Esther [{ Voll 2}]

cap 19

Fomos interrompidas pelo zelador que escutou toda a confusão, como eu queria agradecer aquele senhor. Tínhamos que tomar a medicação e ir dormir, sim eles precisam manter a gente dopada aqui o tempo todo. Verônica e eu teríamos que nos entender de alguma forma. De qualquer forma, vamos dormir no mesmo quarto e a minha vontade é de morrer aqui mesmo, assim facilitaria todo o trabalho para nossa querida Verônica. Eu sempre soube que eu tinha problemas desde muito nova. Mas não, a minha família tinha que gastar dinheiro com psicólogos para afirmarem que eu era problemática. Por Deus! Estava escrito na minha testa "Sou problemática". Enquanto entro em uma constante guerra com minha consciência, sou interrompida pela presença de forças malignas se aproximando cada vez mais.

"Eu estava planejando arrancar seus órgãos e servir para todos no jantar amanhã." Pode se afirmar que o som da voz de Verônica é aterrorizante.

"Como quiser, já vou avisando que meu fígado foi destruído pelo álcool, então não vão ter tanta sorte assim"

"Eu adoro o seu senso de humor." O deboche de Verônica me faz revirar os olhos

Deitei e logo me vi em uma cena de terror, pedia a todos os deuses que poderiam existir, quando me refiro a todos, o senhor que vem abastecer o estoque da lojinha e trata todo mundo bem está incluso. Eu não sou acostumada com pessoas legais em minha volta então eu já vou logo idolatrando achando que é Jesus. Ele deve ter uns 64 anos e tem um certo charme. Aqui tem ma senhora quase da mesma idade que limpa os dormitórios e eu acho que rola um certo clima entre os dois. Muitas vezes fico distante de todo mundo e fico observando eles dois, acho a Dona Mercedes com muita atitude eu até ajudei ela com o Tinder. Uma vez  Mercedes disse que sua neta era parecida comigo e que ela queimou o sofá da casa e cortou os cabelos da irmã mais nova. Fico me perguntando se a senhora dos cabelos grisalhos fala para sua neta que ela parece uma garota que está internada no manicômio.

"Você já transou?" Fico assustada com Verônica ainda acordada e sua pergunta.

"Temos alguma regra aqui contra estupro né? Porque não estou nem um pouco afim de transar com você"

"Você deve ser cheia de doenças transmissíveis, não transaria com você." Verônica afirma revirando os olhos

"Tá ok, eu te pago um sorvete antes" Ela gargalha. "Já transei, eu tinha uma vida sexual bastante ativa até. E você?" Decidi dar importância ao assunto.

"Transei uma vez com meu namorado, mas os meus dedos fazem melhor."

"Por Deus, Verônica!"

"Nossa, virgem Maria vai me dizer que nunca introduziu um objeto que você gostava muito na sua vagina?"

"Não" Digo em alto e bom som, assustada.

"Você nunca pensou em enfiar maconha dentro de você Esther?"

"Verônica como funciona a troca de quartos por aqui? Eu preciso chupar alguém, porque estou disposta a qualquer coisa com tanto que eu tenha que dividir o quarto com alguém que não seja tão psicopata."

"Ok. Eu já me masturbei pensando na guitarra do Kurt Cobain." Confesso fechando os olhos, aguardando a resposta.

"Acho que você encontrou alguém mais psicopata do que eu." Minha colega de quarto ri.

Verônica seguiu a conversa e me contou sobre o seu namorado. Ele abusava dela e quase sempre entupia a de drogas. Ela tinha muito medo de falar e confiar nas pessoas e não tiro sua razão, tentou até matar outros dois namorados quando eles achavam que era o momento para uma relação sexual. Eu expliquei que nem todos os homens eram monstros e que quando alguém não tem caráter e simplesmente é um lixo, não precisa ser necessariamente homem. Eu preferi não contar ainda por tudo que passei, ela estava precisando de alguém que a deixasse mais tranquila e não de uma competição de quem sofreu mais. Verônica escondia cigarros na sua roupa e fez um gesto me oferecendo depois de toda a nossa conversa, recusei porque precisava dormir já que eu tinha poucas horas de sono.