filho da puta! Quis insulta-lo, mas Romeo interrompeu-me mais uma vez, - hei, que foi isso, estás bem! Eunice?

Com o coração na mão ainda, segurei-me e respondi. – Está tudo bem sim. Foi só um animal que passou em frente do carro.

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⏰ Última atualização: Aug 11, 2017 ⏰

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