O acidente

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São 5:40 da manhã e escuto meu celular tocando na mesa de cabeceira. Acordei assustado com o barulho, pego o aparelho.

"Número desconhecido ligando."

Eu: Alô? Quem fala?

Desconhecido: Oi!! Vem pra cá! Vem pra cá logo!

Eu: Me desculpa, quem ta falando? - Começo a ficar impaciente.

Desconhecido: Rafael! Rafael sou eu, o Heitor - palavras e mais palavras identificáveis - Vem ate mim por favor! Eu preciso de você..

Eu: Heitor!! Heitor!!! Aconteceu alguma coisa? Heitor me responde - barulhos e ruídos, o telefone desliga.

Rapidamente calço os sapatos, saio tropeçando sem enxergar nada e a minha chave acaba caindo.
- Merda! Merda merda merda merda!!! - A chave fez um barulho ensurdecedor ao cair no chão e minha mãe acorda.

- Rafael?! Rafael? - Ouço os chamados do quarto de mamãe.

- Mãe nao foi nada, eu só derrubei um copo! - Minto tentando evitar com que ela venha conferir. - Eu estou bebendo água

- Cuidado, volte logo pra cama.

Silêcio.
Fico parado imóvel por mais ou menos cinco minutos. Por fim concluo que ela voltou a dormir e corro pra porta da frente.
Com um apito o carro destranca. Sem pensar tomo a direção em alta velocidade, o telefone na outra mão discando o número que acaba de me ligar.
Escuto chamar uma vez, chamar duas, três, sem resposta.

- Anda Heitor, atende pelo amor de Deus! - disco novamente. - Anda garoto babaca! Respondeeee

Tudo que consigo pensar é que algo aconteceu com ele, aqueles ruídos eram completamente estranhos.
Disco o número mais uma vez, toda minha atenção esta no telefone. Escuto um barulho estranho e olho pra frente.

Tudo acontece muito rápido, quando abro os olhos já estou pra fora do carro, deitado sob uma grama molhada.
Gotas de suor se misturam com a poça de sangue e gasolina que me cerca. E ai vem a dor.
A dor mais forte que eu já senti em toda a minha vida. Tudo que eu consigo pensar é pedir para morrer logo pra que por fim essa dor passe.
Um grito corta a minha garganta e se perde no ar.
O cheiro de gasolina e de pneu queimado invadem minhas narinas, a única coisa que eu consigo ver antes de desmaiar é o pneu do carro da minha mãe com as rodas pra cima.

...
                  Heitor P.O.V

Estou bêbado demais pra pensar em alguma coisa. Tudo que eu quero fazer agora é ligar pro garoto que me transformou desde em que cheguei nesta cidade medíocre. Eu nunca senti nada igual por ninguém, e o que mais me assusta é saber que eu só o conheço a menos de dois dias.
São dois dias e eu já sinto como se não pudesse viver longe do Rafael. Eu só queria estar perto dele agora, queria estar deitado com ele, o protegendo em meus braços. Ele parece tão pequeno e tão vulnerável que eu  apenas sinto essa necessidade de protege-lo.

Ligo pra ele. O garoto atende no segundo toque.

- Oi!! Vem pra cá! Vem pra cá logo! - Ele parece sonolento. Sorrio com a possibilidade vê-lo com uma carinha de sono. - Rafael! Rafael sou eu, o Heitor. Vem ate mim por favor! Eu preciso de você.

Alguém pega meu telefone e o joga no chão.
- Solta isso Heitor - Sofia sorri completamente bêbada.

- Porque ele esta tão estranho assim? - A pergunta vem de Ana, minha melhor amiga de infância.

- É o novo namoradinho do Heitor, um tal de Rafael, você precisava ver como o garoto estava louco procurando ele hoje de tarde.

- Eu nao estou namorando ninguém Sofia, nao entendi onde você quer chegar. Por acaso você esta com ciúmes ou o que? - Fecho a cara.

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⏰ Última atualização: Aug 13, 2017 ⏰

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